Bia Moraes

Apesar da inflação, amanhã há de ser um outro dia

Consequência direta da alta da inflação, a disparada dos preços também leva a uma perspectiva de aumento da taxa de juros e, em decorrência disso, um endividamento maior das famílias.

Basta ir ao mercado, parar para abastecer o carro ou pesquisar o preço de um eletrodoméstico para perceber que está tudo caro. Consequência direta da alta da inflação, a disparada dos preços também leva a uma perspectiva de aumento da taxa de juros e, em decorrência disso, um endividamento maior das famílias.

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Para realizar o cálculo da inflação utilizados alguns índices, entre eles o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), uma ótima forma de medir o custo de vida do brasileiro, já que aponta a sua variação a partir de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários-mínimos.

O IPCA em setembro ficou em 1,16% e acumula alta de 10,25% nos últimos 12 meses segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma noção, em 2011, o IPCA acumulado nos 12 meses do ano ficou em 6,5%. Mas o que originou essa bolsa de neve?

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Como chegamos a esse ponto?
Os preços não sobem da noite para o dia simplesmente porque alguém quer, mas sim como consequência de algum episódio. No caso atual, a alta dos preços é decorrente de alguns pontos que podemos resumir em: pandemia, crise hídrica e desvalorização do real frente ao dólar.

Em 2021, vimos o preço do litro da gasolina chegar aos R$ 7 e, segundo a Petrobras, o preço pago pelos brasileiros nos postos está mais caro pela incidência de impostos, custos da distribuição, a própria inflação, a oferta e demanda do petróleo, a cotação do dólar e outros imprevistos da economia. O preço da gasolina reflete em toda a cadeia, pois outros produtos e serviços são impactados com esse aumento, assim como o custo energético.

Quem acompanha a coluna já entende como a crise hídrica que estamos vivendo no país gera um aumento no custo com energia, que, mais uma vez, impacta o preço de outros produtos e serviços. Então podemos dizer que a economia, no geral, é um grande dominó com as peças enfileiradas, que derrubando apenas uma, todo o resto cai.

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Olhando o copo meio cheio

Para o investidor, o lado positivo desse cenário são as taxas de juros altas e os títulos indexados à inflação. Voltando na analogia do domínio, uma das ferramentas que o governo tem para impedir que a inflação continue avançando é a Taxa Selic, a taxa básica de juros da nossa economia. Eles a aumentam visando aumentar também o custo do nosso dinheiro, fazendo com que as pessoas gastem menos.

Onde investir nesse cenário?
Sendo assim, passa a ser mais indicado olhar menos para Bolsa de Valores, e buscar oportunidades na Renda Fixa, principalmente através dos títulos indexados ao CDI e IPCA.

Tais indexadores, por estarem alinhados ao aumento dos juros e da inflação, respectivamente, fazem com que os títulos de renda fixa atrelados a eles terem taxas de rentabilidades mais atrativas nesse momento.

E aproveitando a alta do IPCA, especificamente, temos como exemplo as Debêntures, títulos emitidos por empresas no mercado para a captação de recursos para investimento em projetos específicos, que oferecerem uma rentabilidade maior que a maioria dos títulos de renda fixa.

A empresa que emite a debênture pode ser de capital fechado ou aberto. E saber mais sobre a saúde dessa emissora pode livrar o investidor de uma exposição maior a ativos de risco.

Apesar de possuírem opções com taxas prefixadas ou pós-fixadas, as mais comuns são as indexadas ao IPCA com mais uma taxa fixa, ou seja, são títulos com rentabilidade híbrida que oferecem um ganho além da inflação.

Além do rendimento, outro fator a se atentar é a liquidez do investimento: normalmente, o prazo mínimo de uma debênture é de dois anos, podendo ser mais longa. Então, antes de investir, é bom alinhar essa característica aos seus objetivos, que devem ir além de apenas proteger o seu dinheiro no longo prazo.

De qualquer forma, para se proteger e manter o seu poder de compra na inflação, pensar estrategicamente antes de investir é essencial. E conhecer as melhores opções de investimentos que te atendem no momento é o caminho. Por isso, analisar o que acontece e onde é possível investir a partir disso é necessário para se tornar um investidor ativo e flexível, que obtém retorno apesar dos pesares.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Bia Moraes
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