Petróleo: entenda os motivos da queda histórica

Investidores do mundo todo ficaram abismados com a queda histórica dos contratos futuros do petróleo WTI nesta segunda-feira (20), que amarga uma queda de mais de 100% e chegou a uma cotação negativa pela primeira vez na história.

Os contratos do petróleo WTI, negociados na Bolsa de Chicago, nos EUA, com vencimento em maio caíram cerca de 130%, saindo dos US$ 16 para US$ -11 próximo das 15h45 (de Brasília) desta segunda, após a percepção dos agentes de que sobra petróleo no mercado.

De acordo com Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, o preço dos contratos futuros caem forte pois os investidores querem vender esses contratos, que se encerram em maio, e comprar os que vencem em junho, como forma de garantir um melhor preço.

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“Os contratos de maio vencerão em breve e os investidores que estão posicionados nestes contratos e querem ‘rolar’ para o vencimento seguinte estão sem liquidez, já que não tem mais lugar para armazenar petróleo pela falta de demanda”, disse.

Essa busca por contratos mais longos é causada pela percepção de que os estoques de petróleo estão cheios graças ao preço baixo a commodity. A trajetória de queda do preço do petróleo foi iniciada pela disputa entre Rússia e Arábia Saudita, e ampliada pela crise causada pelo coronavírus (covid-19).

“Não há lugar para estocar o petróleo. A armazenagem no núcleo de Oklahoma saltou para 55 milhões de barris, ante uma capacidade de estocagem de 76 milhões de barris. Com a economia parada, ninguém está consumindo petróleo e não há sequer lugar para guardá-lo”, afirmou.

Saiba Mais: Petróleo: Opep prevê queda de 6,8 mi de barris na demanda global

Os preços dos contratos com vencimento em junho, entretanto, caem menos. Próximo das 15h45 (de Brasília), os contratos do barril de petróleo WTI com vencimento em junho operavam cotados a US$ 22.

O contrato futuro é o mercado onde os participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo por um preço estipulado para liquidação de uma data futura, como é o caso do petróleo.

Vinicius Pereira

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