As 10 vantagens de não ser um investidor profissional – Parte II

Na primeira parte dessa série, apresentei as 5 primeiras vantagens que os investidores amadores possuem em relação aos investidores profissionais, discutidas por Joe Wiggins em artigo publicado em seu blog. Nesta segunda parte, darei continuidade ao texto e discutirei as 5 vantagens restantes.

Não há necessidade de mascarar seu portfólio

Pense que um gestor de fundo tem de convencer seus clientes de que possui um bom portfólio. É muito mais fácil vender a ideia de que seu portfólio é bom com ativos que performaram bem nos últimos anos, mesmo que você não tenha adquirido estes ativos quando eles estavam baratos, do que convencer o cliente de que seu portfólio é bom com ativos que não vem trazendo bons resultados nos últimos anos.

Isso leva muitos gestores a venderem ativos que trariam retornos excelentes de longo prazo para comprar ativos que estão em alta e que seus clientes conhecem.

Obviamente essa estratégia está longe de ser boa em termos de retorno de longo prazo, entretanto, é uma decisão que agrada os clientes e, quando os clientes estão felizes, o gestor está feliz (mesmo sabendo que ele não entrega um bom resultado de longo prazo devido às decisões imediatistas).

Você não tem de fazer previsões ousadas sobre a economia ou sobre o mercado

Muitas vezes é cobrado dos investidores profissionais que eles “saibam” o que ocorrerá com a economia ou com o mercado no curto prazo. Se isso fosse possível, estes indivíduos ficariam multibilionários em pouquíssimo tempo e não haveria necessidade de gerir capital de terceiros, entretanto, como sabemos, previsões do futuro são meras especulações.

Como disse John Kenneth Galbraith, economista, filósofo e escritor americano, “existem dois tipos de indivíduos que preveem o futuro, aqueles que não sabem o futuro e aqueles que não sabem que não sabem o futuro.”.

Entretanto, investidores profissionais muitas vezes são questionados quanto ao futuro do mercado e, como apresentado por Joe Wiggins em seu texto, responder “eu não sei” ou “o futuro do mercado é imprevisível” geralmente não é o caminho que levará o indivíduo a uma carreira de sucesso no setor.

Wiggins afirma que “é melhor ter uma visão ousada, bem articulada e estar errado”.

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Não há necessidade de ser constrangido por benchmarks aleatórios

O investidor amador não tem necessidade de comparar sua performance de curto prazo às referências que o mercado utiliza. O mesmo não ocorre no contexto dos investidores profissionais, onde o benchmark é visto como meta e existem muitos problemas nessa visão.

A comparação com um benchmark obrigatoriamente gera um pensamento imediatista pela necessidade de apresentar resultados superiores consistentemente. Isso os leva a desviar do foco de aplicar uma estratégia que traga bons retornos de longo prazo para o cliente.

Você não tem de se esforçar para ser excepcional

Investidores amadores não sofrem com a competitividade excessiva existente no contexto do investimento profissional. Eles têm objetivos claros e não devem se importar com a opinião alheia.

Entretanto, o contexto profissional na indústria dos investimentos é altamente competitivo, o que faz os indivíduos do meio crerem que para sobreviver no setor eles têm de entregar resultados excepcionais.

O grande problema desta crença é que os investidores profissionais acabam se tornando muito confiantes e isso os leva a crer que as regras básicas da economia não se aplicam a eles, o que os faz tomar decisões pouco inteligentes e que geralmente não entregam bons resultados.

Wiggins defende que o investidor amador pode seguir “princípios de investimento simples e tomar decisões que são provadamente boas na média (o que, ironicamente, provavelmente levará à resultados excepcionais em relação ao que outras pessoas estão tentando alcançar)”.

Você não tem de se preocupar com que outras pessoas estão fazendo

Dificilmente os investidores profissionais se mantêm em seu círculo de competência. Com o intuito de captar clientes, eles têm de vender a ideia de que possuem um bom portfólio, o que geralmente os leva a buscar o que está trazendo bons resultados nos últimos tempos.

O grande problema é que geralmente, os ativos que trouxeram bons retornos nos últimos anos estão sendo comercializados a preços elevados.

O mesmo pode ocorrer com investidores amadores, pois muitas vezes são influenciadas pela opinião alheia, entretanto, como mencionado diversas vezes em nossos textos, este não é o pensamento correto.

Como um investidor amador não tem a necessidade de captar recursos de terceiros, ele não precisa convencer os outros de que seu portfólio é bom.

Como disse Warren Buffett em sua primeira entrevista para a televisão, em 1985, para ser um bom investidor você precisa de um temperamento que “não te dê prazer em estar com a multidão ou contra a multidão”, ou seja, você não deve se preocupar com o que os outros estão fazendo.

ACESSO RÁPIDO
Tiago Reis
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