Renda fixa 2023: quais os melhores investimentos para este ano?

Como ocorreu em 2022, a taxa Selic deve se manter estável em 13,75% ao ano ainda por um tempo em 2023. Isso mantém atrativos os investimentos em renda fixa.

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Mesmo com o cenário econômico internacional e a incerteza política no campo doméstico favorecendo investimentos de baixo risco, para Bruno Piacentini, economista, CEA, CNPI-T, sócio e professor da Eu me Banco, a melhor estratégia para qualquer perfil de investidor e cenário continua sendo a diversificação da classe de ativos, o que inclui a renda fixa na carteira

“Muitos investidores cometem o erro de não diversificar seu capital e buscam ondas nas oscilações de cenário. Mas, até mesmo quando a Selic chegou a 2% ao ano em sua mínima histórica, era importante aa utilização da renda fixa no portfólio”, avaliou em entrevista à Suno.

Frederico Nobre, líder da área de análise de ações na Warren, também destacou a importância da diversificação do portfólio: “Em 2023, claro que a renda fixa é uma das estratégias interessantes para o ano, mas não a única. Ao observar o preço das ações, do mercado local, os fundos imobiliários também nos parecem bem atrativos. É uma oportunidade para o investidor, principalmente para os focados em longo prazo”, disse ele.

Renda fixa e a Selic

Em linha com o Boletim Focus, Piacentini acredita que a taxa básica de juros somente diminuirá no final de 2023 e início de 2024. Dessa forma, a escolha da carteira de investimentos também vai depender do perfil do investidor e cenário: “A renda fixa não é única: os ativos financeiros podem rentabilizar o investidor de forma prefixada, pós-fixada ou até mesmo híbrida (mescla das duas anteriores)”, pontuou.

Para o especialista de análise de ações, apesar de ainda não estar claro sobre o movimento de baixa da Selic, ele acredita que neste ano já haverá uma queda dos juros: “A questão do arcabouço fiscal é o maior risco pra gente hoje, mas, no nosso cenário base, a depender do arcabouço fiscal, a gente entende que a Selic deve começar a cair em meados de 2023, por volta de maio ou junho. Então, a gente não acredita em uma nova alta da taxa Selic, pelo menos por agora”, avaliou.

Diante das incertezas atuais, o economista destacou que os ativos prefixados de renda fixa possuem alto risco para o investidor, por causa da marcação a mercado. Mas esses títulos conseguem mostrar exatamente quanto o investidor receberá no vencimento, como o Tesouro Prefixado 2025, que tem como rentabilidade anual 12,54% ao ano (título público federal negociado através do Tesouro Direto, com cotação do dia 18/01/2023).

“Porém, deve-se ter extremo cuidado com a marcação a mercado. Se o investidor precisar, por qualquer motivo, será possível resgatar antecipadamente seu capital, embora a taxa acordada não será necessariamente a paga, já que haverá atualização do título ao preço de mercado”, explicou.

Tesouro Prefixado

Nobre ressaltou também que buscaria títulos isentos de Imposto de Renda (IR), caso de LCI, LCA, CRI, e CRA: “Para o investidor, há vários papéis como esses, com emissão de IPCA+7%, IPCA+8%, CDI+2%, CDI+3% – bem atrativos. Claro que deve se considerar o risco de crédito associado e investir em cada um desses papéis, porque não é risco do governo, mas a gente tem visto empresas sólidas e com bons emissores praticando taxas bem competitivas”, disse.

Com o cenário inflacionário, o Tesouro Prefixado 2026 aponta uma valorização de 5,610% a.a e taxa de 12,39%, nesta quarta-feira. Já o Prefixado 2029 variou 4,210% nos últimos 12 meses e a taxa está em 12,57%, segundo o Status Invest.

O profissional de análise de ações também deu destaque para as letras bancárias, caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB). O CDB tem como referência o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e 100% do título está atualmente rendendo 13,65% ao ano.

“Aí você tem claro o imposto de renda, mas há o fundo garantidor de crédito como proteção. Então, essas duas estratégias são interessantes: uma de mais baixo risco com o FGC e que naturalmente também vai pagar taxas menores, e outra um pouco mais arriscada de renda fixa, buscando bons emissores”, pontuou.

Com isso, Piacentini destacou que pode-se dizer que os ativos prefixados, e até mesmo híbridos, como os que pagam ao investidor a variação percentual do IPCA mais uma taxa fixa, são mais agressivos e podem estar em menor percentual do portfólio. Já os ativos pós-fixados são os mais indicados para este momento, de acordo com o economista, pois não sofrem com a marcação a mercado e possuem uma boa projeção de pagamento, diante do cenário macroeconômico atual e suas projeções.

CDBs de bancos médios e Tesouro Selic

Os investimentos em renda fixa campeões em rentabilidade são os CDBs de bancos médios. Em 2022, esses títulos privados renderam em torno de 8,26%. Com taxas pós-fixadas, esses produtos “surfaram” com a alta da taxa Selic, sendo que muitos desses títulos são indexados ao CDI e ainda possuem uma taxa “extra”.

No geral, os bancos médios possuem maior grau de risco que os bancos mais consolidados, por isso o mercado exige um prêmio maior em relação aos seus produtos de renda fixa. No entanto, os investimentos em produtos bancários possuem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Caso haja qualquer problema de crédito com o banco emissor do título, o FGC pode ressarcir o investidor em até R$ 250 mil.

Em segundo lugar, o Tesouro Selic segue forte, com rentabilidade de 7,16%. Com a garantia do tesouro soberano, esse título possui muita segurança e liquidez. Com sua rentabilidade diária e atrelada diretamente à taxa Selic, o Tesouro Selic é bastante usado como reserva de emergência. Porém, com seu retorno em alta, esse título público também tornou-se um ótimo investimento.

Os CDBs de bancos grandes, chamados no linguajar do mercado de “bancões”, oferecem taxas menores que os bancos médios e pequenos. Pelo seu grau de segurança maior, sua rentabilidade é muito próxima até mesmo da Caderneta da Poupança, que aparece em quarto lugar na lista dos melhores investimentos de 2022.

Fundos de Infraestrutura: riscos e vantagens que você precisa conhecer

Outra sugestão são os fundos de infraestrutura (FI-Infra) que investem em debêntures incentivadas e são negociadas na bolsa de valores (B3). Com esses ativos, os investidores podem alocar seu capital em projetos de infraestrutura e obter rentabilidade acima da média do mercado.

Mas quais as vantagens em investir em FI-Infra? Quais os riscos desse mercado?

No geral, esses fundos possuem uma estrutura semelhante à dos fundos imobiliários, pagando rendimentos isentos de impostos.

Porém, em vez de estarem inseridos no mercado de imóveis, os FI-Infra investem em infraestrutura, emitindo ou comprando dívidas do setor de energia, transporte e estradas.

Para expor melhor as características dos fundos de infraestrutura, consultamos dois especialistas do setor, que apontaram as vantagens e desafios deste segmento de mercado.

Ambos destacaram o retorno acima da média, mas apontaram a necessidade de ser criterioso na identificação das boas gestoras de fundos.

Pós-fixados

Vinicius Romano, analista de Renda Fixa da Suno Research, explicou como funciona esse cenário em entrevista ao Suno Notícias.

Com o aumento do risco fiscal dados os acontecimentos recentes, investidores discutem as possibilidades de alocação, especialmente em renda fixa.

Segundo Romano, a melhor opção no momento é por títulos de renda fixa que sejam pós fixados.

“O pós-fixado acaba sendo mais seguro e, nesses momentos, o mais atrativo, já que você está indexado. E se nesses momentos o Banco Central é autônomo é a ‘principal defesa’, acho que o pós-fixado é uma alocação quase que estrutural na carteira de todo mundo”, comenta.

O ativo em questão, o Tesouro Selic, remunera o investidor com a taxa Selic anualizada somada a uma variação de uma pequena porcentagem, chamada de ágio ou deságio. Ou seja, em suma o ativo paga a Taxa Selic.

Romano explica que nesse cenário o título de renda fixa atrelado aos juros que é pós-fixado é mais atrativo.

“O rendimento é diário. Em um caso de uma Selic de 13,75%, o ativo renderá, todo dia, o proporcional a uma taxa de 13,75% ao ano – o que conhecemos como marcação a mercado. Se a taxa sobe, o fator diário sobe e o título passa render em valor referente à nova taxa, de 14% por exemplo”, afirma.

“O pós-fixado é mais seguro porque se eventualmente a taxa Selic cair para 12,75%, por exemplo, você não perde dinheiro, você simplesmente passa a ter rendimentos menores”, conclui, sobre o cenário de alocação em renda fixa.

Diversificação em renda fixa

Especialistas do mercado financeiro costumam recomendar ‘distribuir ovos em diferentes cestas’. Da mesma forma que investir apenas em ações de empresas não garante um retorno seguro ao investidor, vale a pena investir só em renda fixa?

“Partindo do pressuposto de que ativos de renda fixa pós-fixados têm maior segurança no Brasil, se você aplicar todo o seu patrimônio em Letras Financeiras do Tesouro (LFT) pós-fixado de curto prazo, a probabilidade de não receber isso de volta – ou ter qualquer dor de cabeça – é muito curta. O risco é praticamente zero. Faz sentido fazer isso se seu perfil for ultraconservador. No entanto, o que é melhor, no geral, é ter um pouco de tudo”, responde Caio Copetti.

Mesmo na renda fixa, o especialista recomenda sempre haver diversificação em outros indexadores. “Uma parcela significativa do capital deve sempre estar em ativos pós-fixados, em ativos de menor risco, como o CDI. Além disso, é importante buscar uma tendência de seguir menor risco de crédito, como o governo federal e grandes bancos ou empresas”, diz o sócio da SVN.

Com o tempo e melhor entendimento do apetite ao risco, o investidor pode aumentar seu grau de exposição em outros papéis de renda fixa, como IPCA ou pré-fixados, dentro do prazo que o deixe confortável. “A economia muda muito rápido, por isso a importância da diversificação.”

Pré ou pós fixado?

Ao escolher entrar em posições de renda fixa, os especialistas consultados pela reportagem apontam que os riscos devem ser ponderados e a principal cautela do investidor deve ser a revisão dos indexadores.

Por exemplo, em um título de renda fixa atrelado ao IPCA, o investidor deve obter a compreensão de como está o cenário da inflação, quais as projeções dos analistas e o que está sendo avaliado pelo mercado.

Além disso, escolher entre pré e pós fixados também deve ser um motivo de revisões antes de realizar o investimento.

“Atualmente o pós fixado tem o benefício da liquidez, para dar liberdade ao investidor de movimentar a sua carteira, e também acompanhar a alta da Selic enquanto essa continuar. O prefixado vale ter como forma de ‘garantir’ uma taxa muito acima da média histórica da renda fixa, e que pode sumir a qualquer momento à medida que a taxa básica de juros comece a cair”, analisa Alves, da Ação Brasil.

O que você precisa saber sobre CDB para começar a investir

O Certificado de Depósito Bancário, popularmente conhecido pela sigla CDB, é um título de renda fixa que garante segurança ao investidor. Além dessa modalidade de investimento estar coberta pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, o investidor tem acesso a taxas que serão aplicadas no momento da compra do título, que funciona como uma operação de crédito pessoal – o investidor empresta um valor à instituição bancária, que vai devolver dentro do prazo estabelecendo pagando “juros”.

Como Investir

Assim como outros papéis financeiros, é necessário ter um CPF regularizado e uma conta em uma corretora ou banco para que a transação seja concluída. Os aplicativos atuais são de fácil manuseio, em sua maioria – você deve ir até a aba que mostra os produtos de renda fixa e selecionar os CDBs.

Na hora de escolher é importante analisar o valor de aplicação mínima, remuneração, data de vencimento e se há alguma taxa sobre essa operação. Após escolher o que melhor se adequa ao seu objetivo, é só realizar a transação. O valor acordado irá retornar para você na data prevista.

Tipos de CDB

É possível encontrar diversos valores e prazos de CDBs nas corretoras e instituições bancárias. Nos rendimentos prefixados a taxa já é conhecida no momento da aplicação e não sofre alterações até a data do recebimento, sendo possível saber exatamente quanto irá voltar no fim do prazo.

Já nos títulos pós-fixados a rentabilidade não está definida: ela acompanha um indicador econômico – o mais comum é o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que gera uma taxa que anda muito próximo da Selic e pode variar ao longo do tempo. Os valores dos pós-fixados podem variar, e a grande maioria oferece mais de 100% do CDI.

Além das duas modalidades, é possível encontrar CDBs híbridos, ou seja, que mesclam as duas formas de rentabilidade pré e pós-fixadas. Por exemplo, é oferecida uma taxa fixa mais um valor que acompanhe um indicador econômico, como por exemplo: IPCA + 6% ao ano.

Liquidez do CDB

Entre a maioria dos produtos ofertados nesta modalidade de investimento o investidor encontrará liquidez diária, ou seja, o dinheiro pode ser retirado da aplicação a qualquer momento antes do vencimento sem perder a rentabilidade que conquistou até ali. Por isso, os CDBs também são conhecidos como um substituto da poupança.

Apesar de apresentar liquidez diária na maioria dos casos, existem exceções. É importante entender que os títulos que apresentarem liquidez diária tendem a ofertar rentabilidade menor e prazos mais curtos.

Investimento mínimo

O valor mínimo para investir pode variar, sendo possível encontrar opções que partam de R$ 10 e outras de R$ 1.000. Logo, a aplicação mínima depende do emissor e estará identificada para o investidor.

É comum que as aplicações que tenham prazos mais longos, baixa liquidez e maior rentabilidade tenham um valor mínimo mais elevado.

Tributação

O investidor deverá declarar seus investimentos em CDB no imposto de renda, a cobrança varia conforme o período que ficou “emprestado” o dinheiro. Para aplicações de até 180 dias a alíquota é de 22,5%, já no período de 181 a 360 dias a porcentagem desce para 20%.

Quanto maior o prazo da aplicação, menor será a cobrança que incide sobre o valor. Sendo assim, entre 361 e 720 dias a porcentagem é de 17,5%, mas acima de 720 dias a alíquota fica em 15%.

O investidor em CDB deve atentar sempre a prazos, aplicações e liquidez ajuda na hora de fazer investimentos mais assertivos em renda fixa, ajudando-o a chegar em seu objetivo mais rápido.

Renda fixa: vale a pena ter todo o patrimônio nesse tipo de investimento?

Com a alta da taxa básica de juros, a Selic, desde março de 2021, ativos em renda fixa tornaram-se mais populares entre investidores – principalmente para aqueles com perfil mais conservador, que têm aversão ao risco. Mas não é tudo tão simples ou tão ‘fixo’ assim. “Há apenas um indexador que é privilegiado no cenário de alta da Selic: os ativos indexados nela mesma. Pensando em renda fixa, é importante saber que nem sempre há garantia de um retorno fixo, exceto, claro, nos ativos pré-fixados”, explica Caio Copetti, sócio-fundador e Assessor Sênior de Investimentos na SVN Investimentos, em entrevista ao Suno Notícias.

No Brasil, a taxa Selic é o indicador que serve como balizador de retorno da renda fixa. Em março de 2021, os juros saíram de 2% ao ano para 2,75% a.a., em um primeiro movimento do Banco Central do Brasil (BC) para conter a escalada da inflação. Atualmente, a Selic mostra sinais de estabilização, em 13,75% a.a., enquanto a inflação segue como um dos maiores desafios da economia brasileira.

É possível se beneficiar de um cenário macroeconômico mais desafiador ao escolher os ativos certos. “No longo prazo, o Brasil mostrou ter tendência de uma inflação maior. Se isso está a favor do investidor – ou seja, a inflação remunerando seu capital –, ele fica protegido da elevação de preços e tem um rendimento em cima disso”, pondera Copeti.

Rentabilidade dos fundos de infraestrutura: maior que da renda fixa tradicional

De acordo com Miguel Ferreira, CEO da Bocaina Capital e gestor do FI-Infra BODB11, a necessidade de investimentos para esse setor no Brasil é muito grande, com espaço para crescimento do capital privado no financiamento de projetos de infraestrutura.

Isso reforça o quanto o setor é promissor como investimento. Embora os fundos de infraestrutura sejam investimentos de renda variável, os ativos de suas carteiras são de renda fixa, geralmente indexados ao IPCA. Por isso, os rendimentos dos FI-Infra tendem a ficar acima da inflação, trazendo ganhos reais aos seus investidores.

Os ativos que fazem parte da carteira dos FI-Infra são as debêntures incentivadas, títulos de dívida associados a projetos de infraestrutura. Neste caso, são dívidas do setor privado, dos segmentos de energia, saneamento, rodovias, entre outros. O mercado espera uma rentabilidade maior dessas debêntures, uma vez que os títulos públicos possuem risco menor.

Deste modo, o prêmio pago pelas debêntures incentivadas precisa superar os títulos do tesouro nacional, principalmente aqueles indexados ao IPCA. O investidor pode escolher se expor a esse mercado comprando debêntures por conta própria, ou investindo em fundos de infraestrutura.

De olho na rentabilidade, mas atento aos riscos

Diogo Arantes, consultor financeiro e criador do FII Fácil, lembra que os FI Infra possuem debêntures com taxas melhores do que os ativos do mercado secundário (aqueles em que a pessoa investe diretamente nas corretoras).

Porém, os fundos de infraestrutura também possuem o que Arantes chamou de “risco de mercado”. “Há uma volatilidade maior. Ou seja, para você vender o ativo, corre-se o risco de o preço do fundo estar menor que o de compra”, destaca.

Já na renda fixa tradicional, caso o investidor espere até o vencimento do ativo, teoricamente não terá prejuízo.

Além disso, os fundos de infraestrutura também têm riscos de crédito. As debêntures incentivadas são dívidas emitidas por empresas. Mesmo que existam garantias e instrumentos de controle de risco, o investidor precisa ficar atento na escolha do Fi-Infra.

Isenção de imposto de renda nos rendimentos e ganho de capital

Assim como nos fundos imobiliários, os fundos de infraestrutura também possuem isenção de imposto de renda nos seus rendimentos.

Praticamente todos os meses, os investidores de FI-Infra recebem dividendos sem qualquer tributação, grande vantagem para quem possui esse tipo de ativo em carteira.

Miguel Ferreira afirma que investir em fundos de infraestrutura possui esta vantagem: “Baixa volatilidade com retorno estável”.

Como complemento, o gestor acredita que é possível trabalhar uma boa quantidade de investimentos, com estabilidade de receita e rendimento acima da inflação.

Porém, os FI-Infra ainda possuem uma vantagem sobre os FIIs que muitos investidores desconhecem. O fundos de infraestrutura são isentos de impostos sobre o ganho de capital.

Ou seja, é possível vender as cotas de determinado fundo sem pagar tributos para o governo. Dentro de uma estratégia bem definida, o investidor pode potencializar seus ganhos somando o retorno dos rendimentos com o lucro da venda de cotas.

Em outros tipos de fundos, como os FIIs e o Fiagro, esse tipo de recurso não é possível, uma vez que os investidores precisam pagar imposto de 20% sobre o lucro da venda de seus ativos na bolsa.

Renda fixa nem sempre é fixa

O ponto de atenção principal para o investidor de perfil mais conservador é que nem sempre a renda fixa trará, de fato, um ganho fixo, já que há essa oscilação dos juros no radar. “Ao fazer uma aplicação, é preciso projetar como a Selic estará nos próximos anos”, explica o especialista.

Até na modalidade de investimento que é conhecida como mais ‘segura’ há diversas categorias para analisar antes de aportar. “Para ganhar mais ou menos dinheiro, ainda é preciso se expor ao risco. Um ativo de menor risco vai emprestar dinheiro ao governo federal. A ‘fábrica’ do BC pode imprimir moeda e, com esse poder, o título é mais conservador. Mas o que for feito acima dele buscará uma taxa de ganho maior.”

É possível, ainda, emprestar dinheiro para um banco, por meio de um título como Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA),Certificado de Depósito Bancário (CDB). Se for para uma empresa, isso ocorre por meio de títulos de crédito privado. Mas a orientação é clara: se não quiser perder valor em renda fixa, precisa apostar em ativos indexados ao CDI, que seguem o fluxo do Banco Central.

Outros campeões da renda fixa

O Tesouro Prefixado, que é um título público com taxas fixas até o vencimento, ganhou o sexto lugar entre os melhores investimentos de 2022. Estes títulos garantem o rendimento para quem fica com ele até o vencimento, mas o investidor pode ganhar ou perder dinheiro se vender antes deste prazo. Isto é chamado de marcação a mercado.

O mesmo pode ser dito em relação ao Tesouro IPCA, que ficou em nono lugar da lista dos títulos mais rentáveis de 2022. Com a marcação a mercado, é possível resgatar o título com prejuízo ou lucro maior que a taxa contratada. Mesmo que sua rentabilidade neste ano esteja apenas a 0,48%, dependendo da data da compra do título, esse valor pode ser bem superior ou inferior à rentabilidade de 2022.

Ou seja, os títulos públicos que sofrem marcação a mercado, como o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA, possuem grande volatilidade no dia a dia do mercado. Somente para aqueles que levarem o título até o vencimento terão garantia de “renda fixa”.

Em contraste, diversos produtos de renda variável ficaram bem abaixo dos títulos de renda fixa. Porém, a volatilidade desses investimentos pode “virar o jogo” a qualquer momento. Enquanto isso não ocorre – principalmente por causa dos juros elevados -, a renda fixa segue imbatível.

Por fim, é importante que o investidor faça uma análise sobre a inflação e a taxa de juros antes de investir em renda fixa, sempre se atentando para o prazo dos títulos, liquidez e rentabilidade.

Vanessa Loiola

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