Grana na conta

Banco ABC (ABCB4): ‘Mantemos caixa forte porque nunca se sabe de onde vem crise’

O CEO do Banco ABC Brasil (ABCB4), Sergio Lulia, afirma que é necessário ‘ter humildade e reconhecer que crises não são previstas’, em entrevista ao quadro Entre Reis e CEOs, do Stock Pickers, comandado pelo Chairman do Grupo Suno, Tiago Reis.

Veja o Morning Call desta segunda-feira (6)

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-3.png

“Precisa ter humildade. Você não sabe de onde vem a crise. Ninguém conseguiu prever a pandemia. Em 2008, pouca gente previu a crise”, disse o CEO do Banco ABC.

“Você tem que ter uma política de caixa muito forte. O Banco ABC Brasil é um banco que tem um funding mais longo que seus ativos”, seguiu, sobre a gestão de risco.

O banco está desde 2007 na bolsa de valores – sendo que foi fundado em 1989 – e agora faz mudanças relativamente inesperadas.

“A gente fez IPO porque viu oportunidade de crescer no mercado que a gente conhece, potencial de aumento de market share, de participação dentro da vida financeira dos clientes. Só que o capital era pequeno. Então a gente se viu na situação de concorrer com os bancos, que podíamos fazer mais negócios com o cliente, mas não fazia devido ao seu tamanho”, analisa Lulia.

“Nunca fizemos M&A [fusão e aquisição]. Mas no momento atual a questão mudou. E aí, pode ter oportunidades específicas de M&A, sejam fintechs ou empresas pequenas, que tenham capacidade de acelerar esse processo de desenvolvimento que está sendo feito no banco”.

Como exemplo, o executivo do banco cita que o processo de onboarding da empresa é feito por meio de um processo desenvolvido por uma fintech.

A fala, aliás, endossa o movimento feito por players gigantes do mercado, que compraram fintechs a preços mais baratos nos últimos meses por conta das correções.

Como exemplo, a compra da Avenue pelo Itaú (ITUB4) há algumas semanas, ou a de uma fatia da XP (XPBR31) pelo fundo General Atlantic – que, aliás, é de private equity e não costuma olhar para ativos listados em bolsa.

“As fintechs vêm trazendo soluções, produtos e experiências para o cliente corporativo que pode nos ajudar. Temos feito algumas parcerias com elas até para processos internos do banco”, diz Sergio Lulia.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

Desempenho do Banco ABC

O Banco ABC Brasil encerrou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com lucro líquido de R$ 201,7 milhões, alta de 47,9% sobre o 2T21.

De acordo com o release do banco, foi a primeira vez que a empresa superou a marca de R$ 200 milhões em um só trimestre.

“No 2T22 o banco de investimentos teve o melhor trimestre de sua história, atingindo uma receita de R$ 44,1 milhões, impulsionado não somente por uma forte receita em Debt Capital Markets (DCM), mas também por um forte trimestre em M&A, com o anúncio/conclusão de diversas transações relevantes”, de acordo com o balanço do ABC Brasil.

Ricardo Moura, diretor de relações com investidores do ABC Brasil, disse em entrevista ao Suno Notícias que os resultados positivos vieram com uma estratégia implementada pelo banco. Parte dela foi obtida com diversificação do mix de clientes, especialmente no segmento middle.

Outro ponto que contribuiu para a melhora operacional foi expansão de portfólio de produtos. “A gente vem sendo muito mais ativo em derivativos, cash management e câmbio, que não eram produtos tradicionais do banco”, afirmou Ricardo.

“Esses novos produtos vão ajudando o banco a diversificar sua fonte de receita e reduzir sua base de custos fixos.”

O Retorno Anualizado sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) no trimestre foi de 16,6%, representando um crescimento de 110 pontos base em relação ao trimestre anterior e de 430 pontos base em relação ao mesmo período do ano.

O ABC destaca que este foi o oitavo trimestre consecutivo de expansão.

“As Operações com Atraso Acima de 90 Dias como percentual da Carteira de Crédito encerraram o trimestre em 0,4% e os Empréstimos Classificados entre D-H atingiram 3,3%, ambos índices abaixo da média histórica”, destaca o ABC Brasil, em release.

O Índice de Cobertura do banco atingiu 619% ao fim de junho o que, segundo a gestão, é “resultado da queda do volume de atrasos e do reforço da Provisão do segmento middle”.

O Banco ABC também encerrou o trimestre com e 3.988 clientes corporativos, um crescimento de 547 clientes ante o trimestre anterior.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Eduardo Vargas

Compartilhe sua opinião