Rodrigo Amato

Nota comercial: a nova era do mercado de capitais

São quase US$ 2 trilhões de carteira e até o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, é participante ativo, comprando e vendendo esses títulos

Se você não frequenta bares da região da Faria Lima ou do Leblon, é provável que nunca tenha ouvido falar sobre o tamanho do mercado americano de Commercial Paper.

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São quase US$ 2 trilhões de carteira e até o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, é participante ativo, comprando e vendendo esses títulos. Mas por que ele é tão grande?

Simples: por lá, as empresas usam-no como um instrumento muito eficaz de captação de recursos de curto prazo, essencialmente capital de giro, o que por si só já representa um grande volume. Porém, some-se a isso a grande oferta de dinheiro (equivalente à liquidez) por Money Market Funds e temos o papel trocando de mãos rapidamente, o que gera dinâmica de financiamento via mercado de capitais à economia real.

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Trago elementos do mercado americano de capitais, mais desenvolvido do que o nosso, para mostrar que temos um enorme potencial em nossas mãos agora. Em agosto do ano passado, foi aprovada a Lei 14.195, que regula a Nota Comercial, equiparável ao Commercial Paper. Daí o exemplo, justamente por poder dar a flexibilidade que a empresa precisava somada à segurança jurídica que faltava ao investidor para que este mercado decolasse no Brasil.

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Entre os principais benefícios para as empresas em relação ao crédito por meio de instrumentos bancários, como a CCB, está a eficiência do IOF. Só aqui já há uma economia de cerca de 2%. Além da eficiência financeira, temos a maior celeridade e a menor burocracia necessária para uma emissão do que debêntures e pode ser emitida por sociedade limitada ou anônima. É um tipo de título que qualquer FIDC ou mesmo bancos deveriam usar desde já no lugar das CCB, por exemplo, tanto pelo custo quanto pela condição de liquidez.

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O desenvolvimento do mercado deste título também compete a quem provê infraestrutura, pois é preciso ter em mente que se trata de um negócio em que se pode ganhar muito na escala, mas é preciso ser menos ganancioso a cada operação em termos de custo para viabilizá-lo. Será que a fábrica de artesanato do mercado local, que cobra alto para customizar cada operação, encara este desafio?

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Nota

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Rodrigo Amato
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