IPO do Nubank (NUBR33): fintech define US$ 9 por ação em oferta

A abertura de capital mais esperada do mercado, a do IPO do Nubank, acontece na quinta-feira (9). A fintech estreia seus papéis na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob o ticker NU e sob o código NUBR33 das Brazilian Depositary Receipt (BDRs) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O banco digital definiu nesta quarta-feira (8) o preço de US$ 9 por ação.  

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A expectativa de arrecadação com a oferta pública de ações do Nubank já foi maior. Inicialmente, o preço da ação havia sido fixado entre US$ 10 e US$ 11, mas, por causa da pressão sobre o setor de tecnologia e a volatilidade do mercado em um dos piores momentos do ano, a previsão sofreu um corte de cerca de 20%. Com isso, a faixa indicativa ficou entre US$ 8 a US$ 9, sendo precificada no topo.

Com isso, o Nubank, com menos de uma década de história, se torna o banco mais valioso da América Latina avaliado em US$ 41,5 bilhões. Antes, a posição pertencia ao Itaú Unibanco (ITUB4), avaliado em cerca de US$ 37,7 bilhões. Na sequência está o Bradesco (BBDC4), com US$ 33,3 bilhões.

O Nubank escolheu a maior bolsa de valores do mundo para realizar a sua estreia. Movimento comum entre as empresas de tecnologia que têm apostado no exterior por considerarem que essas empresas, quando listadas em outros países, caso da Stone (STNE), PagSeguro (PAGS) e a XP (XP), são mais valorizadas.

Acontece que hoje as empresas de tecnologias têm tomado reveses do mercado. Isso porque as ações de diversas fintechs vêm em forte movimento de queda nas bolsas de valores no mundo.

A ação do PagSeguro, por exemplo, já acumula baixa de mais de 10% na bolsa de Nova York e o BDR despenca 17,24%. Por sua vez, a Stone já caiu 80%.

Outro caso significativo foi o da Paytm, que realizou um dos maiores IPOs na Bolsa de Valores indiana, movimentando US$ 2,5 bi. Isso não impediu que, um dia após sua estreia, o papel da fintech de pagamentos digitais tombasse 27%.

Essa tendência pode ser explicada pela atual conjuntura no mundo que sofre com a escalada da inflação, o que pressiona a taxa de juros dos países.

Neste cenário as techs são as que mais sofrem, pois o valor de uma empresa é calculado pelo fluxo de caixa que ela gera ao longo do tempo, e as companhias de tecnologia têm percentual maior de fluxos no longo prazo. Portanto, se a taxa de juros de longo prazo sobe, as empresas de tecnologia veem depreciação de seus papéis.

O IPO do Nubank foi coordenado pelos bancos Goldman Sachs, Morgan Stanley, Citi, HSBC, UBS e Safra, além da própria Nu Invest.

Clientes do receberam convites para participarem do IPO do Nubank

O Nubank convidou milhares de clientes para se tornarem sócios da empresa sem nenhum custo, por meio do recebimento de um BDR. O banco destinou entre R$ 180 milhões e R$ 225 milhões para a compra de BDRs para os clientes, que se inscreveram até o último domingo (5).

Contudo, a estratégia adotada também prevê um ‘lockup’ dos papéis por doze meses. Ou seja, os ativos do programa NuSócios só poderão ser negociados 12 meses depois do IPO.

O programa contou com critérios de elegibilidade, como terem uma NuConta que não fosse bloqueada para transações, não estar inadimplente com a instituição por mais de 8 dias corridos e ter realizado ou recebido pelo menos uma operação em qualquer produto do Nubank nos últimos 30 dias antes de terem aderido ao programa.

Os recursos do IPO do Nubank serão usados para capital de giro, despesas operacionais, despesas de capital e novos investimentos em aquisições de negócios, produtos, serviços e tecnologias.

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Poliana Santos

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