Vale (VALE3) cai 8,5% em fevereiro, mas BTG está otimista e eleva preço-alvo. Por que arriscar?

As ações da Vale (VALE3) derreteram no último mês com o possível freio no rali do minério de ferro. Somente em fevereiro, os papéis da mineradora tiveram uma desvalorização de 8,52%, saindo de R$ 93,46 para os atuais R$ 85,50. Apesar disso, o BTG Pactual (BPAC11) se diz “construtiva” em relação à companhia e elevou o preço-alvo de R$ 100 para R$ 120 (ADR de US$ 19 para US$ 23).

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Durante muitos anos o minério de ferro foi uma das commodities mais preteridas do mundo. Segundo Leonardo Correa e Caio Greiner, que assinam o relatório do BTG, a falta de interesse e o status um tanto “não-investível” da commodity foram algumas das razões que garantiram um ciclo de precificação mais forte e anos de lucros da Vale acima do normal.

“Acreditamos que as tendências de diferenciação/segmentação para minério de alta qualidade (mais sustentáveis) vieram para ficar e devem acelerar no futuro”, afirmam.

Ontem a Vale anunciou, aliás, a elevação em 70% da produção dessa modalidade da commodity em 2026, para “capturar maiores prêmios”.

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Vale será impactada por nova curva do minério?

Embora muito se fale do fim do rali do minério, com uma possível retração na demanda chinesa, os analistas do BTG atualizaram a projeção de cotação da commodity “entre 10% a 15% acima do consenso”, afirmam. E quanto maior o preço, melhor para a receita e lucros da Vale.

  • 2023: de US$ 100/t para US$ 125/t;
  • 2024: de US$ 90/t para US$ 105/t;
  • 2025: de US$ 80/t para US$ 95/t;
  • Longo prazo: de US$ 75/t para US$ 80/t.

“Os preços do minério de ferro devem mostrar força no longo prazo (acima de US$ 100 a tonelada até 2024), com suporte da curva de custo deslocando-se para cima”, afirma o BTG.

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Diante disso, o banco continua acreditando que a atual queda nas ações de mineradoras — incluindo a Vale — fazem pouco sentido. Ainda mais com o setor negociando abaixo do valuation das empresas, perto de 4x EBITDA contra 5-6x no ano anterior.

“A diferença, hoje em dia, é que você recebe retornos em dinheiro entre 10% a 15% para esperar uma possível reavaliação à frente. Enquanto no passado, os CEOs, construtores de impérios, estavam envolvidos em fusões e aquisições destrutivas de valor e alguns investimentos greenfield.”

Diante disso, os analistas pontuam que a Vale continua sendo “a melhor escolha” do BTG, com novo preço-alvo de R$ 100 para R$ 120 (ADR de US$ 19 para US$ 23). Porém a casa permanece com recomendação neutra em relação aos ativos da CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3).

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Cotação

As ações da Vale subiram no Ibovespa hoje e fecharam com ganhos de 0,54%, com papéis cotados a R$ 85,50. No acumulado dos últimos 12 meses, os ativos tiveram uma desvalorização de 6,31%.

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Janize Colaço

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