BCFF11 negocia com desconto que chega a 25% e aposta em “fundos de papel” no portfólio

Em novo relatório gerencial, divulgado na sexta-feira (1º), o fundo imobiliário BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11) afirmou que segue negociado com deságio em relação à cota patrimonial, em vista das dificuldades do mercado de FIIs com o cenário político-econômico.

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“Ao analisarmos a cota do fundo [BCFF11] com base no valor patrimonial dos fundos investidos, chegamos a um desconto de 25,7%, o que representa um deságio significativo”, diz o relatório do BTG. Em relação à cota patrimonial do fundo, o deságio é menor, de 13,9%.

O BTG Pactual Fundo de Fundos tem como objetivo principal a aquisição de cotas de outros FIIs, bem como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e outros títulos de renda fixa.

Atualmente, mais de 50% da carteira do BCFF11 está alocada em “fundos de papel“, por ser uma posição “mais defensiva tanto para a abertura da curva de juros quanto para a alta dos índices de inflação e, nesse momento, seguem apresentando uma relação atrativa de risco e retorno”.

Porém, o relatório do FoF do BTG destaca que o desconto que se concentra nos “fundos de tijolo” indicam uma janela de oportunidade relevante, com potencial de ganhos de capital. O BCFF11 tem 25% de posição em FIIs de Lajes Corporativas, 8% em fundos de logística e 6% em shoppings.

Performance do BCFF11 em fevereiro

Segmento de atuação do BCFF11.
Segmento de atuação do BCFF11. Fonte: relatório gerencial de fevereiro

Em fevereiro, o BCFF11 gerou um resultado de R$ 0,64 por cota, distribuindo R$ 0,54 por cota aos seus investidores. “O FFO (fundos da operação, na sigla em inglês) de fevereiro foi em linha com o mês anterior, mantendo o alto patamar na comparação dos últimos 6 meses, fruto principalmente dos investimentos em CRIs e FIIs de CRI realizados pelo fundo”.

Além disso, a frente de ganhos de capital do fundo apresentou um resultado de R$ 0,02 por cota. A gestora explicou que diversas posições investidas pelo BCFF11 estão depreciadas e encontram-se abaixo de seu potencial de retorno. Com isso, o FII optou por executar estratégias short dentro do portfólio, “apostando” na queda de alguns ativos. Essas operações renderam R$ 0,01 por cota de resultado no mês.

As receitas financeiras apresentaram um resultado de R$ 0,03 por cota em fevereiro, um valor maior do que no mês anterior devido ao aumento marginal do caixa do BCFF11 com a elevação da taxa Selic no período.

O BTG Pactual Fundo de Fundos fechou o mês com reservas gerenciais e de contingência que somaram R$ 17,3 milhões, o equivalente a R$ 0,69/cota.

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Veja a carteira de fundos imobiliários do BCFF11

Portfólio do BCFF11. Fonte: relatório gerencial de fevereiro.
Portfólio do BCFF11. Fonte: relatório gerencial de fevereiro.

Rendimentos do BTG Fundo de Fundos

Os dividendos referentes ao mês de fevereiro foram pagos aos cotistas do BCFF11 no dia 15 de março, no valor de R$ 0,54 por cota. “Este valor representa um dividend yield de 9,5% ao ano, com base na cota de fechamento do mês (R$68,20), ou ainda o equivalente a 130% do CDI para o período”, indica o relatório gerencial do BTG FoF.

O fundo imobiliário fechou o mês com um patrimônio líquido de R$ 1,956 bilhão versus um valor de mercado de R$ 1,717 bilhão, distribuídos em 25,186 milhões de cotas.

Em relação à liquidez, o volume de negociação média diária do BCFF11 na bolsa de valores foi de R$ 3,01 milhões no período.

O valor patrimonial da cota do FII fechou em R$ 77,69 a unidade, enquanto a cotação do BCFF11 no mercado secundário encerrou o mês valendo R$ 68,20 cada.

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Monique Lima

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