Petrobras (PETR4) anuncia redução do preço da gasolina a partir desta quarta (20)

A Petrobras (PETR4) anunciou nesta terça-feira (19) que vai reduzir o preço da gasolina em aproximadamente 5% a partir desta quarta-feira (20) nas refinarias.

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O valor do litro da gasolina passa a ser de R$ 3,86, R$ 0,20 a menos do que o preço anterior (R$ 4,06/litro). A Petrobras ainda não se pronunciou a respeito do preço do diesel.

A redução segue um movimento de queda moderada do preço do petróleo e ocorre após a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduzir o preço da gasolina em cerca de 7% na última sexta-feira.

“Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba”, disse a Petrobras, em nota.

Outro fator importante para a queda do preço da gasolina é a pressão vinda do governo federal, com a intenção de que, em conjunto a limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em um teto entre 17% e 18% ajude a frear a inflação, um dos obstáculos para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

“Essa redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, informou a companhia.

O último reajuste foi em 17 de junho, quando a Petrobras elevou em 5,18% o preço da gasolina e em 14,26% o valor do diesel vendido em suas refinarias.

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Conforme a equipe de Research da Ativa Investimentos, a queda é relativamente esperada, embora o rigor matemático não corrobore tais expectativas.

Sob um galão de petróleo no Golfo a US$ 3,11, o litro a US$ 0,82 (R$4,43) e o dólar a R$ 5,39, a defasagem atual por parte dos R$ R$ 4,06 cobrados pela companhia nas refinarias chegava a 9,5% em comparação aos preços do Golfo.

“Com a queda proposta, nosso modelo aponta que a defasagem aumentaria para 14,7%, mantidos os preços atuais no Golfo e a atual relação cambial”, dizem os analistas. “Entendemos que a ação aumenta a defasagem frente aos preços internacionais, o que via de regra, é negativo para as finanças da companhia.”

A Ativa ressalta, portanto, que por mais esperada que fosse a ação por parte do mercado, devido a função da conjuntura doméstica atual, as medidas como aumentam a percepção de risco do mercado perante a empresa.

Recuo na gasolina alivia a inflação, mas a pressão segue nos alimentos

Com a redução tributária, os preços da conta de luz, da gasolina e do etanol diminuíram. Mas o encarecimento de outros itens, como alimentos, pode atrapalhar a sensação positiva de que a inflação está desacelerando, conforme mostram dados divulgados na última segunda (18).

O preço médio semanal do litro da gasolina no Brasil acumulou a quarta queda consecutiva, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Baixou 6,5% em média na semana de 10 a 16 de julho, para R$ 6,07 o litro. Novas reduções deverão vir, já que São Paulo e Minas Gerais anunciaram ontem corte no ICMS sobre o etanol.

A tarifa de eletricidade residencial recuou 2,29% no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de julho, divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ajudando o indicador a ficar em 0,24%.

Por outro lado, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de julho aponta que o grupo Alimentação foi a única das oito classes de despesa que acelerou em julho. Na média, subiu 1,48%, ante 0,42% em junho. O item “laticínios” saltou 8,81%. O leite longa vida ficou 16,74% mais caro.

Ainda assim, a expectativa é de deflação (queda de preços) em julho. Graças às desonerações, economistas do mercado preveem queda de 0,46% no IPCA (o índice oficial de inflação) de julho, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado ontem pelo Banco Central – um mês atrás, antes da definição sobre a redução de tributos, apontava para alta de 0,43%.

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André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, acredita que a queda nos índices de preços ao consumidor poderá chegar a 1,0%, em julho, “mas será muito concentrado em energia e gasolina”. Os índices agregados recuam porque os combustíveis e a conta de luz, juntos, respondem por cerca de 10% da cesta de compras média, lembra Braz.

Outro risco importante a ser destacado é a perspectiva de alta do dólar. Para combater a maior inflação em 40 anos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vem subindo os juros, o que tende a atrair os fluxos de capital globais para os EUA, encarecendo o dólar no mundo todo. Por aqui, a alta pode ser turbinada por perspectivas de aumento no desequilíbrio das contas do governo, lembra Braz.

Ministério de Minas e Energia projeta etanol R$ 0,19 mais barato na bomba

O Ministério de Minas e Energia divulgou na noite de segunda-feira (18) uma nova expectativa de redução no preço do etanol hidratado. De acordo com a pasta, a expectativa é que, após a promulgação da PEC 15/2022, ocorra uma redução potencial média no preço do combustível que deve chegar a R$ 0,19 por litro.

Promulgada na quinta-feira (14), a PEC reconhece o estado de emergência para ampliar o pagamento de benefícios sociais e incentivos fiscais até o fim do ano, em especial para produtores e distribuidores de etanol hidratado.

Entre outros pontos, a emenda altera a Constituição para determinar a manutenção de um “regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final”.

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“Com a medida, fica preservado o diferencial de alíquota tributária do preço ao consumidor do etanol hidratado em relação ao da gasolina comercializada, resultando no aumento da competitividade do biocombustível”, explica o ministério.

A pasta disse ainda que a estimativa não considera a possibilidade de redução do preço do biocombustível aos estados que outorgarem créditos tributários do ICMS.

A emenda constitucional também autorizou a União a realizar um repasse de até R$ 3,8 bilhões, por meio de créditos tributários, para os estados que reduzirem a carga tributária do etanol para produtores e distribuidores do produto. Na avaliação do MME, se a medida for aplicada poderá levar o preço médio do litro de etanol hidratado a até R$ 4,04.

Cotação da Petrobras

A ação preferencial da Petrobras opera em alta de 0,94%, às 13h30, cotada a R$ 28,87. No ano, acumula queda de 0,76%.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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