Via (VIIA3) cai no Ibovespa e soma queda de 53% nas suas ações

As ações da Via (VIIA3) caíram 1,7% no pregão desta terça-feira (15), somando 7,6% de desvalorização nos últimos cinco pregões, a uma cotação atual de R$ 1,69.

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Com isso, as ações da Via caem 53% de retração nos últimos 12 meses.

Os catalisadores recentes incluem realização de lucros – já que os papéis VIIA3 subiram no pregão que sucedeu o balanço da empresa, divulgado em 10 de agosto -, além de uma fatia do mercado que segue cautelosa com o longo prazo da empresa.

No seu último resultado trimestral, a companhia mostrou R$ 492 milhões de prejuízo líquido. O resultado da Via no 2T23 reverte o lucro de R$ 6 milhões apresentado no mesmo período de 2022.

Já o Ebitda ajustado da Via (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 469 milhões, com queda de 32% frente ao reportado entre abril e junho de 2022, com margem de 9%, 2,7 pontos porcentuais (p.p.) menor do que um ano atrás.

“A Via reportou resultados fracos mas em linha no segundo trimestre, com crescimento moderado de receita e rentabilidade pressionada em uma perspectiva macro ainda desafiadora para a demanda. Mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$3 por ação”, disse a XP.

Apesar disso, a companhia divulgou um plano de transformação em um fato relevante no mesmo dia do balanço – justamente o que animou o mercado e causou alta das ações.

Renato Franklin, que é CEO da Via desde o dia 1º de maio último, concedeu entrevista exclusiva ao Suno Notícias e destacou que a companhia não tem um sinal vermelho dentre seus números financeiros, mas compreende que precisa deixar seu balanço menos frágil e ‘mais limpo’ para que a companhia ganhe tração.

“A ideia, com o plano de transformação, é simplesmente focar naquilo que dá dinheiro. O plano é focar no ‘back to the basics’. Consideramos que é uma estratégia assertiva, mas não agressiva”, disse Franklin.

Dentre os planos da Via estão o fechamento de 50 a 100 lojas, renegociação de aluguel, revisão de sortimento ideal e sublocação de espaço ocioso e a estruturação de um FIDC para facilitar a operação de crediário da empresa – com potencial de liberar R$ 5 bilhões de limite de crédito bancário.

“Temos muito potencial de mercado para capturar, mas a premissa de um plano de crescimento é um balanço forte. Daí a questão. O ‘time to market’ no varejo é importante, e queremos arrumar a casa o mais rápido possível para acelerar rápido lá na frente”, relata o CEO da varejista.

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Selic pode afetar a Via positivamente?

Indagado sobre a recente trajetória da taxa básica de juros – exaustivamente citada por analistas como um vento contrário para o varejo até então -, o CEO da Via destacou que não espera um impacto imediato após a redução feita pelo Banco Central (BC), com magnitude maior do que a esperada.

“A gente acredita que não chega a melhorar neste ano, falando de Selic. Teremos mais reduções de juros até o fim do ano, mas isso leva tempo até chegar no bolso do consumidor. Acredito que esse impacto será sentido no segundo semestre de 2024″, destaca.

“Nós escutamos pessoas mais otimistas sobre isso, mas gostamos de ser mais conservadores nas projeções. Esperamos uma melhora para o segundo semestre do ano que vem”, completa o CEO da Via.

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Eduardo Vargas

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