Manifestações com Jair Bolsonaro elevam incertezas, dizem especialistas

O feriado de 7 de setembro em 2021, que marcou o aniversário de 199 anos da independência do Brasil, também será lembrado por uma onda de manifestações em todo o Brasil. Contrários e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tomaram as ruas.

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O dia pós-feriado tem um início nebuloso. Os juros futuros voltam a subir e o DI para janeiro de 2027 é negociado a 10,35%. O dólar, da mesma forma, mantém um viés altista, avançando quase 1%. O Ibovespa recua 1,33% logo após a abertura, com os investidores digerindo as manifestações acerca de Jair Bolsonaro.

Após participar das manifestações em Brasília, o mandatário foi a São Paulo e, na Avenida Paulista, disse que não acatará mais nenhuma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intensificando a tensão política.

“Após elevação do tom por parte do presidente, são esperadas respostas dos demais Poderes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cancelou a agenda da semana por considerar que não há clima para votações”, comentou a XP em relatório.

O presidente do STF, Luiz Fux, fará um pronunciamento no início dos trabalhos, às 14h desta quarta-feira. É esperado que o discurso seja firme.

“Na avaliação do nosso time político, os eventos de ontem adicionam incertezas ao impasse dos precatórios, especialmente no que diz respeito a eventual solução via Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”, afirma a XP.

O compromisso com precatórios aumentou em aproximadamente R$ 40 bilhões para o ano que vem. Esse pode pode ser um entrave ao novo Bolsa Família, prometido por Bolsonaro.

Em compensação, o governo apresentou ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para parcelar parte desse montante em nove anos, permitindo ampliar outras despesas em 2022, ano eleitoral.

A maior preocupação dos agentes do mercado diz respeito ao teto de gastos e, consequentemente, ao risco fiscal do País.

Jair Bolsonaro segue com popularidade em baixa, mostram redes sociais

Segundo uma pesquisa realizada pelo banco digital modalmais, junto à AP Exata, a popularidade do presidente Bolsonaro segue baixa.

O levantamento, que leva em conta publicações e comentários feitos nas redes sociais, mostra que mesmo as manifestações favoráveis ao mandatário em boa parte do País não foram suficientes para reverter a imagem negativa do presidente.

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Entre segunda-feira (6) e a noite da última terça-feira (7), houve avanço de 1% nas menções positivas, saindo de 36% para 37%. Com isso, as menções negativas caíram de 64% para 63%.

No Twitter, mais de 18% das hashtags mais utilizadas sobre o evento foi #ForaBolsonaro. A hashtag utilizada por apoiadores, #7deSetPelaLiberdade, foi responsável por 4,54% das publicações.

A sombra do impeachment volta à pauta

Após o presidente radicalizar sua posição contra o STF, o tema do impeachment de Bolsonaro voltou a ser amplamente discutido nas redes, mostrou o modalmais.

“O #ForaBolsonaro veio acompanhado de pressão para que Arthur Lira abra o processo de cassação do PR na Câmara”, diz a pesquisa.

Analistas da imprensa nacional também voltaram a discutir o tema, e a abertura do processo é aventado por alguns partidos políticos como PSDB, PSD e MDB.

“A agenda política de reformas se enfraqueceu, ficando sem segundo plano, diante de um movimento eleitoral antecipado em mais de um ano, com nuances que ainda deixam em dúvida se ele ira transcorrer de forma pacífica”, comentou o banco digital.

Segundo o G1, todos os estados registraram manifestações contrárias e a favor do governo federal. Apenas uma das capitais não teve manifestação oposicionista a Jair Bolsonaro. Ao todo, foram 179 cidades com protestos em apoio ao presidente, ante 84 cidades que registraram movimentos contrários.

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Jader Lazarini

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