Boletim Focus reduz expectativa pela queda do PIB

Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram levemente suas previsões para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A estimativa divulgada nesta segunda-feira (6) é de uma contração de 6,50%, ante 6,54% na última semana.

Há quatro semanas, no entanto, a projeção era de uma queda de 6,48. No primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira recuou 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado do segundo trimestre será realizada em 1º de setembro.

Em janeiro, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia do País. Os economistas, entretanto, não esperavam pela influência negativa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para o ano que vem, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50% pela sexta semana consecutiva.

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Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2%, ainda 0,25% abaixo do atual patamar. A taxa foi cortada em 0,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 17 de junho, trazendo-a para o menor nível na série histórica.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto afirmou, no final do mês passado, durante uma reunião com representantes de instituições de comércios e serviços que um “eventual ajuste” na Selic “será residual”.

Inflação, segundo o Boletim Focus

A expectativa pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano foi mantida. A inflação de 2020, segundo os especialistas, será de 1,63%. Há cerca de um mês, a estimativa era de 1,53%.

Dessa forma, a elevação dos preços continua inferior à meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4%. A meta tem uma tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo ir de 2,5% até 5,5%.

Em relação a 2021, os economistas ouvidos pela autoridade monetária do Brasil esperam uma inflação de 3%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,10%.

O IPCA é o indicador oficial da inflação no Brasil, divulgado pelo IBGE a cada mês. Há ainda o IPCA-15, a prévia mensal do indicador.

Confira, em detalhes, as expectativas do mercado para 2020 e 2021, expressas no Boletim Focus.

2020

  • PIB: a estimativa é de uma retração da economia em 6,50%
  • IPCA: a projeção permaneceu em 1,63%. A meta central para 2020 é de 4%, com intervalo de tolerância entre 2,5% e 5,5%.
  • Taxa Selic: a previsão permanece em 2%.
  • Dólar: a previsão ficou em R$ 5,20.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 53,45 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que será de US$ 55 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão permaneceu em -10,50%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -14,95%.

2021

  • PIB: a projeção do crescimento da economia permaneceu em 3,50%.
  • IPCA: a projeção ficou em 3%.
  • Taxa Selic: a estimativa permaneceu em 3%.
  • Dólar: os especialistas aumentaram a projeção para R$ 5,05.
  • Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55,25 bilhões.
  • Investimento Estrangeiro Direto: a previsão ficou em R$ 70 bilhões.
  • Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,55%.
  • Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,50%.

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pela autoridade monetária central do País na base das previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.

Jader Lazarini

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