Mauro Morelli

Mais uma variante, e agora?

Já podemos tirar algumas conclusões sobre esse momento e, principalmente, como se deve agir quando olhamos para os nossos investimentos

Na altura que escrevo esse artigo, as dúvidas sobre a nova variante da Covid-19 (Ômicron) ainda são enormes. Porém, já podemos tirar algumas conclusões sobre esse momento e, principalmente, como se deve agir quando olhamos para os nossos investimentos.

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Nesse momento ainda quase nada sabemos dessa variante: qual é o grau de proteção das atuais vacinas nessa nova realidade e como isso afeta a letalidade da nova variante. Mesmo com quase nenhuma informação concreta, os mercados financeiros sofreram muito, com grandes quedas no mercado acionário por todo o mundo e não sendo diferente no caso Brasil. Isso ocorreu por dois motivos principais.

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No início da pandemia, em 2020, os investidores minimizaram os efeitos de um novo vírus pois acreditaram que a Covid-19 seria uma doença com características similares a outras doenças que causaram grande preocupação inicial, mas que rapidamente foram contidas e não trouxeram maiores perdas às principais economias mundiais. As gripes suína e aviária são exemplos de doenças que trouxeram pouco impacto as grandes economias mundiais. Tendo aprendido a lição de não subestimar o poder destrutivo da Covid19, o mercado teve uma reação bem mais rápida, já colocando no preço dos ativos uma variante letal e com grande poder de infecção.

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O outro motivo foi o momento de transição que a economia mundial, principalmente a economia americana, está passando. Depois de anos forte valorização, os mercados acionários entram em 2022 com fortes dúvidas: a inflação mundial e o início do aumento dos juros, principalmente nos Estados Unidos. O banco central americano, Federal Reserve (Fed), tem feito um bom trabalho de comunicação da maneira de irá retirar os incentivos e as condições necessárias para o início do ciclo de aumento de juros. Apesar disso, toda transição é um momento muito delicado para os agentes econômicos e fazendo que um fato inesperado possa ter uma reação ainda mais forte.

Mesmo tendo uma tão recente variável na composição do nosso cenário, podemos tirar algumas conclusões:

• Alterações nos cenários e, por consequências, nas carteiras de investimentos só devem ser feitas quando se tiver uma visão menos turva dos impactos da variante Ômicron, principalmente a eficácia das atuais vacinas já disponíveis.
• O cenário mundial continua favorável a um crescimento econômico positivo, apesar que menor que anos anteriores, juros ainda baixos, apesar de maiores que nos anos anteriores.
• A última pandemia que a humanidade viveu, a gripe espanhola no século passado, durou 3 anos, sendo que o mais letal foi o segundo ano. A Covid19 entra no seu terceiro ano em 2022, o que nos leva a crer que ainda teremos muita volatilidade pelos próximos doze meses.

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Vale também lembrar que a experiência mostra que redução de risco em momentos de maior volatilidade não é uma política com grande probabilidade de sucesso. Não precisamos ir muito longe para termos um ótimo exemplo: a atual pandemia nos mostrou isso durante o ano passado. Uma carteira de investimentos deve ter espaço de risco e liquidez para aproveitar essas oportunidades. Esse colchão de liquidez deve fazer com que o investidor não se sinta motivado a diminuir risco em momentos de crise e por consequência, preços menos atrativos.

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Nota

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Mauro Morelli
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