Via (VIIA3) está em crise? CEO avisa que ‘não’ e detalha estratégia da varejista

Com um cenário delicado no varejo nacional, termos como “prejuízo” e “fechamento de loja” acabam virando sinônimos de crise na cabeça dos investidores da Via (VIIA3). Roberto Fulcherberguer, CEO da varejista, abre o jogo sobre a situação da companhia e é enfático ao falar sobre o tema.

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“A resposta objetiva é não! Não tem absolutamente nenhuma crise aqui, é a vida como ela é, o nosso dia a dia”, argumenta o executivo em entrevista ao Suno Notícias.

Nas últimas semanas, o fechamento da megaloja da Casas Bahia no edifício João Brícola, no centro de São Paulo, fez com que esse imaginário de crise voltasse a pairar na cabeça do investidor. Contudo, Fulcherberguer explica que essa operação foi encerrada porque a unidade “não estava rentável”.

“O tempo inteiro estamos avaliando a performance das lojas, temos planos A, B e C para cada uma das unidades. Começou a não performar, damos uma dose de remédio, avaliamos em um mês. Não performou? No segundo mês, damos outra dose. No terceiro mês, se não performar, a gente fecha”, detalha.

A vida no varejo é assim para nós. Gostamos de ter no parque lojas rentáveis, fechar loja é parte do nosso dia a dia.

Segundo Fulcherberguer, a Via fechou 21 lojas em 2022, mas abriu outras 63 unidades neste mesmo período: “Então, fizemos o encerramento de 2% do total de lojas que temos, isso é absolutamente marginal”.

Com o esclarecimento feito, o gestor afirma que não se surpreendeu ao ver os números da Via em 2022. “De fato, é uma grande construção que a gente vem fazendo, absolutamente comprometidos com o longo prazo”, projeta.

“A gente vem de um ano de grande organização. Então, estamos começando a colher todos os investimentos que essa companhia fez em tecnologia, estamos ganhando muita produtividade, complementa.

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Via em números

Em 2022, o negócio varejista conquistou um caixa líquido de R$ 2 bilhões. A previsão da empresa era de gastar entre R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões do caixa próprio, mas a cifra utilizada foi menor: R$ 1,2 bilhão. No panorama anual, a receita bruta da companhia subiu 9% e chegou nos R$ 10,4 bilhões. 

No quarto trimestre de 2022 (4T21), a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 163 milhões. No 4T21, a operação havia dado lucro de R$ 29 milhões e, no 3T21, o prejuízo tinha sido de R$ 203 milhões. O GMV total da empresa cresceu 6% na comparação anual, o que foi impulsionado principalmente pelas lojas físicas.

Na visão da Genial Investimentos, o resultado foi positivo e mostra sinais claros de uma recuperação no negócio, mesmo com o cenário macroeconômico desafiador tendo em vista as altas taxas de juros.

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“A gente vem escalando e preservando rentabilidade absolutamente focados em melhorar a operação de maneira contínua”, aponta Fulcherberguer. Ele reforça que, em 2022, a elevação dos juros causou um impacto de R$ 1 bilhão na companhia.

“Nesse ano, temos um grande desafio e estamos buscando alternativas para deixar a companhia mais eficiente para conviver com esse patamar de juros. À medida que os juros começarem a cair em algum momento, toda essa despesa hoje é lucro na veia que volta para a companhia”, diz.

Com esse ganho de produtividade, a companhia espera ver a margem Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) crescer dois pontos ao longo deste novo ano. Além disso, o plano da Via é ganhar mais market share nos próximos meses, além de crescer no marketplace e em outros negócios, como as operações financeiras.

“Estamos dando passos com consistência. Nós não estamos fazendo aventuras para crescer, estamos fazendo absolutamente tudo o que fazemos com muita transparência. Então, o que a gente está construindo aqui na Via é algo consistente de longo prazo. Estamos construindo uma baita empresa para perpetuar no longo prazo e estar entre os maiores players do Brasil”, finaliza o executivo da Via.

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Erick Matheus Nery

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