Biden: EUA irão liberar 50 milhões de barris de petróleo como ‘estratégia de oferta’ para conter preços

O presidente dos EUA Joe Biden anunciou hoje que o governo dos Estados Unidos irá liberar um total de 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas, segundo anúncio feito pela Casa Branca nesta segunda-feira (23).

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O objetivo é resolver o descompasso entre oferta e demanda da commodity e, dessa forma, reduzir os preços no mercado internacional de petróleo.

A medida dos EUA vem em conjunto com outros países consumidores de petróleo, como China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.

Em nota divulgada nesta terça (23), a Casa Branca diz que os consumidores americanos estão sentindo o impacto dos preços elevados da gasolina nas bombas porque, em meio à retomada econômica, o fornecimento de petróleo não acompanhou a demanda.

Segundo a agência Ansa, uma associação automotiva dos EUA informou que o preço médio do galão de gasolina no país está em US$ 3,41. Esse é o valor mais alto desde 2014.

“A liberação dos barris da reserva americana deve começar em dezembro. O governo Biden pode adotar novas medidas contra a alta nos preços”, informa a Ansa, citando a Casa Branca, mas sem especificar quais seriam essas medidas.

“É por isso que o presidente Joe Biden está usando todas as ferramentas disponíveis para reduzir os preços e resolver a falta de oferta da commodity”, diz um trecho do documento. “O presidente tem trabalhado com países em todo o mundo para lidar com a falta de oferta à medida que o mundo sai da pandemia.”

“O presidente está pronto para usar toda a sua autoridade, trabalhando em coordenação com o resto do mundo, para manter um fornecimento adequado enquanto saímos da pandemia”, disse a Casa Branca, de acordo com a Ansa. A escalada no preço dos combustíveis prejudicou a popularidade de Biden. Sua aprovação baixou para 40% dos americanos.

Esforços dos EUA para conter alta dos preços

Recentemente, os preços do petróleo Brent, negociado em Londres, e do WTI, comercializado em Nova York, chegaram a ultrapassar US$ 80 por barril.

Esse movimento ocorreu em meio à alta da demanda, com o fim de boa parte das restrições de mobilidade impostas para conter a pandemia de covid-19, e à retomada lenta da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Desde que os esforços dos EUA para reduzir os preços se tornaram mais evidentes, contudo, o barril caiu abaixo de US$ 80.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira (22), em uma sessão volátil, na qual a grande parte das atenções se voltou para a possibilidade de uma série de países que são grandes consumidores da commodity liberarem suas reservas estratégicas de óleo. O tema, aliado às perspectivas de novas restrições na Europa para tentar conter o avanço da covid-19, pressionou o preço do barril durante grande parte do dia, mas a possibilidade de ajustes na oferta por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) impulsionou o petróleo.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para janeiro encerrou ontem com ganho de 1,07% (US$ 0,81), a US$ 76,75. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para igual mês subiu 1,03% (US$ 0,81), a US$ 79,70 por barril. Nesta terça (23), o petróleo WTI sobe 1,63%, a US$ 78.12, e o Brent avança 2,33%, a US$ 81.57.

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Opep reafirma compromisso com mercado de petróleo ‘estável e equilibrado’

O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammed Barkindo, reafirmou o compromisso do cartel com a garantia de um mercado da commodity “estável e equilibrado” para produtores e consumidores e que garanta apoio à recuperação da economia global. A declaração foi feita em videoconferência do Conselho da Comissão Econômica da Opep nesta terça-feira, segundo publicação no Twitter do grupo.

Barkindo exortou os líderes mundiais a tomarem medidas para lidar com os gargalos nas cadeias produtivas, com objetivo de “otimizar” o comércio e sustentar uma retomada mais “holística” da atividade econômica.

O secretário reconheceu que incertezas ainda ameaçam a economia, entre eles restrições à circulação de pessoas por conta da covid-19, particularmente na Europa.

Para ele, um superávit no mercado de petróleo poderia se materializar entre o primeiro e o segundo semestre de 2022. Ele explicou que a Opep monitora desdobramentos referentes à liberação das reservas estratégicas de países por alguns países.

Sobre a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), Barkindo disse que o cartel defende uma “justa, inclusiva e equilibrada” abordagem para as mudanças climáticas e apoia os compromissos do Acordo de Paris.

Liberação de petróleo será fracionada

De acordo com a Casa Branca, a liberação da commodity no mercado vai ocorrer de duas maneiras. Primeiro, 32 milhões de barris serão liberados nos próximos meses em uma espécie de “troca”, ou seja, esse volume eventualmente retornará à reserva estratégica.

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“A troca é uma ferramenta compatível com o ambiente econômico específico de hoje, onde os mercados esperam que os preços futuros do petróleo sejam mais baixos do que são hoje, e ajuda a fornecer alívio imediato aos americanos e a fazer uma ponte para esse período de preços mais baixos esperados do petróleo”, diz o documento.

Além disso, 18 milhões de barris de petróleo serão liberados por meio da venda de petróleo autorizada recentemente pelo Congresso americano. “O presidente está pronto para tomar medidas adicionais, se necessário, e está preparado para usar toda a sua autoridade, trabalhando em coordenação com o resto do mundo para manter o abastecimento adequado enquanto saímos da pandemia”, acrescenta.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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