Rumo (RAIL3) é top pick do setor de infraestrutura, apesar do El Niño, diz XP; entenda

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (22), a XP revisou cobertura de infraestrutura no Brasil e destacou que a Rumo (RAIL3) é a preferida do setor, por ter um viés positivo no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 2024. 

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Segundo a XP, com as projeções de inflação permitindo cortes sequenciais da Selic e taxas de juros de longo prazo mais baixas, as ações de infraestrutura tendem a ter bom desempenho. 

No entanto, analistas dizem que Rumo e Hidrovias do Brasil (HBSA3) ficaram para trás na recente melhoria macro, principalmente por causa dos riscos do El Niño para as culturas de grãos e navegação hidroviária. 

Embora reconheça os riscos potenciais para as colheitas, a XP mantém a Rumo como principal escolha. “Estamos positivos a partir de 2025, pois esperamos poder de precificação contínua”, explicam.

Dada a alta quantidade de volume contratada pela Rumo para este ano, dizem os analistas, o principal risco é que uma safra potencialmente fraca em 2024 tenha eventual impacto nas negociações tarifárias para 2025.

Sobre a Hidrovias do Brasil, a avaliação é vista como atrativa, em 6,1 vezes o EV/EBITDA e a maior taxa interna de retorno (TIR) da cobertura, com 13,2%. A recomendação é de compra, com preço estimado em R$ 5,20. 

Em relação à CCR (CCRO3), a XP tem uma visão positiva sobre o setor, com a continuidade do forte desempenho melhor do tráfego das rodovias, risco mais baixo de investimento de inflação e avaliações atrativas. A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 16,60. 

Quanto à logística portuária, a Santos Brasil (STBP3) é vista como um case forte. A XP reitera recomendação de compra, com meta estabelecida em R$ 13,60. Os analistas apontam um cenário competitivo positivo, forte remuneração aos acionistas e avaliação atrativa de 8,7x EV/EBITDA em 2024, como indicadores. 

Rumo: volume transportado em dezembro sobe 15,3% na comparação anual

Rumo (RAIL3) transportou 6,20 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) em dezembro do ano passado, alta de 15,3% na comparação anual e queda de 5,9% sobre os volumes transportados em novembro. Em 2023, a Rumo transportou 77,26 bilhões de TKU, um crescimento de 3,1% na comparação com o ano anterior.

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O resultado ficou dentro da meta de crescimento prevista pela empresa de transportar entre 76 bilhões e 78 bilhões de TKU no ano passado.

Os produtos agrícolas da Rumo responderam por 5,11 bilhões de TKU, toneladas por quilômetro útil, no mês passado, uma alta de 17,1% na comparação com dezembro de 2022 e queda de 7,7% comparado com novembro.

Já os produtos industriais da Rumo somaram 741 milhões de TKU em dezembro de 2023, queda de 4,7%, na comparação com igual mês de 2022, e alta de 2,5%, na comparação com novembro. Os maiores volumes transportados foram combustíveis (471 milhões de TKU) e madeira, papel e celulose (220 milhões de TKU).

“Estamos positivos com os preços de frete. A Rumo apresentou uma recuperação importante na produtividade durante 2023, e vemos fortes perspectivas de precificação de alternativas de transporte de grãos para 2024 (acreditamos que tanto a Rumo quanto a HBSA estão altamente contratadas para 2024, ajudando a mitigar os riscos relacionados às culturas). Vemos o cenário restrito de S&D como o principal impulsionador da precificação”, completa o XP.

Desempenho anual das ações da Rumo

Cotação RAIL3

Gráfico gerado em: 22/01/2024
1 Ano

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Vinícius Alves

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