Ministério da Economia pode paralisar atividades após ‘tesourada’ do Congresso, diz jornal

O Ministério da Economia é a pasta que mais perdeu recursos no Orçamento para 2022: 52% a menos das verbas em relação a proposta do governo ou R$ 2,5 bilhões a menos. Segundo a pasta, a “tesourada” do Congresso pode comprometer as atividades já neste primeiro semestre. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

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A redução foi decida pelo Congresso Nacional, responsável pela definição anual do Orçamento. De acordo com integrantes do governo, o corte de verbas para o ministério é uma retaliação de deputados e senadores ao ministro Paulo Guedes, com quem o Legislativo tem uma relação turbulenta.

No Ministério da Economia, o clima é de insatisfação com o relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).

Outros ministérios, alinhados com interesses congressistas ou aliados à líderes políticos, em comparação, não tiveram o mesmo resultado.

Pastas como o Ministério da Cidadania, de Desenvolvimento Regional ou de Infraestrutura – responsáveis pela aplicação de políticas públicas e repasses para redutos eleitorais, tiveram aumento ou cortes marginais em relação à proposta do governo.

A Cidadania, responsável pela destinação de programas sociais, por exemplo, recebeu 80% a mais do que havia pedido. Já a Infraestrutura, 12%.

Para o Ministério da Economia o corte foi de 52% em relação à sugestão do Executivo, caso seja desconsiderada os recursos blindados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o Censo Demográfico, ou de 34% com a inclusão do levantamento na conta.

Ministério da Economia terá setores afetados

A pasta estuda detalhadamente quais são os programas que ficarão prejudicados pelo corte. No momento, a perspectiva é de que atividades possam sofrer paralisações a partir de maio caso nada seja feito.

Entre os setores do Ministério da Economia que foram afetados, a Receita Federal teve uma redução de 51% nas verbas aplicadas, de R$ 2,2 bilhões a R$ 1,1 bilhão. Já os recursos para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) caiu 51%, de R$ 26,1 milhões para R$ 12,7 milhões e os recursos para o Ipea, 54%, de R$ 50 milhões para R$ 22,9 milhões.

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Pedro Caramuru

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