Radar: Bradesco (BBDC4) compra instituição financeira no México, IRB Brasil (IRBR3) sobe 2,4% após anúncio de oferta bilionária, Lavvi (LAVV3) vai pagar R$ 60 mi em dividendos

Bradesco (BBDC4) anunciou nesta quinta-feira, 25, a aquisição, por meio de sua subsidiária Bradescard México, da Ictineo Plataforma, uma instituição financeira popular (a Sofipo) que atua com pessoas físicas naquele país. O valor do negócio não foi informado.

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“O negócio permitirá o acesso à autorização regulatória para distribuir novos produtos no México”, diz o Bradesco.

A conclusão da compra da Ictineo está sujeita à aprovação das autoridades mexicanas (CNBV – Comisión Nacional Bancária y de Valores) e no Brasil (Banco Central).

Segundo o banco, atualmente a Bradescard México é uma das principais financeiras de crédito ao consumo no segmento de cadeias de varejo, mas não possui uma licença para atuar em outras frentes de negócios financeiros – opera como uma sociedade de responsabilidade limitada no México.

“A aquisição da instituição Ictineo Plataforma nos abrirá uma nova frente de negócios financeiros de alto potencial de crescimento no México, um país de vários predicados, como o fato de ser o segundo maior PIB da América Latina”, afirma Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco na nota.

De acordo com o executivo, a aquisição feita pelo Bradesco é interessante particularmente pelo conhecimento adquirido daquele mercado com a Bradescard, que está no México há 12 anos.

“Administramos cerca de 3 milhões de clientes de cartões de grandes redes varejistas. Vamos ter a possibilidade de ampliar nossa atuação passando a ser similar a um banco digital com o objetivo de ganharmos uma presença mais robusta num mercado relevante como o mexicano”, conclui Lazari.

Já o diretor da Bradescard México, Alexandre Monteiro, afirma que o foco será em uma estratégia digital para a Bradescard México.

“O primeiro passo será oferecer a conta digital, o empréstimo consignado, e a conta de investimentos”, diz.

“É um movimento relevante para consolidar a Bradescard no mercado financeiro mexicano“.

No segmento de cartões de crédito, em cinco anos, a Bradescard projeta estar entre os maiores emissores de cartões no México, expandindo a quantidade de acordos comerciais com novos varejistas e fortalecendo o canal de distribuição digital com importantes investimentos em tecnologia.

Em nota à imprensa, o Bradesco disse que a aquisição contempla licença regulatória local por meio da qual será possível atuar como instituição financeira.

Além da Bradesco, confira outros destaques desta quinta-feira:

IRB Brasil (IRBR3) sobe 2,4% após notícia de captação bilionária

  • As ações do IRB Brasil (IRBR3) fecharam com alta de 2,49% nesta quinta-feira (25) em que o mercado digere a notícia de um aumento de capital da companhia.
  • Conforme comunicado em fato relevante após o fim do pregão da quarta (24), o IRB fará uma oferta restrita de ações de até R$ 1,2 bilhão.
  • Antes da formalização da oferta de ações, fontes internas já haviam revelado ao Brazil Journal que a empresa preparava um captação bilionária.
  • Após a notícia sobre a possível oferta, no dia 15 de agosto a companhia confirmou que ‘estudava um aumento de capital‘ por meio de fato relevante. Nesta semana, a companhia formalizou a oferta, que será restrita.
  • Em meio a esse contexto, os papéis sofrem fortes oscilações por conta das notícias. Foram 27% de alta nos primeiros 10 dias de agosto e, deste pregão para cá, 15% de queda.
  • Em janelas mais longas, as ações IRBR3 seguem no vermelho, com baixa de 47% em 2022 e 60% nos últimos 12 meses.
  • Dados do Status Invest mostram que a volatilidade da ação é de 48, ante cerca de 20,3 do Ibovespa.
  • Segundo o comunicado, será uma oferta restrita, com esforços iniciais para colocar 597.014.925 novas ações do IRB em circulação.
  • Contudo, o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que a oferta do IRB pode ser acrescida em 200% por meio de lotes adicionais – ou seja um aumento de 1,19 bilhão de novas ações IRBR3, além do montante inicial.
  • Além disso, segundo a resseguradora, ‘serão realizados esforços de colocação das Ações no exterior’.

Confira os FIIs que mais pagaram dividendos em agosto

  • A Economatica, plataforma de informações financeiras, divulgou o rankings dos dez fundos imobiliários que mais pagaram dividendos em agosto.
  • A lista dos pagadores de dividendos toma com base os fundos imobiliários que compõem o Ifix, índice da B3 que reúne os FIIs mais líquidos. Dos 106 fundos monitorados, 47 tiveram dividend yield acima de 1% ao mês para agosto, número inferior aos 59 registrados em julho.
  • O campeão Polo Recebíveis (PORD11) registrou taxa de 1,54% justamente no mês em que se discutem os impactos da inflação em fundos “de papel” (que investem em recebíveis e outros títulos atrelados ao mercado imobiliário) como ele próprio.
  • No início do mês, o fundo imobiliário pagouR$ 1,50 por cota a uma cotação de R$ 97,70 no dia 29 de julho, o que resultou no retorno mensal de 1,54%.
  • Cerca de 84% do portfólio do PORD11 é composto por certificados de recebíveis imobiliários (CRI), que representam receitas futuras (como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos) sendo vendidas ao investidor.
  • No geral, títulos como este são atrelados ao CDI (certificado de depósito interbancário) ou ao Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA).
  • No caso do PORD11, o IPCA é o indexador de 39% dos CRIs do fundo, enquanto o CDI corresponde a cerca de 31% dos papéis. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) corresponde a 11%.
  • O portfólio do fundo é 81% comercial e 19% comercial. De acordo com o último relatório gerencial disponibilizado, a carteira conta com resultado ainda não pago de R$ 0,27 de dividendos por cota. Nos últimos 12 meses, o dividend yield do Polo Crédito Imobiliário foi de 15,48%.

Magazine Luiza (MGLU3): entenda como o fim da alta da Selic vai impulsionar o varejo

  • Por que a taxa Selic é tão importante para as empresas de varejo? Mais do que qualquer outro setor, o varejo está nitidamente relacionado ao ciclo da economia.
  • A demanda de farmácias e supermercados costuma ser mais resiliente do que a de lojas que vendem produtos eletroeletrônicos. Por isso há a penalização dessas companhias. É o que explica o engenheiro e especialista da Genial Investimentos, Iago Souza, em entrevista ao Suno Notícias no programa Raio-X do Setor.
  • “O varejo em si apresenta uma maior sensibilidade ao mercado de crédito. A Selic saiu de 5,25% em agosto de 2021 para 13,75% no mesmo período de 2022. Estamos falando de uma política monetária contracionista. O efeito mais claro disso acaba sendo no custo de crédito, que é maior”, explica Souza.
  • O mercado percebeu o efeito de aperto monetário que o Banco Central planejava para a economia, e as ações de varejo sofrem desde o início de 2022. No acumulado do ano, Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) recuam, respectivamente, 30,06%, 38,87% e 30,32%.
  • Com o efeito mais contracionista da economia, não só no Brasil mas no mundo, as empresas estão sendo mais criteriosas na concessão de crédito, já que o risco de inadimplência se torna maior e pode comprometer margens, que são de extrema importância para o setor.
  • Além das varejistas tradicionais, existe o impacto nas empresas de tecnologia, como o Méliuz (CASH3). O especialista no setor da Genial Investimentos, Igor Guedes, observa que o cenário é pior no curto prazo. “O Méliuz, que depende do e-commerce e do varejo tradicional, também é afetado pela taxa de juros e o critério para concessão de crédito. Além disso, você está na outra ponta em relação ao aumento de capital”, pondera.
  • Para empresas de tecnologia, a geração de caixa é pensada no futuro. Portanto já são negociadas por um valor mais baixo. “Quando houver o desconto desse fluxo de caixa que está lá na frente, será por uma taxa maior, já que o custo de capital subiu”, diz.
  • Naturalmente, quando a taxa de juros sobe, o valor dessas companhias cai. A partir do momento que há um arrefecimento da curva de juros – como o mercado começa a precificar no Brasil, que subiu os juros antes da maioria das economias do mundo –, pode haver uma vantagem para as empresas do setor.
  • “O Méliuz está construindo uma nova linha de negócios, de serviços financeiros, para entrar no mercado de crédito e diversificar seus negócios. O mercado de ‘shoppings’, o e-commerce e marketplace da empresa, não apresenta muita melhora a curto prazo. A contribuição dessa vertical dá-se pela credibilidade de que o mercado de cashback é muito competitivo. Há diversos outros players competindo com o Méliuz, então pode haver uma virada de chave ligada à vertical de marketplace. Porém, na frente de serviços financeiros, há um bom potencial que não está no preço da companhia. À medida que a taxa de juros for reprecificada no primeiro semestre do ano que vem, poderá haver uma alta nos preços da empresa”, avalia Guedes.

Lavvi (LAVV3) vai pagar R$ 60 milhões em dividendos; veja valor por ação

  • Lavvi (LAVV3) anunciou nesta quinta-feira (25) que vai pagar R$ 60 milhões em dividendos intercalares aos seus acionistas.
  • O valor dos proventos por ação será de R$ 0,30, que serão pagos em 09 de setembro.
  • Apenas os investidores com ações da Lavvi no dia 30 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 31 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
  • Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2021.

Dividendos da Lavvi

    • Valor total: R$ 60 milhões
    • Valor por ação: R$ 0,30700846287
    • Data de corte: 30 de agosto
    • Data do pagamento: 09 de setembro
    • Rendimento (dividend yield): 14,95%

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Do Bradesco à Lavvi, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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