Grana na conta

PIB cai no 4T22, mas fecha 2022 com crescimento de 2,9%; serviços e indústria puxam alta

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda de 0,2% no quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2022. Segundo informações divulgadas nesta quinta (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no panorama anual, o indicador cresceu 2,9%, quando comparado com os números de 2021. Serviços e indústria foram os setores que puxaram essa alta.

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“Desses 2,9% de crescimento em 2022, os serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, analisa Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

O PIB 2022 fechou em R$ 9,9 trilhões. Além do destaque na parte dos serviços, no setor industrial, o principal destaque ocorreu nas atividades atreladas ao setor de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos.

“O crescimento dessa atividade está muito relacionado à recuperação em relação à crise hídrica de 2021. Além do crescimento da economia, houve o desligamento das térmicas, diminuindo os custos de produção, o que contribui para o aumento do valor adicionado da atividade. Ademais, a atividade de Construção, com alta de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas”, comenta.

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Na contramão desse crescimento, o setor agropecuário recuou 1,7% por causa do decréscimo de produção e da perda da produtividade da agricultura.

“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais puxou o resultado da Agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos climáticos adversos”, ressalta a especialista.

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PIB: Dados e projeções

O resultado do PIB no 4T22 veio abaixo da mediana (-0,1%) das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde um recuo de 0,9% a uma alta de 0,4%.

Na comparação com o quarto trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 1,9% no quarto trimestre de 2022, vindo também abaixo da mediana (2,1%) das estimativas coletadas pelo Projeções, que variavam de uma elevação de 1,4% a 2,8%.

No fechamento de 2022, o PIB cresceu 2,9% ante 2021, resultado pior que a mediana das estimativas, de 3%, que se estendiam de uma alta de 2,7% a 3,1%. Ainda segundo o instituto, o PIB do quarto trimestre de 2022 totalizou R$ 2,6 trilhões.

PIB: Análises

Na visão dos especialistas ouvidos pelo Suno Notícias, o crescimento do PIB em 2022 foi puxado principalmente pelos números do primeiro semestre.

“Quando olhamos o acumulado do ano, vemos que a maior parte do crescimento do PIB aconteceu no primeiro semestre do ano, quando não tínhamos expansão de gastos. Quando houve um crescimento dos gastos no segundo semestre, o PIB desacelerou mais. A desaceleração poderia ter sido maior no 2S e não foi porque tivemos um estímulo maior”, argumenta Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter.

Os números trouxeram pouca surpresa, os dados foram em linha com as expectativas de desaceleração do quarto trimestre. Vemos o efeito da política monetária mais restritiva na nossa parte doméstica.

“Um destaque positivo ficou para as exportações, com crescimento de 5,5% favorecido por conta de um dólar muito forte e, para o setor de serviços, com crescimento de 4,2%, puxado pelo segmento de transporte (8,4%) e comunicação (5,4%)”, complementa Renan Suehasu, sócio da A7 Capital, ao analisar os números do PIB.

Com Estadão Conteúdo e Agência IBGE

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Erick Matheus Nery

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