Radar: Lucro da Caixa Seguridade (CXSE3) sobe no 1T23, o ‘Efeito Americanas’ (AMER3) sobre os bancos e as debêntures milionárias do Carrefour (CRFB3)

Caixa Seguridade (CXSE3), holding de seguros, previdência e capitalização da Caixa Econômica Federal (CEF), registrou lucro líquido recorrente de R$ 820,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, número 47,2% maior que o do mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2022, houve alta de 8,9%, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira, 10.

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lucro recorrente da Caixa Seguridade, que foi o maior da história da companhia, exclui do resultado o impacto do recebimento dos recursos referente às vendas das participações da companhia na CNP Capitalização e na Previsul. O efeito foi de R$ 20,3 milhões, reconhecido no lucro líquido contábil, que foi de R$ 840,1 milhões, alta de 50,9% em um ano.

As receitas operacionais da Caixa Seguridade foram de R$ 1,086 bilhão, volume também recorde e 54,9% maior que o do mesmo intervalo de 2022. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, houve crescimento de 9,8%.

Segundo a Caixa Seguridade, o destaque veio das receitas de participações societárias, que respondem por mais da metade do total, e que cresceram 63,8% em um ano, para R$ 613,4 milhões. Os destaques foram a Caixa Vida e Previdência, a Caixa Residencial e também a Caixa Capitalização.

No comissionamento, que inclui o acesso à rede do banco, o uso da marca e receitas com comissões e corretagem, o crescimento foi de 44,8% no comparativo anual, para R$ 473,5 milhões. A maior parte, ou R$ 433,2 milhões, veio das receitas de corretagem, que aumentaram 51,7% no período.

Além de Caixa Seguridade, confira outros destaques desta quarta-feira:

‘Efeito Americanas’ deve reduzir rentabilidade dos bancos no médio prazo

  • Banco Central avaliou nesta quarta-feira, 10, no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2022, que a rentabilidade do sistema bancário recuou discretamente no período, com o aumento de despesas com provisões em meio ao rombo bilionário das lojas Americanas (AMER3).
  • No médio prazo, segundo o órgão, a rentabilidade deve continuar pressionada, com a atividade mais fraca, a desaceleração do crescimento do crédito e a inadimplência e a inflação mais elevadas.
  • Sobre o segundo semestre de 2022, a autarquia considerou que “a discreta redução da rentabilidade no semestre foi acentuada devido ao caso Americanas”, disse o BC no documento.
  • O regulador disse, contudo, que embora o forte aumento das provisões tenha derivado do caso da varejista, a materialização de risco no mercado de crédito tem resultado no aumento dessas despesas de forma geral.
  • Em relação à redução da rentabilidade, o BC ainda citou que foi causada pela queda do ritmo de crescimento das rendas de serviços e a pressão da inflação sobre as despesas administrativas.
  • Sobre a margem de juros, o BC afirmou que houve queda leve no segundo semestre de 2022, mas que a sinalização é de estabilização à frente. Os motivos são que a renovação gradual da carteira de crédito a taxas maiores começa a compensar a elevação do custo de captação – que foi impactado pelo aumento realizado até o ano passado na taxa Selic. Já os ganhos de tesouraria tendem a diminuir em razão da estabilização da Selic.
  • “A rentabilidade deve continuar pressionada no médio prazo, considerando a perspectiva de atividade econômica mais fraca em 2023, de menor crescimento do crédito e de inadimplência e inflação elevadas”, ressaltou o BC.

Carrefour (CRFB3) emitirá R$ 750 milhões em debêntures

  • Carrefour (CRFB3) fará sua quinta emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até três séries, totalizando R$ 750 milhões.
  • Conforme o documento, a emissão de debêntures do Carrefour poderá ser aumentada em até 25%, ou 187.500 debêntures, caso haja exercício da opção de lote adicional no âmbito da emissão dos CRA (certificados de recebíveis do agronegócio).
  • Os recursos levantados com a emissão servirão para que a companhia compre produtos agropecuários in natura, de parcerias comerciais já fechadas com produtores rorais.
  • A emissão não será objeto de registro pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
  • Isso, levando em consideração que as debêntures emitidas serão colocadas de forma privada, sem a intermediação de instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Qualicorp (QUAL3): lucro encolhe 77,5% no 1T23, e fica em R$ 16,7 milhões

  • Qualicorp (QUAL3) reportou lucro líquido de R$ 16,7 milhões no primeiro trimestre de 2023, o que representa queda de 77,5% ante o registrado no mesmo período do ano passado – quando totalizou R$ 74,1 milhões. No indicador ajustado, a companhia registrou lucro de R$ 19,8 milhões, resultado 73,6% menor em relação a igual intervalo de 2022.
  • A companhia explica, em seu release de resultados divulgado há pouco ao mercado, que a redução na comparação anual é “consequência do menor Ebitda, do aumento nas despesas com depreciação e amortização e piora no resultado financeiro líquido”.
  • Ebitda da Qualicorp (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado atingiu R$ 210,3 milhões no trimestre, recuo de R$ 16,8% na mesma base de comparação. A margem Ebitda ajustada foi de 46%, queda de 436 pontos base.
  • receita líquida da Qualicorp caiu 8,9% no comparativo anual, chegando a R$ 457,3 milhões.
  • resultado financeiro líquido da Qualicorp representou uma despesa de R$ 66,9 milhões no primeiro trimestre de 2023, com variação negativa de 4% ante o quarto trimestre do ano passado e aumento de 65,3% na comparação anual.
  • Já a dívida líquida da Qualicorp foi de R$ 1,418 bilhão no encerramento de março deste ano, 1,5% menor que um ano antes e 5,2% abaixo do registrado ao final de dezembro, “após um trimestre com forte geração de caixa operacional e sem pagamentos relevantes de juros de financiamentos”.
  • Segundo informa a Qualicorp, “quase a totalidade da dívida se encontra consolidada e no longo prazo, com primeira amortização em junho de 2024 e vencimento final em junho de 2027″.

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Grupo Mateus (GMAT3): lucro tem alta de 20% no 1T23 e chega a R$ 240 milhões

  • Grupo Mateus (GMAT3) apurou lucro líquido de R$ 240 milhões no primeiro trimestre de 2023, resultado 20% maior que o anotado no mesmo período no ano passado, divulgou a companhia nesta quarta (10).
  • Ebitda do Grupo Mateus (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 411,0 milhões, o que representa avanço de 36,1% ante o mesmo intervalo de 2023. A margem Ebitda chegou a 7% (aumento de 0,4 ponto percentual comparado ao 1T22.
  • receita líquida do Grupo Mateus teve ganho de 28,2% no trimestre, somando R$ 5,9 bilhões. No critério “mesmas lojas”, o crescimento foi de 11,3%.
  • “Começamos 2023 de forma bastante positiva, com um forte crescimento de receita e colocando nosso plano de expansão em prática”, diz o CEO Jesuino Martins, no documento sobre o balanço do 1T23.
  • “Em fevereiro, a nossa operação no Nordeste completou 1 ano e, nesse período, inauguramos 14 lojas em 5 estados (PE, BA, SE, AL e PB), das quais 3 foram inauguradas no primeiro trimestre de 2023. Também continuamos a trabalhar na nossa expansão no Ceará, estado onde enxergamos muitas oportunidades para consolidar nossa presença”, acrescenta.

Ação da Hapvida (HAPV3) tem alta no Ibovespa hoje após ‘não’ do Cade sobre compra de operadora; entenda

  • A ação da Hapvida (HAPV3) chegou ao fim do pregão desta quarta (10) em alta de 4,86%, aos R$ 3,02. Contudo, esse movimento positivo chega após uma notícia negativa para a empresa: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou a compra da operadora Smile Saúde, anunciada pela companhia em fevereiro de 2022, por R$ 300 milhões.
  • Tribunal do Cade argumentou que essa operação geraria uma concentração da empresa em cidades de Alagoas e Paraíba. Porém, os negócios não apresentaram uma solução para evitar essa hegemonia na região. Assim, o tribunal rejeitou a compra por maioria dos votos.
  • “Além da alta concentração resultante do negócio, que tem foco na região Nordeste do Brasil, foi identificada a possibilidade de redução da rivalidade e agravamento do cenário atual, principalmente nos estados de Alagoas e Paraíba, que já apresentam baixa concorrência efetiva”, diz o Cade.
  • “Três operadoras, Unimed, Hapvida e Smile, juntas, possuem quase 90% do mercado (na região Nordeste). A análise de rivalidade junto a outros elementos motiva a recomendação de reprovação”, explicou o conselheiro relator do caso, Luis Braido.
  • O negócio foi apresentado ao Cade em junho do ano passado. Caso a operação fosse aprovada, a Hapvida compraria o controle da carteira da Smile de planos de saúde e outros ativos relacionados, como imóveis e licenças.
  • Segundo reportagem do Valor Econômico, com essa reprovação da compra da Smile pela Hapvida, ambas empresas podem apresentar embargos de declaração. Porém, a possibilidade de reverter essa decisão é considerada muito remota.

CVC (CVCB3) desidrata no Ibovespa hoje após números do 1T23, mas se recupera no final do pregão; veja análises

  • As ações da CVC (CVCB3) destacam-se negativamente no Ibovespa hoje desta quarta (10). Mas os papéis, que chegaram a ciar 4%, se recuperaram e fecharam negociados em alta de 1,25%, a R$ 3,23. O movimento ocorre após a apresentação do balanço do primeiro trimestre de 2023 (1T23), em que a operação da empresa do setor de turismo fechou com um prejuízo líquido de R$ 128 milhões.
  • De acordo com os dados do balanço da CVC do 1T23, o prejuízo líquido diminuiu 23,3% ante o que havia sido registrado no 1T22. Confira os principais números:
  • Receita líquida: R$ 295,5 milhões (alta de 0,9% ante 1T22);
  • Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 25,5 milhões (alta de 103,2% ante 1T22);
  • Prejuízo líquido: R$ 128 milhões (queda de 23,3% ante 1T22);
  • “Nossas operações iniciaram 2023 com o melhor janeiro em vendas desde o início da pandemia e seguimos construtivos com os prognósticos de crescimento gradual das nossas operações, que permitirá maior alavancagem operacional e consequente geração de caixa“, apontaram os gestores da companhia no documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
  • “O ano de 2023 se mostra promissor para o turismo, com crescimento em passageiros transportados e de vendas com take rate dentro de intervalos mais normalizado, já se materializando nos próximos trimestres”.

Yduqs (YDUQ3) dispara 24% na bolsa após divulgar ‘lucro dobrado’

  • As ações da Yduqs (YDUQ3) fecharam em alta de 23,8% nesta quarta-feira (10), após a companhia divulgar seu balanço, na véspera.
  • A Yduqs quase dobrou seu lucro no 1T23 e ficou bem acima da projeção de analistas, com R$ 149,5 milhões na última linha do balanço.
  • “A companhia registrou Receita Líquida 8% acima do que estimávamos e 6% acima do consenso de mercado, de $ 1,3 bilhão. Isso resultou em Lucro Líquido de R$ 150 milhões, 100% acima do consenso”, destaca o Bank of America (BofA).
  • Apesar disso, a casa mantém recomendação neutra para os papéis YDUQ3. O novo preço-alvo, contudo, é de R$ 11.
  • A expectativa é de que a demanda siga desafiadora para a maioria dos segmentos da empresa, enquanto os nichos mais premium devem ter uma melhora em 2023.
  • Estima-se um aumento de 130 a 160 cadeiras para alunos de medicina no ano, gerando um incremento na geração de receita.
  • A projeção do BofA é de que a empresa deve lucrar de R$ 280 milhões a R$ 290 milhões no acumulado de 2023.

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Da Caixa Seguridade ao Carrefour , essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Vanessa Loiola

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