Silicon Valley Bank: Entenda a crise que afetaria até US$ 3 bi das startups brasileiras

O Silicon Valley Bank (SVB), banco norte-americano destinado a startups e empresas de tecnologia, teve suas atividades encerradas pelas autoridades norte-americanas na sexta (10). De acordo com um levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, cerca de US$ 3 bilhões de startups brasileiras estavam depositados na instituição financeira.

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De acordo com a publicação, desde quinta (9), as startups brasileiras começaram a se movimentar para tentarem retirar o dinheiro do SVB.

A orientação para os saques partiu de empreendedores e de gestoras de investimento – quem optou por esvaziar as contas ainda na quinta conseguiu completar a transação sem maiores problemas.

Bernardo Brites, fundador da Trace Finance, startup cuja plataforma permite a outras startups movimentar recursos nos Estados Unidos, afirmou que desde quinta seus clientes já haviam retirado US$ 100 milhões do SVB. Parte do dinheiro voltou para o Brasil e parte permanece em dólar em uma conta internacional que a Trace abriu para os clientes.

“Entre quinta e sexta, tivemos 350 cadastros para a conta internacional. Existem US$ 3 bilhões de startups brasileiras na fila para serem retirados. Não recomendamos deixar dinheiro no SVB“, afirmou ele.

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Recomendação das gestoras

O investidor Frederico Guesser, da gestora Caravela Capital, disse que recomendou ao portfólio de startups do fundo de investimento que sacasse as quantias alocadas no banco – visto até então como uma solução “fácil” para abrir conta em território americano no lugar de instituições mais tradicionais do setor.

“Todas as nossas startups conseguiram sacar”, disse ele, cujo fundo investiu em startups no Brasil como Caju, Diferente e EmCasa.

Na opinião dele, o fechamento do banco americano tem pouco impacto sobre o ecossistema no Brasil, já que é baixo o número de startups que armazenam volumes de dinheiro em dólar – o que prejudicaria a gestão financeira da companhia, que opera em real.

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“Essa crise é boa para ensinar os fundadores que depósitos e bancos são temas sensíveis”, afirmou o investidor de startups. “A crise de liquidez prova que ninguém está a salvo.”

O Silicon Valley Bank tinha mais de US$ 200 bilhões em ativos até o final do ano passado, segundo o Federal Reserve — o banco central dos Estados Unidos. Assim, a instituição financeira era a 16º maior dos EUA. De acordo com o The Wall Street Journal, essa foi a segunda maior falência bancária da história norte-americana.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, com Estadão Conteúdo.

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Erick Matheus Nery

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