Confira as 5 small caps que mais valorizaram em setembro

O Ibovespa, maior índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o mês de setembro com uma baixa de 4,80%, embalando seu segundo mês consecutivo no vermelho. O índice SMLL, que representa as small caps do mercado, no mesmo período caiu 6,73%. No entanto, algumas empresas de baixa capitalização de mercado fecharam o mês passado no azul.

Embora o mercado tenha sentido o peso do risco fiscal no Brasil, sobretudo com a implementação do Renda Cidadã, além da proximidade das eleições norte-americanas, algumas small caps desempenharam substancialmente acima do mercado como um todo, trazendo bons resultados para seus investidores.

De acordo com o SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, seguindo seus critérios metodológicos, confira quais foram as cinco ações que mais valorizaram em setembro, reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.

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Taurus

Fundada em 1939, a Taurus (TASA4) é uma companhia “estratégica de defesa” e fabricante de armamentos, que emprega mais de 2.100 pessoas no Brasil e exporta para mais de 100 países.

A companhia iniciou suas atividades como forjaria, passando a produzir revólveres na década de 1940 e consolidando sua presença nos mercados de armas brasileiros e norte-americano a partir da década de 1980.

Passando por um turnaround, a companhia apresentou um expressivo aumento na receita líquida reportada no segundo trimestre deste ano em comparação com o ano passado, de 81,9%. No mesmo período, porém, o custo dos produtos vendidos (CPV) também cresceu substancialmente, 59,8%.

Para Evandro Medeiros, especialista em renda variável da SUNO Research, “a despeito da melhora top-line na empresa, sua situação financeira ainda é frágil”. A alavancagem financeira da empresa, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), está em 4,4 vezes, patamar considerado alto pelo mercado.

Na última terça-feira (29), a Taurus informou que está próxima de fechar uma joint-venture com uma empresa brasileira fornecedora do setor automotivo. Com isso, a companhia espera “atingir um novo patamar estratégico global”.

As ações da empresa encerraram setembro com uma alta de 22,8%, sendo cotadas a R$ 7,90. Nos últimos 12 meses, o retorno é de 135,12%.

Unidas

A Unidas (LCAM3), sediada em São Paulo, conta com mais de 35 anos de história. A empresa é a líder do segmento de Gestão de Terceirização de Frotas (GTF) e a vice-líder no segmento Rent a Car (RAC), de aluguel de veículos.

Ao todo, a empresa detém mais de 165 mil veículos e 338 lojas — sendo 217 de aluguel de carros e 121 de venda de seminovos. A companhia também destaca as parcerias internacionais, firmadas com a Enterprise e a Alphabet.

A companhia, inicialmente criada por meio do M&A de 5 empresas e 2 patrocinadores financeiros na década de 1980, concluiu uma fusão com a Locamerica em 2018. Recentemente, a empresa anunciou uma intenção de combinação de negócios com a Localiza (RENT3), sua maior concorrente, o que criaria uma gigante empresa do setor.

Segundo Medeiros, é difícil saber se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovará a fusão por completo, “mas caso o processo de M&A seja concluído, seu market share combinado seria de aproximadamente 47%, a tornando um verdadeiro colosso do setor”.

Para o especialista, a Unidas é uma “forte geradora de caixa que tem apresentado um robusto crescimento ao longo dos últimos anos. Sua posição de caixa de R$ 2,1 bilhões é bastante confortável para lidar com o atual contexto econômico”.

Em setembro, os papéis da Unidas valorizaram 16,42%, indo para R$ 23,75.

Iochpe-Maxion

A Iochpe-Maxion (MYPK3) é uma multinacional líder mundial na produção de rodas automotivas. Além disso, é um dos principais produtores de componentes estruturais automotivos no continente americano.

A empresa está em processo de internacionalização, procurando oportunidades de crescimento, seja orgânico ou por meio de aquisições. O foco da companhia está no desenvolvimento de sua produção no segmento de alumínio, onde o potencial de aumento de participação no market share é grande.

No entanto, como aponta Medeiros, “é um momento delicado para o mercado de autopeças, dados os atrasos nos pedidos e paralisação de fábricas, além da menor demanda por veículos. Caso observemos retomada do setor e nosso câmbio permanecer depreciado, é possível ver níveis de receita pré-pandemia em breve”.

Para ele, a diversificação geográfica da companhia e a consequente exposição a moedas estrangeiras é um fatos que abrandou os efeitos da empresa, embora o cenário continue desafiador.

As ações da companhia encerraram o mês passado com uma alta de 19,13%, sendo cotadas a R$ 13,70. Nos últimos 12 meses, entretanto, o retorno da terceira das small caps de setembro é negativo em 20,42%.

Randon

A Randon (RAPT4) configura-se como um grupo de 12 empresas no segmento de transporte e exportação, que operam em cargas terrestres, veículos rebocados, vagões ferroviários e veículo especiais. Participa do Nível 1 de Governança Corporativa da B3.

Atualmente, a companhia detém uma posição de liderança no mercado nacional, além de operar em mais de 100 países. O grupo diz que “historicamente tem apresentado uma geração de caixa consistente, o que permite manter a dívida sob controle, além de permitir a realização dos investimentos necessários”.

Assim como ocorrido com a Iochpe-Maxion, a Radon também sentiu os impactos da pandemia no setor de autopeças, sobretudo com a interrupção dos parques fabris das montadoras em abril. A divisão montadora da empresa também vem sofrendo com a crise. No entanto, desde maio pôde ser observada uma recuperação gradual, com robustos resultados em junho e julho, aponta o especialista.

Medeiros pontua que a alavancagem da empresa, por mais que o Ebitda tenha recuado, continua controlada, de 1,88 vezes, e uma liquidez imediata (relação do caixa e equivalentes com o passivo circulante) de 1,3 vez.

Em setembro, as ações da Randon subiram 13,42%, chegando a R$ 12,17. O resultado deste ano, entretanto, ainda é negativo em aproximadamente 13%.

Duratex

A Duratex (DTEX3), criada em 1951, é uma companhia que opera nos segmentos de madeira, deca e revestimentos cerâmicos. Detém 6 unidades florestais e 16 unidades no Brasil, além de 3 fabricas na Colômbia. Cerca de 40% das ações da empresa estão sob posse da Itaúsa (ITSA4), enquanto 20% são do Grupo Ligna, e 20% estão em free float na bolsa brasileira.

Conforme comentou o especialista, “apesar das adversidades econômicas ocasionadas pela pandemia, o setor de construção civil tem apresetado certo fôlego, impulsionado pela taxa básica de juros da economia (Selic) baixa e por ser considerado atividade essencial, tendo sofrido poucas paralisações em comparação com outros setores.

Mesmo assim, o volume comercializado da marca Deca caiu 16,1% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Medeiros destacou a divisão de cerâmicos, com elevação do volume expedido de 205,1% em comparação a 2019, mas que manteve-se estável frente ao primeiro trimestre.

Atualmente, o valor de mercado da companhia, que é uma das principais small caps do mercado, é de R$ 12,39 bilhões. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa apresentaram uma valorização de 51,74%, tendo encerrado setembro com uma alta de 12,70%, cotadas a R$ 17,93.

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Jader Lazarini

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