Grana na conta

Lucro da Suzano (SUZB3) desaba 96% no 1T24, para R$ 220 milhões

A Suzano (SUZB3), líder global na produção de celulose, informou nesta quinta-feira (9) que contabilizou um lucro de R$ 220 milhões no primeiro trimestre deste ano (1T24), representando uma queda expressiva de 96% em comparação com o mesmo período do ano anterior (1T23).

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A companhia diz que essa queda no 1T24 da Suzano é atribuída a uma “variação negativa no resultado financeiro“, influenciada pela desvalorização cambial sobre a dívida e operações com derivativos, além de uma redução no resultado operacional.

Segundo balanço da Suzano no 1T24, a receita líquida da companhia totalizou R$ 4,5 bilhões, marcando uma diminuição de 16% em relação ao ano anterior. Essa redução é explicada, conforme o documento, principalmente pelo menor preço médio da celulose em dólar (-14%), do papel (-9%), e pela desvalorização do dólar em relação ao real.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também apresentou uma queda de 26%, totalizando R$ 4,6 bilhões em comparação com o balanço da Suzano um ano antes.

As vendas de celulose da Suzano, explica a empresa, diminuíram devido à sazonalidade do período e à necessidade de recomposição parcial de estoques, totalizando 2,4 milhões de toneladas, uma redução de 13% em relação ao último trimestre de 2023 e de 2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A empresa afirmou ainda que o cronograma físico do Projeto Cerrado está dentro do esperado, atingindo 94%, enquanto o progresso financeiro estava em 87% no final de abril.

O preço líquido médio em reais durante o período foi de R$ 3.066 por tonelada, 9% acima do registrado no quarto trimestre devido a um melhor cenário de preços na China e na Europa, mas 18% inferior ao preço do ano anterior. “O mercado de celulose continuou a ter desempenho favorável durante o primeiro trimestre de 2024, que se refletiu em uma nova rodada de aumento dos preços, ainda não totalmente capturados nos resultados do período”, diz a empresa no documento sobre o resultado da Suzano.

A geração operacional de caixa da Suzano atingiu R$ 2,5 bilhões no período, enquanto a alavancagem em dólar ficou em 3,5 vezes, conforme a política financeira da companhia.

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Companhia nega oferta de US$ 15 bilhões por ativos da International Paper

Na quarta-feira (9), a Reuters divulgou que a Suzano estaria em discussões com a International Paper (IP) sobre uma possível oferta de ativos da companhia, estimada em quase US$ 15 bilhões.

Segundo fontes consultadas pela agência de notícias, o contato entre as duas empresas ocorre pouco tempo após a IP anunciar um acordo para adquirir a produtora britânica de embalagens DS Smith por US$ 7,2 bilhões. No entanto, essa transação, prevista para ser concluída no quarto trimestre deste ano, poderá ser impactada pela potencial oferta da Suzano.

A Suzano estaria buscando uma linha de financiamento que possa respaldar sua oferta e informou à IP que a proposta está condicionada ao cancelamento da aquisição da DS Smith, de acordo com as fontes da Reuters.

As mesmas fontes relataram que a Suzano verbalizou ao conselho de administração da International Paper uma oferta equivalente a 42 dólares por ação. A empresa brasileira pode formalizar a proposta nos próximos dias.

Mas a Suzano acabou negando: a companhia informou que não existe acordo ou qualquer proposta oficial.

Suzano volta a crescer timidamente no Ibovespa

Nesta quinta-feira (9), no mesmo dia em que a empresa divulgou os resultados do 1T24, a Suzano voltou a crescer timidamente no Ibovespa, com ações negociadas a R$ 52,77, uma alta de 0,71% quando comparada ao dia anterior.

A Suzano vem tentando elevar os papéis após desabar na Bolsa no começo deste mês. Para se ter ideia, no dia 6, sua ação era ofertada a R$ 59,57. No dia 7, tombou para R$ 52,20.

No mês de maio, a produtora de celulose está com queda de 10,57% de valorização. Em contrapartida, nos últimos doze meses, a companhia anota alta de 29,47% de valorização. O auge da Suzano no Ibovespa em 2024, até então, foi registrado em 2 de abril, com papéis negociados a R$ 65,23, segundo dados da Bolsa de Valores.

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Murilo Melo

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