Ibovespa sobe aos 127,1 mil pontos, com ganhos de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4); Magazine Luiza (MGLU3) salta 7,35%

O Ibovespa terminou a sessão de hoje (2) com uma valorização de 0,95%, aos 127.120,22 pontos. A mínima do dia foi de 125.925,55 pontos, enquanto a máxima foi de 127.670,16 pontos. Já o volume financeiro totalizou R$ 24 bilhões.

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Na semana, o Ibovespa avança agora 0,37% – no ano, ainda cede 5,26%.

Como os demais ativos domésticos, o Ibovespa reagiu nesta quinta-feira bem às duas principais notícias do feriado de 1º de maio: a elevação da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, de estável para positiva, e os sinais, tidos como favoráveis sobre os juros dos Estados Unidos, emitidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na decisão de política monetária, na quarta-feira.

O Ibovespa hoje ficou alinhado com as principais Bolsas de Valores de Nova York, que também fecharam o dia em alta.

  • Dow Jones: +0,85%, aos 38.226,45 pontos;
  • S&P500: +0,91%, aos 5.064,22 pontos;
  • Nasdaq: +1,51%, aos 15.840,96 pontos.

Segundo Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, a manutenção dos juros nos Estados Unidos e o começo da temporada de balanços em território brasileiro movimentaram a bolsa de valores hoje, retomando os 127 mil pontos.

“Outro fator que colabora para o otimismo é a elevação da dívida soberana do Brasil de estável para positiva. Além disso, com um maior controle da nossa inflação graças a manobras bem acertadas do BC, vemos as curvas futuras de juros arrefecendo e dólar diminuindo o viés de alta na semana”, diz Silva.

No comunicado do Fed, observa a Guide Investimentos, “os formuladores da política monetária reconheceram que embora a inflação tenha se moderado ao longo do último ano nos EUA, permanece elevada – e houve uma notável falta, nos últimos meses, de progresso adicional em direção à meta”, de 2% ao ano, para os preços.

Ainda assim, durante a coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, afirmou não considerar provável um aumento na taxa de juros de referência, observando também que a política monetária atual estaria em estágio “suficientemente” restritivo para que se atinja a meta de inflação, aponta também a Guide, em nota.

Nesse contexto, a comunicação do Fed, como um todo, foi considerada relativamente branda, “dovish” (mais leve), o que contribuiu para a reversão dos temores que se impunham aos ativos domésticos no começo da semana.

Para a melhora do humor, a avaliação benigna feita pela Moody’s sobre a trajetória da economia e da dívida soberana no Brasil, que resultou em elevação da perspectiva para o rating do País, veio como cereja no bolo nesta retomada dos negócios após o feriado.

“O dia foi duplamente positivo com ganhos estendendo-se por hoje, em função da fala de Powell e do comunicado do Federal Reserve, ontem, quando o BC dos Estados Unidos manteve os juros pela sexta reunião seguida, conforme se esperava – e com um tom muito menos conservador, menos duro, do que se temia”, diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Ela destaca a referência clara de que os juros dos EUA não devem voltar a subir, no cenário do Fed, e a falta de aceno à possibilidade de que corte fique muito para o fim do ano ou mesmo para o começo de 2025 – o que resulta em fechamento da curva de juros, lá fora, com implicações para o dólar e o câmbio com o real.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 0,29% no pregão de hoje (2), enquanto as ações ordinárias (PETR3) avançaram 0,38%. Já a Vale (VALE3) teve alta de 1,44%.

Destaques do Ibovespa hoje

O especialista explica que as “taxas de juros mais baixas significam custos de empréstimos mais baixos para as empresas”.Destaca que “isso pode tornar o financiamento mais acessível e mais barato, permitindo que as empresas invistam em projetos de expansão, pesquisa e desenvolvimento, ou em outras áreas que impulsionem o crescimento. Além disso, taxas de juros mais baixas podem estimular o consumo, já que os consumidores tendem a gastar mais quando os empréstimos são mais baratos”.

Esse fator poderia influenciar positivamente as companhias relacionadas ao consumo doméstico, podendo gerar uma elevação nas vendas e faturamento. Com isso, estiveram entre as altas do Índice Bovespa hoje (2) as ações de CVC (CVCB3), Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que acabam se beneficiando desse contexto.

Na movimentação do Ibovespa hoje, estiveram entre as baixas as ações da Embraer (EMBR3), em movimento de realização de lucros, após registrar semanas de alta. Segundo Anderson Silva, o movimento de realização de lucros também aconteceu com Weg (WEGE3) e Bradesco (BBDC4).

O segundo maior banco privado do País divulgou o balanço do primeiro trimestre e, embora os resultados em geral não tenham desagradado tanto como em divulgações anteriores, há preocupação do mercado com relação ao cumprimento do guidance para o ano de 2024.

Em relatório, os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, da XP, destacam que a margem financeira com clientes permaneceu pressionada devido ao mix de crédito com spreads mais baixos. Além disso, os analistas apontam que a carteira de crédito ampliada “cresceu tímidos 1,2%, bem abaixo do piso do guidance”, reporta a jornalista Beth Moreira, do Broadcast.

Em relação ao dólar, depois de uma forte arrancada que fez com que a moeda passasse dos R$ 4,90 aos R$ 5,31, se observa agora um movimento de ajuste. Silva acredita que a nova área de negociação para o dólar nas próximas semanas deva ficar entre R$ 5,00 e R$ 5,20. Na sessão de hoje (2), o dólar à vista teve queda de 1,53%, cotado a R$ 5,1128.

“Após uma arrancada muito forte, que levou a moeda americana dos R$ 4,90 aos R$ 5,31, vemos finalmente um movimento de correção para o que imagino que deva ser sua nova área de negociação nas próximas semanas, na faixa entre R$ 5,00 e R$ 5,20”, diz Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital.

Maiores altas do Ibovespa

  • CVC (CVCB3): +12,44%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): +8,53%
  • Magazine Luiza (MGLU3): +7,35%
  • LWSA (LWSA3): +7,17%
  • Cemig (CMIG4): +6,35%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Embraer (EMBR3): -1,89%
  • Weg (WEGE3): -1,77%
  • Prio (PRIO3): -1,21%
  • Bradesco PN (BBDC4): -1,14%
  • Localiza (RENT3): -1,06%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa terminou a sessão de terça-feira (30) em queda de 1,12%, aos 125.924,19 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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