Após assembleia, metalúrgicos da Ford entram em greve

Os metalúrgicos da Ford decidiram entrar em greve contra o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), após uma assembleia na última terça-feira (19). No entanto, uma nova assembleia deve ser realizada na próxima terça-feira (26).

“Nós lutamos, fizemos de tudo para que isso não ocorresse. Precisamos ir todos para a casa e retornar na semana que vem. Até lá é greve”, disse o coordenador-geral do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta.

Empresa anuncia fim de atividades

Na última terça-feira (19), a Ford anunciou que fechará sua fábrica em São Bernardo do Campo. Além disso, a empresa afirmou que vai deixar o segmento de caminhões.

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De acordo com montadora, essa medida é um dos passos para “o retorno a lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul”.

Efeito cascata nas demissões

Caso a Ford realmente saia de São Bernardo do Campo, distribuidores e fornecedores da montadora devem quebrar em seguida, por conta da falta de demanda.

Dessa forma, apenas a Ford deixaria cerca de 2,8 mil funcionários desempregados, segundo o sindicato.

Além disso, o fim das atividades da Ford pode causar até 24 mil demissões, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Reunião entre Doria e presidente da Ford

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), convidou o presidente da Ford para discutir o anúncio do fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo.

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O convite foi feito nesta quarta-feira (20), mas o governador e o executivo da montadora devem se reunir na quinta-feira (21).

“Convidamos o presidente da Ford e a sua diretoria para uma reunião à tarde no Palácio dos Bandeirantes, como já fizemos com a General Motors e com outras indústrias automobilísticas”, disse João Dória.

A Ford tem três fábricas no Brasil, em Camaçari (BA), São Bernardo do Campo (SP) e Taubaté (SP), e um campo de provas em Tatuí (SP).

Renan Bandeira

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