Você já pensou em investir em empresas embrionárias? Ver um negócio começar e aqueles seus 5% de participação virarem milhões? Essa é a proposta dos Fundos de Investimento em Participações – os FIP.
Geridos por profissionais que buscam as melhores oportunidades do mercado, esses fundos possuem suas peculiaridades. São uma boa aposta para o investidor de risco – desde que ele entenda suas características. E é para isso que esse guia está aqui!
O que é FIP fundo de investimento em participações?
O fundo de investimento em participações (FIP), como o nome indica, investe em participações ativas em empresas. O que o caracteriza é que ele investe em companhias, sejam elas de capital aberto, fechado ou sociedades limitadas, em, no mínimo, 90% de seu patrimônio.
Esse fundo é do tipo condomínio fechado. Suas cotas, por isso mesmo, só podem ser resgatadas no fim de sua duração ou quando a assembleia de cotistas deliberar sua liquidação. Consiste, portanto, em um investimento que tende ao longo prazo.
Não são muitos os FIP’s que existem no mercado. Atualmente, só 18 FIPs são negociados na B3. Normalmente administrados por grandes agentes como o BTG ou a XP, possuem o código (ticker) com quatro letras e o final 11, similares aos FII’s.
Fundo de Investimento em Participações é o nome oficial desses ativos. Uma vez que eles são muito semelhantes a outros instrumentos no exterior, você também vai encontrar quem os chame de fundos de Private Equity (capital privado). Quando tiver um dos nomes na cabeça, pense no outro também.
Como funciona o FIP fundo de investimento em participações?
Os iniciam as atividades angariando fundos dos cotistas pela emissão de cotas. Nos seus prospects, documentos que listam os objetivos do fundo, costumam dar algumas indicações do tipo de investimento que têm em mente.
É normal que não se diga exatamente qual o empreendimento que vai ser investido. Isso pode te preocupar enquanto investidor, mas os gestores não querem que seus competidores (outros gestores) também invistam no mesmo ativo.
Manter o sigilo nessa etapa é essencial.
Com os recursos os FIP começam seu processo de aquisição e injeção de capital em empresas. Para investir nelas os FIP usam os mecanismos de instrumentos financeiros conversíveis em ações. Debêntures simples, bônus de subscrição ou as próprias ações de empresas são os preferidos nesse estágio.
A partir daí os FIP começam um papel de auxiliar na gestão das empresas. Como parte dos acionistas – e, nos estágios iniciais eles somam grandes participações – eles se colocam a disposição para ajudar a empresa a crescer. Já chegaram com o capital: agora chegam com a expertise.
Esse acompanhamento segue até que o fundo tenha alcançado seu objetivo. Pode ser um valuation específico da empresa, uma oferta de compra da sua participação ou um IPO. Nesse ponto, sua participação é vendida, e aquele investimento inicial se consolida como lucro.
Nesse ponto a assembleia de cotistas é acionada. Há duas opções: distribuir esse lucro ou reinvesti-lo. Cabe a essa assembleia determinar se o fundo continuará operante ou se ele vai consolidar o lucro para quem apostou nele lá no começo.
Quais os tipos de FIP fundo de investimento em participações?
Os tipos de FIP são:
- Capital semente;
- Empresas emergentes;
- Infraestrutura (FIP-IE) e Produção Econômica intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I);
- Multiestratégia.
1. Capital Semente
Primeiramente, o capital semente tem como foco a aquisição de participações em companhias com receita bruta anual de até R$ 16 milhões.
Quem deseja investir em FIP com alto potencial de lucro, mas com risco, pode optar por essa modalidade. Sendo assim, seu objetivo é investir em empresas que ainda estão começando e, com isso, ter a possibilidade de altas rentabilidades.
2. Empresas Emergentes
O FIP de empresas emergentes já abarca empresas que tenham receita bruta anual de até R$ 300 milhões, voltadas para companhias um pouco maiores do que o grupo anterior.
3. Infraestrutura (FIP-IE) e FIP Produção Econômica intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I)
Por outro lado, essa modalidade foca na infraestrutura do FIP, pois possui foco para investimento em projetos de infraestrutura. No caso dos FIP-IE’s, setores como saneamento, construção civil, energia, irrigação, enfim, áreas definidas pelo Poder Executivo.
Já os FIP-PD&I se envolvem no desenvolvimento de pesquisas para essas mesmas áreas, buscando torná-las mais estratégicas ou eficientes. Para ambos é necessário que haja um mínimo de 5 cotistas, nenhum dos quais pode possuir mais de 40% do fundo ou de seus rendimentos.
4. Multiestratégia
Por fim, o multiestratégia volta-se para estratégias que não se classificam em outras características, permitindo aportes em diversos tipos e portes de companhias.
Essa categoria de fundo pode, inclusive, alocar 100% do seu patrimônio em investimentos no exterior. Entretanto, para isso, ele deve estar disponível apenas a investidores profissionais.
Como é a estrutura de um FIP Fundo de Investimento em Participações?
Diversos atores são necessários para tornar os Fundos de Investimento em Participação viáveis e motores de desenvolvimento econômico. Cada um desses atores e sua participação você confere no esquema abaixo:
- Cotistas
Os cotistas são os investidores que aplicam recursos no FIP. Eles podem ser investidores individuais ou institucionais, e devem ser qualificados ou profissionais. Os cotistas têm participação no fundo proporcional ao valor investido e compartilham dos retornos e riscos.
- Gestão do Fundo
A gestão do fundo é responsável por tomar decisões de investimento e gerenciar o portfólio do FIP. Isso inclui selecionar as empresas nas quais o fundo irá investir, bem como tomar decisões estratégicas para essas empresas. A gestão é crucial para o desempenho do FIP.
- Administrador
O administrador é responsável por aspectos operacionais e administrativos do FIP, como a manutenção de registros, a realização de assembleias de cotistas e o cumprimento de obrigações regulatórias.
- Auditoria Independente
Os FIPs são obrigados a contratar uma auditoria independente para avaliar suas demonstrações contábeis. Isso garante que as informações financeiras do fundo sejam precisas e confiáveis, proporcionando transparência aos cotistas.
- Assessoria Especializada
Para garantir a conformidade com as normas da CVM, os FIPs devem contar com assessoria especializada. Essa assessoria auxilia o fundo em questões legais e regulatórias, garantindo que as operações estejam de acordo com as normas aplicáveis.
- Taxas e Custos
Os FIPs têm custos associados, incluindo taxas de administração, contabilidade e auditoria. Esses custos são geralmente cobrados como uma porcentagem do patrimônio do FIP e são usados para cobrir as despesas operacionais do fundo.
- Regulamentação
Os FIPs são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através da Instrução Normativa 578. Isso estabelece os requisitos e obrigações que os FIPs devem cumprir, incluindo questões de transparência, governança e proteção aos investidores.
- Captação de Recursos
Os FIPs captam recursos através de cotistas para investir em empresas. A captação pode ser feita através de uma oferta pública de investimentos, e os recursos captados são usados para adquirir participações em empresas, geralmente não listadas em bolsa.
Além disso a sua estrutura deve contar com a contratação de auditoria independente. Seu objetivo é garantir a conformidade das demonstrações contábeis do fundo.
Sendo assim, seus custos são as taxas de administração, contabilidade e auditoria. Esses valores podem chegar a até 2,5% do patrimônio do FIP.
Por fim, um dado importante é o de que as captações via FIP precisam contar com uma assessoria especializada que garanta que as normas da CVM estejam sendo devidamente cumpridas.
Qual é a tributação de um FIP Fundo de Investimento em Participações?
Os FIP são ferramentas de desenvolvimento nacional – e, por isso, recebem um incentivo tributário. Focado na pessoa física, o investidor que coloca seu dinheiro em fundos do tipo IE e PD&I tem isenção total do imposto de renda. O mesmo, porém, não se aplica à pessoa jurídica, que precisa pagar o mesmo que em outros fundos 15% sobre venda de cotas.
| Investidor | Tributação |
|---|---|
| Pessoa Física | Isento |
| Pessoa Jurídica | 15% sobre venda |
Portanto, investidores dessa natureza que querem realizar um investimento em FIP precisam estar atentos para os preços de entrada e saída para evitar problemas contábeis no futuro.
Vantagens de investir em um Fundo de investimento em participações
Existem três grandes vantagens em se investir em fundos de investimento em participações: consciência limpa, benefício fiscal e chance de valorização.
A principal delas está na natureza do fundo de investir em empresas em fase de maturação. Desta forma, o upside para o investidor se torna expressivo.
Quando você surfa uma onda bem no começo, você tende a aproveitar mais. O mesmo quando se investe em uma empresa que está crescendo. É comum aos FIP’s realizarem todo o processo de amadurecimento da empresa, levando a mesma até um IPO.
A segunda diz respeito ao benefício fiscal. Com a isenção sobre os resultados para pessoa física a sua aposentadoria ganha um alvo bem mais interessante. Você pode garantir que seu dinheiro esteja rendendo acima de indicadores básicos da economia e acompanhar o desenvolvimento de empresas com o seu dinheiro.
O que nos leva à última vantagem: a natureza desse investimento. Os Fundos de Investimento em Participação movimentam a economia ao injetar o capital ocioso do investidor em negócios. Eles mobilizam a economia, injetam capital em crescimento e, nos casos dos IE e PD&I, podem gerar benefícios sociais como estradas, tratamento de esgoto e ciência – enquanto te fazem lucrar!
Quais são os riscos de investir no FIP fundo de investimento em participações?
Nem tudo são flores, e não há investimentos sem riscos. Com os FIP não é diferente. Não se comportando como um fundo de investimento comum – e se aproximando um pouco dos FIIs – podemos listar como principal risco, a falta de liquidez. Os riscos de concentração e de gestão, importantes a serem considerados, estão listados abaixo para você entender melhor a sua natureza.
1. Risco de Liquidez 
O Risco de Liquidez é um dos principais riscos associados aos Fundos de Investimento em Participações (FIPs). Os FIPs geralmente investem em empresas que não são listadas em bolsa, o que significa que não há um mercado secundário prontamente disponível para vender esses investimentos.
Além disso, os FIPs são estruturados como fundos de condomínio fechado, o que significa que os investidores não podem resgatar suas cotas a qualquer momento.
Isso pode ser problemático para os investidores que precisam de acesso a seus fundos em um curto prazo. A falta de liquidez pode resultar em dificuldades para vender participações a um preço justo em um período de tempo desejado.
2. Risco de Concentração 
Os FIPs tendem a ter uma carteira concentrada, muitas vezes investindo em um pequeno número de empresas ou em um setor específico. Isso pode levar ao Risco de Concentração, onde o desempenho do fundo é altamente dependente do sucesso de um pequeno número de investimentos.
Se um ou mais desses investimentos não tiverem um bom desempenho, isso pode ter um impacto significativo no valor geral do fundo.
Outra concentração ocorre em setores específicos, o que pode deixá-lo particularmente vulnerável a eventos adversos ou ciclos de mercado.
Diversificar investimentos em diferentes setores ou tipos de empresas pode ajudar a mitigar esse risco, mas os investidores em FIPs devem estar cientes de que a natureza concentrada desses fundos podem levar à maior volatilidade.
3 Risco de Gestão 
O desempenho dos FIPs é altamente dependente das habilidades e decisões dos gestores de fundos. Esses gestores são responsáveis por identificar e investir em empresas com alto potencial de crescimento.
No entanto, se os gestores fizerem escolhas de investimento pobres ou não conseguirem agregar valor às empresas em que investem, seus retornos serão menores que o esperado.
Os gestores de FIPs geralmente têm uma abordagem de gestão ativa, o que significa que eles estão envolvidos na tomada de decisões estratégicas das empresas em que investem. Isso pode ser benéfico se os gestores tiverem experiência e habilidades, mas também pode ser arriscado se eles não tiverem o conhecimento necessário para tomar decisões informadas.
Os investidores devem avaliar cuidadosamente a experiência e o histórico dos gestores antes de investir em um FIP.
Quem pode investir em um FIP Fundo de Investimento em Participações?
É verdade que nem todos podem em um fundo FIP, pois as regras da CVM restringem o acesso a esse fundo devido a seu elevado risco e baixa liquidez. Os fundos são destinados a investidores qualificados, com no mínimo R$ 1 Milhão investidor, ou investidores profissionais – aqueles com certificados como os CFA, CNPI e similares.
Vale a pena investir em FIP fundo de investimento em participações?
Para saber se esse investimento vale a pena, primeiramente, é possível saber que este fundo é uma ótima opção para investidores qualificados e focados no longo prazo.
Com a capacidade de influenciar na gestão de companhias, e de investir em empresas com alto potencial, o investidor pode ter muitos ganhos com este investimento.
Por isso, o investidor precisa de foco no longo prazo e que o gestor consiga influenciar positivamente na companhia.
Quais são os FIPs listados na Bolsa?
Existem 18 FIPs listados na Bolsa. Entretanto, eles também são voltados apenas para investidores qualificados e profissionais. Ou seja: é possível investir neles através da compra de suas cotas no home broker. Segue a lista abaixo:
| Nome do fundo | Ticker |
|---|---|
| ATHON ENERGIA ESG I FDO INV PART EM INFRAESTRUTURA | AATH |
| AZ QUEST INFRA-YIELD II FIP IE | AZIN |
| BRZ INFRA PORTOS FDO, INV. EM PART. INFRAESTRUTURA | BRZP |
| BTG PACTUAL IE DIV. FDO INV. PART. IE | BDIV |
| ENDURANCE DEBT FDO. INVEST. PART. INFRA. | ENDD |
| FDO INV PART IE BB VOTORANTIM ENERG SUSTENT I | ESUU |
| FDO INV PART IE BB VOTORANTIM ENERG SUSTENT II | ESUD |
| FDO INV PART IE BB VOTORANTIM ENERG SUSTENT III | ESUT |
| FDO INV PART NOVA RAPOSO – MULTIESTRATEGIA | NVRP |
| INVESTIDORES INSTITUCIONAIS FDO INV PART MULTIESTR | OPEQ |
| KNOX DEBT FDO. INVEST. PART. INFRAESTRUTURA | KNOX |
| OPPORTUNITY HOLDING FDO INV PART MULT INV NO EXT | OPHF |
| PATRIA INFRAESTRUTURA ENERGIA CORE FIP INFRA | PICE |
| PERFIN APOLLO ENERGIA FIP EM INFRAESTRUTURA | PFIN |
| PORTO SUDESTE ROYALTIES – FIP-IE | FPOR |
| PRISMA PROTON ENERGIA FDO. INVEST. PART. INFRA. | PPEI |
| VINCI ENERGIA FDO INV PART IE | VIGT |
| XP INFRA II FDO DE INV PART IE | XPIE |
O que é fundo de investimento em participações?
O FIP investe em participações ativas em empresas. Essas empresas podem ser tanto as de capital aberto quanto as de capital fechado. Há, também, a possibilidade de investir em sociedades limitadas.
Como funciona o FIP?
Esses fundos adquirem empresas buscando uma atuação mais ativa na administração das empresas. Ou seja, buscam um controle operacional das companhias. Pelo menos de 90% do patrimônio desses fundos deve estar em ações e títulos de empresas.
O que é Fip ie?
O FIP-IE foca na infraestrutura do FIP, ou seja, investimento em projetos de infraestrutura ou produção econômica intensiva nas áreas de energia, água, saneamento básico, transporte e outras áreas prioritárias.
Como investir em FIP?
Os FIP podem ser adquiridos direto no seu home broker usando os códigos dos tickers acima
Qual a diferença de FIP e Private Equity
O FIP é um tipo de private equity, mas há outras modalidades de investimento que também se enquadram nessa categoria – private equity é um termo genérico que se aplica a várias categorias de investimento, uma das quais é o FIP.
Qual a principal diferença entre FIP e fundo de ações?
Os limites estabelecidos de investimento e os princípios. Os fundos de ações possuem outros limites de diversificação, enquanto os princípios de um FIP são os de desenvolvimento, com os fundos de ações sendo o lucro.
Como declarar um FIP?
Enquanto fundos, eles ficam no grupo 07, código 06 do IR. Você deve inserir o CNPJ do fundo e seu nome nos campos respectivos.
