Petrobras (PETR4) deve entregar resultados (e dividendos) fortes no 2T22, reforçam analistas

Nesta quinta-feira (28), a Petrobras (PETR4) divulga seu balanço do segundo trimestre de 2022 (2T22). Parece unanimidade entre os analistas que a companhia deve entregar um trimestre forte, com provável distribuição alta de dividendos. Analistas do Itaú BBA, BTG e da XP Investimentos, além do banco Safra, têm a mesma opinião manifestada por times de análise do BB Investimentos e Credit Suisse: a companhia vai entregar um balanço sólido, com proventos robustos aos acionistas.

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Bancos de investimento como Itaú BBA e Safra concordam em um ponto comum: é esperado que a Petrobras registre números expressivos, com reforço de geração de caixa e dividendos robustos, com o impulso da alta do preço do petróleo.

De acordo com relatório do BTG Pactual (BPAC11) sobre os resultados de produção e venda da Petrobras, os analistas do banco de investimentos esperam alguma desalavancagem operacional na menor produção de petróleo e gás, “o que deve levar a um ligeiro aumento nos custos de extração para US$ 7,2/bbl, esperamos outro conjunto de resultados recordes devido aos preços mais altos do petróleo ( 14% t/t para US$ 107/bbl)”.

Além disso, os analistas acreditam que haverá fortes margens de Refino & Comercialização, já que os altos spreads e ganhos de estoque devem mais do que compensar os descontos ante a paridade de importação.

“Os investidores estão fechando os olhos para os dados operacionais ultimamente e acreditamos que o potencial anúncio de dividendos adicionais deve permanecer em destaque”, afirma o BTG. “Prevemos um pagamento total de R$ 38 bilhões, com yield de 11% com base no último preço de fechamento e excluindo qualquer valor adicional decorrente de vendas não recorrentes de ativos.”

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A projeção do BTG para a receita líquida da Petrobras é de R$ 161 bilhões, Ebitda de R$ 92 bilhões e lucro de R$ 40,4 bilhões.

Por fim, os analistas do banco de investimentos reiteraram a recomendação neutra para a compra das ações da Petrobras, com preço alvo de R$ 41.

“Temos sinalizado que a recente queda nos preços do petróleo/combustível serviu como uma redução de risco muito necessária para a Petrobras, uma vez que a falta de pressão para aumentar os preços domésticos dos combustíveis provavelmente melhorou o sentimento sobre a tese.” E complementa: “Acreditamos que essa tese pode continuar funcionando enquanto a Petrobras permanecer fora das páginas de política dos jornais, o que pode ser uma aposta arriscada à medida que nos aproximamos das eleições presidenciais.”

Dividendos: bancos esperam dividendos altos

Os analistas do Itaú BBA Eric de Mello e Monique Greco preveem um 2T22 com forte geração de caixa e dividendos altos, de R$ 3,20 a R$ 4,20 por ação — conta que resulta num rendimento entre 11% e 15%.

O BBA argumenta que a Petrobras deve apresentar Ebitda de R$ 94 bilhões, crescimento de 17,2%, comparado ao 1T22, e 52,1% mais alto que o do mesmo trimestre do ano passado.

A equipe do BBA projeta, no entanto, baixa de 11,7% no lucro líquido, na comparação anual, com o impacto da valorização do real sobre a dívida. A estimativa é de lucro na casa de R$ 39,7 bilhões, o que significa queda na comparação anual (R$ 40,704 bilhões do 2T21) e ante janeiro a março (R$ 44,5 bilhões).

O banco estima alta de 10,9% na receita, para R$ 157,107 bilhões.

Os analistas do BB Investimentos já previam uma ‘entrada com foco nos dividendos mais atrativa no curto prazo‘,  “com base na produção e vendas do trimestre e nos patamares de câmbio e petróleo observados ao longo do período”. Falaram em “perspectiva de continuidade no pagamento de elevado volume de dividendos”.

Nesta terça (26), o Credid Suisse foi na mesma linha: “A Petrobras deve antecipar o pagamento de dividendos na ocasião da divulgação do seu próximo balanço financeiro, referente ao segundo trimestre de 2022 (2T22).”

Expectativa de trimestre com números sólidos da Petrobras

Os analistas da XP divulgaram também as estimativas para os resultados da Petrobras no 2T22.

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“Esperamos mais um trimestre sólido para a companhia, impulsionado por um aumento nos preços médios do Brent (+15% T/T), compensado apenas parcialmente por um BRL mais forte (média R$ 4,97/USD, -4% T/T)”, diz o texto.

Além disso, eles estimam um Ebitda Ajustado de US$ 16 bilhões, 7% acima do consenso de mercado e 8% acima do trimestre anterior.

Já a margem Ebitda de E&P continuará sólida (71%), segundo a XP, “enquanto esperamos margens saudáveis, apesar de não seguir estritamente a paridade de preços internacionais (já que a companhia esgota seus estoques antigos com custos mais baixos).”

Outro ponto destacado pela corretora é que a margem G&P ainda deve ficar sob pressão, sustentada pelo alto preço de importação do GNL e menor disponibilidade de gás da Bolívia. Durante o trimestre, a Petrobras também faturou aproximadamente US$ 6 bilhões em investimentos e compensações para Sépia e Atapu, o que deve impulsionar o pagamento de dividendos.

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O conselho geral dos analistas é aguardar a teleconferência da empresas, para captar a mensagem do novo CEO da Petrobras, Caio Paes de Andrade.

Outras potenciais fontes de interesse são:

  • Próximos movimentos relacionados a anúncios de dividendos;
  • Margens sobre G&P daqui para frente;
  • Sinais de inflação de custos; e
  • Atualizações do plano de desinvestimentos.

Cotação

A ação preferencial da Petrobras fechou em alta de 1,10%, a R$ 31,35. No ano, acumula ganhos de 7,77%.

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Victória Anhesini

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