Nubank (NUBR33) tem prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no 2T22; ações sobem em NY

O Nubank (NUBR33) divulgou nesta segunda (15) os resultados do seu desempenho operacional no segundo trimestre de 2022 (2T22). A fintech teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no período, alta de 96,7% sobre os US$ 15,2 milhões do 2T21.

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Em termos ajustados, o Nubank teve lucro líquido de US$ 17 milhões, alta de 3,03% sobre igual período do ano passado. O montante ajustado é decorrente de despesas com remuneração baseada em ações e efeitos tributários. Ao final do pregão de hoje, as ações do Nubank listadas em Nova York subiram 9,86%, para US$ 4,68, antes da divulgação do balanço financeiro. Com o resultado do 2T22 do Nubank continuaram a subir no after market de NY, com ganhos de 10,12%.

Considerando só o Brasil, maior mercado para a fintech, a operação do Nubank passou a ficar no azul este ano, com lucro líquido contábil de US$ 13 milhões no primeiro semestre. O banco digital chegou a 65,3 milhões de clientes, um salto de 57% em 12 meses, considerando os negócios no Brasil, Colômbia e México, os três países onde atua. No crédito, ficou mais conservador nos últimos meses nas linhas de empréstimo pessoal. A carteira total chegou a US$ 9,2 bilhões, expansão de 4,5% em um trimestre.

Entre abril e junho de 2022, a receita líquida do Nubank somou US$ 1,15 bilhão, alta de 244% no comparativo anual, “uma vez que o Nu continua tendo eficiência no upselling e cross-selling do portfólio de produtos financeiros”, diz o relatório.

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De acordo com o balanço do Nubank, o valor veio com a receita de juros e ganhos (perdas) sobre instrumentos financeiros atingindo US$ 853 milhões, salto de 361% no ano a ano, decorrente do crescimento da receita de juros líquida da carteira de crédito ao consumidor, composta de crédito pessoal e cartões de crédito. O aumento das taxas de juros no Brasil e o crescimento dos ativos financeiros com a expansão da franquia de serviços do Nubank no país contribuíram para esse número, segundo o Nubank.

A receita média mensal por cliente ativo do Nubank (ARPAC, em inglês) no período foi de US$ 7,8, resultado 105% superior ao 1T21 “A taxa de atividade bateu uma nova marca histórica, com 80% de crescimento. O Nu se tornou o banco principal para mais de 55% dos clientes que estão há mais de um ano com a companhia”, afirma o banco digital.

Uma das medidas mais monitoradas em fintechs, a receita média por cliente ativo (ARPAC), é um indicador que mostra se o banco está fazendo dinheiro – monetizando – com seus clientes, cresceu 105% em um ano no Nubank. Analistas esperavam que fosse ficar em US$ 7,5.

Para o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago, considerando os clientes mais antigos, o ARPAC chega a US$ 20. Já o Custo Médio Mensal de Atendimento por Cliente Ativo totalizou US$ 0,8, permanecendo estável em relação ao mesmo período do ano anterior, excluindo a variação cambial.

No crédito pessoal, Lago conta que o banco aumentou os juros, o que compensou o aumento do custo de captação do banco digital. Na inadimplência, o executivo avalia que o ciclo de normalização pode estar chegando ao final, após um período de baixa taxa de calotes durante a pandemia de covid. A estabilidade do indicador para períodos curtos – de 15 a 90 dias – pode ser um indício desse movimento.

Do total de 65 milhões de clientes do banco, 62,3 milhões estão no Brasil, crescimento de 51% em 12 meses. Já a base de clientes de empresas pequenas e médias cresceu 150% em 12 meses, subindo para 2 milhões.

Nos produtos, o cartão roxinho do banco tem 29 milhões de clientes ativos, enquanto 45 milhões possuem conta corrente, a NuConta. No empréstimo pessoal, são 4 milhões de clientes e em seguros, 700 mil.

Houve crescimento da base de clientes, de 5,7 milhões, totalizando 65,3 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, representando um crescimento de 56,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A carteira de clientes ativos do Nubank foi de 52,3 milhões, contra 29,9 milhões no 2T21. A taxa de atividade ficou em 80% sobre 72% do mesmo período do ano anterior.

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Índices de inadimplência do Nubank

A inadimplência de empréstimos de 15 a 90 dias ficou estável entre abril e junho, comparado ao primeiro trimestre do ano, em 3,7%, “sugerindo que o ciclo de normalização após a pandemia de Covid pode estar chegando ao fim”, diz o texto que acompanha o resultado.

Por outro lado, a inadimplência acima de 90 dias teve elevação de 3,5% para 4,1%, considerando os atrasos acima de 90 dias e a operação no Brasil. Ao final de março, a taxa de calotes estava em 4,2% e há 12 meses, ao final de junho de 2021, em 2,9%. A taxa para atrasos entre 15 a 90 dias também ficou estável, em 3,7%. “Damos limites muito baixos”, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o CEO e fundador do Nubank, David Vélez..

Já o saldo de provisões terminou o 2T22 em US$ 968 milhões, aumento de 15% ante o trimestre imeditamente anterior. “O crescimento da carteira de crédito foi responsável por cerca de 85% do aumento das provisões”, disse o Nubank.

“Tivemos outro trimestre muito forte, com crescimento e lucratividade no nosso negócio”, afirma David Vélez, fundador e CEO do Nubank, em nota. “Registramos uma receita recorde e estamos dando grandes passos para nos tornarmos uma plataforma com multiprodutos em diferentes países.”

Além disso, ele ressalta que a maior operação do banco digital, no Brasil, é agora lucrativa, com um lucro líquido de US$ 13 milhões no primeiro semestre de 2022, resultado do crescimento no número de clientes do Nubank, que subiu para 65 milhões.

“Melhor trimestre da nossa história”, diz Vélez

“Estamos anunciando talvez o melhor trimestre da nossa história”, afirmou Vélez. “Houve um avanço em todas as nossas métricas, com crescimento na base de clientes, nos três países onde estamos”, completou. Segundo ele, o Nubank hoje já é o maior emissor de cartões de crédito no Brasil, e maior também no México e Colômbia. “São 65 milhões de clientes com mais de 80% de ativação.”

A receita do banco digital pela primeira vez superou a marca de um bilhão em um único trimestre, batendo em US$ 1,2 bilhão, um salto de 230% em 12 meses, excluindo o efeito da variação cambial, de acordo com o balanço. Só os clientes do banco movimentaram US$ 20 bilhões com os cartões roxinhos entre abril e junho, alta de 94% ante o mesmo período de 2021.

“A margem financeira tem mostrado clara expansão, de quase 5% há 12 meses para 9,7%. Estamos conseguindo passar o aumento de juros para os clientes”, disse Vélez. Ao mesmo tempo, com medidas como a anunciada recentemente, em que o Nubank só vai remunerar os clientes que deixarem recursos na conta a partir de 31 dias, a fintech está conseguindo aumentar sua margem neste ambiente de juros mais altos, explicou o Vélez. “Em ambiente onde nossas margens aumentam, vemos claramente indicadores positivos sobre a saúde financeira do negócio”, completou.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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