Defesa de Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, dá cartada final antes de julgamento

A defesa da empreendedora Elizabeth Holmes, fundadora da startup Theranos, deu sua cartada final antes do julgamento que se aproxima. Holmes é acusada criminalmente de fraude pelas operações de sua empresa.

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Os advogados da empresária pediram à Justiça da Califórnia, na última sexta-feira (20), que o julgamento de Elizabeth Holmes não considere sete artigos sobre a Theranos, além de limitar o testemunho de médicos que eram ligados à empresa.

A defesa de Holmes também solicitou que seja revista uma série de relatórios de agências governamentais sobre penalizações já realizadas sobre a Theramos e Holmes. O juiz distrital do caso, que já havia negado pedidos anteriores, ainda julgou os pedidos da última sexta.

A seleção do júri do caso começa em 31 de agosto, enquanto o julgamento está marcado para começar com os devidos argumentos no dia 8 de setembro.

Os promotores do estado e os advogados de Holmes ainda discutem sobre quais provas e quantas delas podem ser utilizadas no processo que bate à porta.

O julgamento trará à tona as acusações de fraude e conspiração que Holmes enfrentou nos últimos seis anos. A startup voltada à área de saúde fechou as portas em 2018 após levantar quase US$ 1 bilhão em investimentos de private equity e venture capital de Wall Street.

A Theranos começou a ruir em 2015, quando o jornal The Wall Street Journal revelou que a tecnologia proprietária da empresa não era confiável e que os dados apresentados ao mercado eram modificados.

De gênio a ‘nova Steve Jobs’, Elizabeth Holmes levou Theranos ao noticiário criminal

Fundada em 2003, a Theranos prometia revolucionar o mercado de diagnósticos de saúde a partir de poucas gotas de sangue, de forma indolor, mais rápida e menos cara que o convencional do setor de saúde.

Segundo a empresa, não seriam utilizadas mais agulhas, sendo necessária uma pequena picada na ponta do dedo. O sangue colhido, que cabia dentro de uma cápsula de 1,29 centímetro de altura, poderia dar acesso de 120 a 250 tipos de testes de diferentes doenças.

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De 2004 a 2014, o capital social da startup saiu de US$ 6,4 milhões para US$ 400 milhões e, após um último aporte de um investimento de private equity, chegou a ser avaliada em US$ 9 bilhões, mesmo sem abrir capital em Nova York.

Promotores norte-americanos alegam que Holmes e Ramesh Balwani, ex-namorado da empresária e executivo da Theranos, se envolveram em um esquema para fraudar pacientes e investidores.

Eles, sabendo da impossibilidade de a empresa entregar o que prometia, também foram acusados de esconder a situação financeira da companhia, mesmo aos investidores que aportaram capital.

Antes chamada de “nova Steve Jobs“, Elizabeth Holmes passou a ser perseguida pela Securities and Exchange Comission (SEC) e hoje não se sabe qual é seu patrimônio, que já foi de US$ 4,5 bilhões aos 30 anos de idade.

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Jader Lazarini

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