Dynamo chega a 5% da Natura (NTCO3); Itaú vê “oportunidade”

A Dynamo aumentou a sua participação para 5,14% no capital da Natura (NTCO3) ao passo que a BlackRock reduziu a sua participação de 5,01% para 4,91%, conforme comunicados enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta (18).

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As mudanças das gestoras ocorrem em meio a uma série de quedas nas ações da Natura, chegando à mínima de 2021 aos R$ 29,82 de cotação no fim do pregão de quarta-feira (17). Esse movimento consiste em uma desvalorização de 42% em 2021, considerando a cotação de quarta (17).

Nos dois comunicados sobre o movimento das gestoras, a Natura reportou que a entrada no capital social da empresa por parte de ambas não possui objetivo de “alterar sua composição de controle ou estrutura administrativa, e não visa atingir nenhum percentual de participação acionária em particular”.

Os papéis ordinários NTCO3 sobem 1,5% no intradia desta quinta (18) no Ibovespa por volta das 12h15. Mais cedo a ação da Natura subia mais de 5%.

NTCO3 pode virar NTCO34

Agora em recuperação, os papéis da empresa tiveram uma das suas maiores baixas na primeira semana de novembro. Em somente um pregão, houve queda de 17,5% após a empresa divulgar o seu balanço e comunicar uma intenção de trocar a listagem primária na B3 para ir à NYSE, a bolsa de Nova York.

Segundo o release de resultados, o objetivo da empresa de cosméticos é realçar sua presença global, ao mesmo tempo em que mantém a dupla listagem por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) na bolsa brasileira.

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Atualmente, mais de 70% da receita da empresa vem de fora do Brasil. Com as aquisições da Aesop em 2013, da The Body Shop em 2017 e da Avon em 2020, sua internacionalização acelerou para além do crescimento orgânico já observado na América Latina.

Além disso, ao elencar os motivos para a transição, a companhia frisou que o movimento em direção aos EUA deve aumentar sua visibilidade e alcance e amplificar sua agenda de sustentabilidade “Compromisso com a Vida 2030”.

Ainda na lista de motivos, a administração ressalta o interesse em:

  • Expandir a cobertura por analistas de mercado
  • Melhorar a liquidez de suas ações
  • Acessar novas fontes de financiamento
  • Melhor alinhar sua estrutura corporativa e de capital à presença operacional global

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“A proposta em estudo contempla que a base acionária da companhia migraria para uma nova companhia holding, por meio de uma reestruturação societária internacional. A companhia pretende manter a estrutura acionária de uma ação, um voto”, disse a empresa, por meio de fato relevante.

Itaú BBA frisa oportunidade com ‘queda exagerada’

Em relatório “Direto ao Ponto” do dia 12 de novembro, o Itaú BBA recomendou compra para as ações após a divulgação do resultado trimestral e com as desvalorizações. Segundo a análise, a queda de 19% nos papéis “parecia exagerada” e indicava “ponto de entrada interessante”.

“Natura mostrou resultados em linha com o esperado para o 3T21 e adiou a expectativa (guidance) de atingir margem EBITDA de 14-16% para 2024 – a indicação anterior da companhia era entregar esse nível de margem já em 2023. Dito isso, acredito que a queda da ação vista hoje é exagerada e, por isso, sugiro comprar NTCO3 até R$ 33,00”, diz o relatório do banco assinado pelo analista de Equity Research, Victor Natal.

Além disso, a equipe de consumo do Itaú BBA mantém classificação de outperform para as ações, com preço-alvo de R$ 58 para 2021.

Resultado da Natura

No seu balanço do 3T21, o lucro recuou 28,6% em um ano, para R$ 272 milhões. A empresa foi afetada pela inflação e interrupções na cadeia de suprimentos. A receita operacional também caiu, 10,3%, para R$ R$ 9,5 bilhões.

“Por causa dos investimentos que estamos fazendo, continuamos muito confiantes de conseguir entregar crescimento de receita, mas nas margens ainda vemos as pressões inflacionárias continuando ao menos no primeiro semestre de 2022”, disse o presidente do grupo, Roberto Marques, em teleconferência após a divulgação do resultado financeiro da Natura.
Eduardo Vargas

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