Grana na conta

SVB: startups brasileiras tinham mais de R$ 50 milhões no banco, afirma jornal

O inverno das startups brasileiras pode ter ganhado um novo capítulo — e mais dramático. Com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), estima-se que alguns empreendimentos tinham mais de US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões) investidos e não conseguiram retirar os valores do banco americano.

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Segundo informações do Bloomberg Línea, há fundadores de startups brasileiras que, desde a declaração de falência bancária do SVB, tentam a transferência dos valores retidos, mas que ainda não receberam os fundos.

Embora não fosse amplamente conhecido, o SVB era um banco usado pelas startups brasileiras para captar investimentos de venture capital e o 16º maior banco dos Estados Unidos. Apenas até sábado, mais de US$ 100 milhões foram retirados do banco por startups brasileiras.

Bernardo Brites, fundador da Trace Finance, startup cuja plataforma permite a outras startups movimentar recursos nos Estados Unidos, afirma que parte do dinheiro voltou para o Brasil e parte permanece em dólar em uma conta internacional que a Trace abriu para os clientes.

“Entre quinta e sexta, tivemos 350 cadastros para a conta internacional. Existem US$ 3 bilhões de startups brasileiras na fila para serem retirados. Não recomendamos deixar dinheiro no SVB“, afirmou Brites.

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De acordo com a apuração da Bloomberg, pelo menos dez startups brasileiras fizeram uma ponte com a Trace Finance para receber a linha de crédito da americana Capchase, baseada nos recursos presos no banco SVB.

Ainda segundo o jornal, essas empresas têm a partir de US$ 250 mil retidos no SVB, valores que são segurados pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), porém há fundadores com mais de US$ 10 milhões represados no banco.

Colapso do SVB: Fed cria programa de emergência

Federal Reserve (Fed) anunciou no domingo (12) que criará um programa de emergência para conter os efeitos do colapso do Silicon Valley Bank, o SVB. O banco central americano afirmou estar preparado para lidar com qualquer pressão de liquidez que emergir após o colapso do SVB.

Segundo a nota, o Fed fornecerá financiamento adicional às instituições depositárias por meio do novo Programa de Financiamento a Prazo do Banco (BTFP), que oferecerá empréstimos com vencimento de até um ano a bancos, associações de poupança, uniões de crédito e outras que comprometem Treasuries, dívidas de agências e títulos garantidos por hipotecas e outros ativos qualificados como garantia.

“O BTFP será uma fonte adicional de liquidez contra títulos de alta qualidade, eliminando a necessidade de uma instituição de vender rapidamente esses títulos em momentos de estresse”, explica. O Fed terá a seu dispor US$ 25 bilhões do Fundo de Estabilização Cambial como lastro para o novo instrumento, mas não espera ter que usar os recursos.

Nubank e outras startups brasileiras sem exposição ao SVB

O Banco Inter (INBR32) reforçou ao mercado que não possui exposição nem relações com o Silicon Valley Bank (SVB). O movimento ocorre após instituições financeiras brasileiras reforçarem que não possuem vínculos com o banco norte-americano.

No sábado (11), o Nubank já havia informado ao mercado que também não possui relações com o SVB. Nas últimas horas, PagSeguro (PAGS34) e C6 também fizeram comunicados nesta mesma linha.

O movimento ocorre após rumores nas redes sociais de que as startups brasileiras, sobretudo as fintechs nacionais teriam relações com o banco norte-americano, o que não procede.

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Janize Colaço

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