Radar: Petrobras (PETR4) se pronuncia sobre dividendos, Telefônica (VIVT3) pagará restituição aos acionistas e Vale (VALE3) tem preço-alvo cortado

Petrobras (PETR4 disse, em nota divulgada na noite desta quinta-feira (04), que não há decisão quanto à distribuição de dividendos extraordinários da empresa. A petroleira informou ainda que essa medida só deve ser tomada após assembleia com acionistas, prevista para acontecer no dia 25 deste mês.

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Segundo o comunicado, o conselho de administração da Petrobras apresentou à Assembleia Geral Ordinária uma proposta de destinar o valor de R$ 43,9 bilhões, correspondente ao lucro remanescente do exercício de 2023, para ser integralmente alocado na reserva de remuneração do capital.

Até recentemente, a direção da empresa informou que diante da ausência de previsão de prejuízo no curto ou médio prazo, a reserva destinada aos R$ 43 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras seria direcionada para a remuneração dos acionistas.

Embora os R$ 43,9 bilhões não possam ser utilizados para outros propósitos, especialistas acreditam que a retenção desses fundos tem um efeito positivo para a empresa ao aumentar sua reserva de liquidez. Isso significa que a Petrobras terá mais recursos disponíveis, reduzindo as incertezas no mercado.

De acordo com um levantamento realizado pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), a Petrobras se destacou como a petroleira que mais distribuiu dividendos aos seus acionistas em 2023, quando comparada a outras cinco grandes empresas do setor: Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil. Enquanto a Petrobras pagou um total de US$ 20,28 bilhões em dividendos, a segunda colocada, que foi a Exxon (EXXO34), distribuiu US$ 14,95 bilhões aos seus acionistas.

O comunicado de hoje da empresa surge após rumores circularem no mercado na sessão de hoje, tratando da expectativa de que a estatal reveria a retenção do pagamento dos dividendos extraordinários. Em meio a outros fluxos de notícia sobre a empresa, os papéis deixaram a alta e fecharam em baixa de 0,46% (PETR3) e 1,41% (PETR4).

Além de Petrobras, confira outros destaques desta quinta-feira:

Telefônica (VIVT3) vai pagar restituição aos investidores com redução de capital; veja quem recebe

  • Telefônica (VIVT3) informou que com o encerramento do período de oposição dos credores à redução de capital social da empresa, esse processo se tornou “plenamente eficaz”. Dessa forma, a companhia vai pagar uma restituição de R$ 0,90766944153 por ação ordinária aos investidores.
  • A redução de capital social da Telefônica teve aprovação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que aconteceu no dia 24 de janeiro de 2024. Além disso, os requisitos legais para que essa redução acontecesse foram cumpridos.
  • O valor por ação da restituição da Telefônica leva em conta a quantidade de ações ordinárias atualmente em circulação. A quantia também considera o cancelamento de certas ações mantidas em tesouraria, feito no dia 22 de dezembro de 2023.
  • Por outro lado, por causa do programa de recompra de ações da Telefônica, esse valor por ação ainda pode passar por mudanças.
  • O pagamento da restituição será realizado aos investidores com posição comprada nos papéis da companhia até o final da sessão de 10 de abril de 2024. A partir do dia seguinte, 11 de abril, as ações passam a negociar sem direito a essa restituição.
  • Dessa forma, a distribuição vai ser feita em parcela única, no dia 10 de julho de 2024. O valor a ser pago a cada acionista será proporcional ao número de ações VIVT3 que cada um deles possui até a data de corte.

Taesa (TAEE11) pagará menos dividendos? Veja outras elétricas que podem ser boas opções, segundo analistas

  • Taesa (TAEE11) é uma das companhias elétricas mais queridas dos investidores graças ao seu histórico sólido de bom pagamento de dividendos.
  • Entretanto, recentes decisões da companhia indicaram que os dividendos da Taesa talvez não mantenham o mesmo pique ao longo deste ano.
  • No último leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 28 de março, a Taesa não estava entre as companhias elétricas participantes. Segundo o próprio presidente da companhia, Rinaldo Pecchio Jr., a ausência no certame ocorreu em razão do “patamar de endividamento da empresa”.
  • O leilão de concessões de Linhas de Transmissão da Aneel foi uma oportunidade para empresas que dedicaram parte da receita na expansão de sua produção.

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JBS (JBSS3) ou Minerva (BEEF3)? Veja qual empresa o Goldman Sachs valoriza preço-alvo das ações

  • O Goldman Sachs aumentou em 11% o preço-alvo das ações da JBS (JBSS3), estabelecido em R$ 32,4, e reduziu o preço-alvo da Minerva Foods (BEEF3) para R$ 8 por ação, representando uma queda de 13% em relação ao valor anterior. Os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23) de ambas as empresas foram o fator decisivo para a recomendação do banco de investimentos.
  • As ações da JBS fecharam em alta de 2,1%, cotada a R$ 21,43, nesta quinta (4). Os papéis da Minerva caíram 0,74%, a R$ 6,71.
  • O analista Thiago Bortoluci pontua que tanto a JBS como a Minerva Foods enfrentam desafios significativos, incluindo questões relacionadas à demanda global, volatilidade cambial e competição no mercado internacional.
  • Enquanto a JBS recebeu dos analistas um aumento no preço-alvo e estabilidade nas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Minerva Foods enfrenta uma redução no preço-alvo devido a preços de exportação mais fracos.
  • A estabilidade das estimativas para o Ebitda da JBS em 2024/25, apesar de desafios no segmento de US Beef, compensados por melhorias na divisão Seara, foi ressaltada no relatório do banco. Para o estrategista, entre os riscos identificados estão questões relacionadas à execução da dupla listagem nos Estados Unidos e a possível desaceleração da demanda global por proteína.
  • O que pesa para a Minerva Foods, diz o relatório do Goldman Sachs, é a diminuição nas estimativas de Ebitda para este e o próximo ano devido a preços de exportação mais fracos do que o esperado, especialmente no Brasil. Os riscos identificados incluem desafios na integração dos ativos da Marfrig (MRFG3), possíveis embargos e interferências que possam afetar o fluxo regular das exportações, além da volatilidade cambial e política na Argentina.

Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3): balanços mostram cenário ainda desafiador para o setor, diz BB-BI

  • Em relatório mais recente sobre o setor de varejo, o BB Investimentos pontuou que os resultados do 4T23 da Casas Bahia (BHIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3) revelam um cenário ainda desafiador para o segmento, mas com perspectivas de melhora para o primeiro trimestre de 2024, com projeções de desempenho superior ao do Ibovespa.
  • Dentro das companhias do universo de cobertura do BB Investimentos, a casa observou que no mês de março – período em que a temporada de balanços do 4T23 foi encerrada – a Casas Bahia viu seu papel despencar, refletindo os resultados abaixo das estimativas do mercado.
  • As ações da Casas Bahia fecharam o mês de março em queda de 25%, o segundo principal destaque de baixa do Ibovespa. Assim, os papéis reverteram a valorização de 14,58% registrada em fevereiro.
  • Nesta quinta (4) os papéis da Casas Bahia fecharam em queda de 2,96%, a R$ 6,88. As ações do Magazine Luiza encerraram em alta: +4,73%, a R$ 1,77.
  • Após um 2023 difícil, a Casas Bahia continua em contexto penoso, segundo diversos analistas. No quarto trimestre de 2023 (4T23), a companhia apresentou um prejuízo contábil de cerca de R$ 1 bilhão, aumentando as perdas em 513,5% na comparação anual.
  • No caso de sua principal concorrente, o Magazine Luiza (MGLU3), o BB-BI observou que apesar de ter apresentado melhora na rentabilidade, o crescimento moderado das vendas da varejista preocupou o mercado.
  • No período, o lucro líquido ajustado do Magalu foi de R$ 101,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 15,2 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Com isso, a administração chamou esse intervalo de “trimestre da virada”.

Vale (VALE3) tem preço-alvo cortado pelo BBA; enquanto CSN (CSNA3) é rebaixada; veja perspectivas para o setor

  • Em relatório mais recente sobre o setor de siderurgia e mineração, o Itaú BBA manteve a recomendação para as ações da Vale (VALE3), mas rebaixou a de CSN (CSNA3), em linha com um momento considerado desafiador para os preços globais do aço, acompanhado de um ambiente fraco para a procura de minério de ferro na China.
  • No caso da Vale, o banco decidiu por manter a recomendação para as ações da mineradora negociadas em Nova York em ‘outperform’, equivalente a ‘compra’, mas reduziu o preço-alvo de US$ 17,00 para US$ 14,00. “A revisão para baixo se deve principalmente à incorporação da nossa nova curva de preços de minério de ferro”, explicam os analistas.
  • Agora, o Itaú BBA enxerga as ações da Vale (VALE3) sendo negociadas a um EV/Ebitda de 2024E de 4,3 vezes. “Embora reconheçamos a fraca dinâmica do preço do minério de ferro, vemos uma desvantagem limitada para o estoque nos níveis atuais”, completa o banco.
  • Já em relação à CSN, o rebaixamento das ações para ‘underperform’, o equivalente a ‘venda’, ocorreu devido à fraca avaliação e ao forte ciclo de investimentos na divisão de mineração nos próximos anos. O Itaú BBA também reduziu o preço-alvo para ações da CSN de R$ 20,00 para R$ 15,00, implicando uma desvantagem potencial de 2%.
  • O rebaixamento da recomendação para os papéis da CSN (CSNA3) faz, inclusive, com que das ações da companhia caiam nesta quinta-feira (4) no Ibovespa. No intradia, as ações de CSN caíam 0,72%, cotadas a R$ 15,23.
  • Diante deste cenário, o Itaú estima que o Ebitda da CSN em 2024 chegue a R$ 9,45 bilhões, ante R$ 12,8 bilhões na estimativa anterior, principalmente devido aos menores preços realizados do minério de ferro e menores preços domésticos do aço.
  • “Vemos um geração de fluxo de caixa livre (FCF) negativo devido à forte implementação de investimentos em mineração até 2028, e a CSN sendo negociada a um EV/Ebtida em 2024 de 6x”, completa a casa.

Da Petrobras à Itaúsa, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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