Oscar Segall renuncia ao conselho de administração da Gafisa

A Gafisa informou nesta quinta (28) que Oscar Segall renunciou ao cargo de membro do conselho de administração. O comunicado não diz se haverá substituto.

Oscar Segall foi eleito após a saída de Mu Hak You da presidência do conselho, que se sucedeu à venda por parte da GWI Asset Management de sua participação na Gafisa. O sul-coreano deixou a sua posição no conselho junto com Thiago Hi Joon You.

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Segall faria parte de um comitê de reestruturação da empresa, aprovado pelo conselho. Ele é fundador da KSM Realty, da Klabin Segall e foi head da área de Real Estate do BTG Pactual.

A Gafisa comunicou também que vai revisar contratos com advogados externos e a contratação da Almeida Advogados. O escritório foi contratado para fazer a assessoria jurídica do processo de reestruturação e capitalização da empresa.

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Conselho convocado pela Planner

O futuro conselho​ de administração da Gafisa será eleito pela assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 15 de abril. A assembleia foi convocada pela Planner, administradora de fundos de investimento que detêm 18,55% do capital social da construtora.

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Esses fundos adquiriram a participação relevante em fevereiro, após a saída do capital da Gafisa da gestora GWI. Em leilão de ações, a gestora vendeu cerca de 33% de seus papéis e se tornou sócia minoritária. A partir aquele momento a construtora não tem um grupo controlador.

Poucos dias após o leilão, o controlador da GWI, o sul-coreano Mu Hak You convocou um reunião do conselho de administração. Nela, ele anunciou sua decisão de abandonar a presidência, passando o cargo para Augusto Marques da Cruz Filho.

Empresa em fase de recuperação

A construtora está tentando superar o período turbulento de comando da GWI. Seis meses muito complicados que se somaram à conjuntura difícil para o setor da construção. Um dos segmentos da economia brasileira mais duramente afetados pela recessão.

Mu Hak You prometeu recuperar rapidamente o valor da companhia, principalmente através da redução de custos. A partir de setembro de 2018, quando assumiu o controle da Gafisa, a GWI cortou funcionários, suspendeu pagamentos a fornecedores e fechou abruptamente a filial no Rio de Janeiro. Posições no alto escalão da construtora foram substituídas com advogadas sem muita experiência no setor das construções.

Esse conjunto de medidas não foi bem acolhido pelo mercado, e as ações da Gafisa na Bolsa começaram a despencar. No final de setembro, a empresa tinha uma alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido de 87,8%. Em relação a dívida de R$ 960 milhões registrada no encerramento do terceiro trimestre, R$ 706 milhões venciam até setembro de 2020.

Guilherme Caetano

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