Magazine Luiza (MGLU3) tem corte no preço alvo e Copom eleva Selic; veja as 5 notícias mais lidas

Magazine Luiza (MGLU3) e a Via (VIIA3) vão mudar a estratégia em seus e-commerces. O banco Goldman Sachs analisou as decisões das empresas e, apesar de serem positivas, escolheu diminuir o valor do preço alvo das duas.

Já a Vale (VALE3) teve seu preço alvo elevado pelo Itaú BBA, depois da mesa redonda que a companhia promoveu com o seu novo diretor-executivo financeiro (CFO), Gustavo Pimenta. A conversa teve como foco os dividendos da companhia, que, segundo o executivo, podem ser maiores em 2022.

A semana movimentada teve a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que estabeleceu o aumento da taxa de juros, a Selic. Como esperado pelo mercado, o número atual subiu para 10,75%. Foi o oitavo aumento consecutivo da Selic. O comitê do BC anunciou, no comunicado sobre a decisão, que vai reduzir o ritmo de ajustes.

Entre as noticias mais lidas da semana, outra empresa se destacou. O IRB Brasil (IRBR3) está considerando melhorar sua estrutura de capital, com realocação de ativos, venda de carteiras ou aumento de capital.

Por fim, a estreia do Fiagro BBGO11 na B3 foi um sucesso, ao alcançar 100% do montante estimado na oferta inicial de ações.

Veja abaixo o resumo das principais notícias da semana. Acesse os links para ler o texto completo. Bom final de semana!

Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3): GS corta preço alvo; entenda os motivos

As estratégias dos grandes players do e-commerce, como Magazine Luiza (MGLU3)Via (VIIA3)Americanas (AMER3) e Mercado Livre (MELI34), estão mudando. O cenário atual no Brasil aponta menos demanda e um custo de capital mais alto, de acordo com análise do Goldman Sachs. A análise inclui corte de preço-alvo para Magalu e Via — e a avaliação passa justamente pela estratégia das empresas.

Várias das principais plataformas anunciaram recentemente mudanças em suas take-rates, políticas de frete grátis e subsídios, ou estão em processo de implementar mudanças. Shopee e Amazon já realizaram alterações no início de 2021.

Conforme o relatório escrito por Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, embora as novidades estejam ocorrendo para aumentar as operações de 3P (Produção, Preparação e Processo), além de uma concorrência acirrada, elas refletem as taxas mais altas e crescimento desacelerado.

“Notamos, no entanto, uma diferença entre as mudanças implementadas pelas empresas que estão relativamente mais expostas a um cenário de demanda devido à sua dependência de bens duráveis ​​de alto valor (VIIA3 e MGLU3), e aqueles que se beneficiam de um sortimento mais diversificado e melhor rentabilidade (MELI34 e AMER3)”, afirmam.

Por exemplo: para Magazine Luiza e Via, o foco mudou de crescimento para proteção (ou restauração) de lucratividade. Americanas, por outro lado, se apoia em iniciativas para impulsionar uma construção de oferta de cauda longa. Além disso, a companhia quer incentivar os vendedores a mudar a estrutura de atendimento.

Já Mercado Livre aperta as condições de vendas a prazo, para tentar mitigar o impacto de maiores custos de captação. “Acreditamos que MELI34 está realizando monetização em uma posição de vantagem competitiva relativa, porque pode, não porque precisa”, aponta o relatório.

Vale (VALE3): Itaú BBA eleva preço-alvo com dividendos e recompra de ações no radar

“Elevamos o preço-alvo para o American Depositary Receipts (ADR) da Vale de US$ 16 para US$ 19 e para as ações VALE3 de R$ 90 para R$ 100 ao fim de 2022, mantendo nossa recomendação de ‘compra'”. Começa assim o relatório “Direto ao Ponto”, do Itaú BBA, sobre a Vale (VALE3).

Para elevar o preço-alvo de suas recomendações, os analistas do Itaú BBA levaram em consideração a mesa redonda que a Vale promoveu com o seu novo diretor-executivo financeiro (CFO), Gustavo Pimenta. Com isso, os especialistas destacam três pontos considerados:

  • estímulos na China e oferta restrita, que deverão gerar uma dinâmica favorável aos preços do minério de ferro;
  • nível de endividamento baixo, o que abre espaço para dividendos extraordinários; e
  • perspectiva de resultado operacional (Ebitda) maior devido ao avanço no preço da commodity.

Segundo o relatório, a Vale está mais confiante em relação às perspectivas futuras para o preço do minério de ferro em 2022, visto que o governo chinês definiu medidas importantes para aquecer a economia do país, principalmente para a construção civil – setor importante para o mercado de aço.

Além disso, o cenário de oferta da commodity está mais restrito, sem adições significativas no mercado, especialmente no de alta qualidade do produto – em que a Vale é referência.

“A empresa reiterou sua estratégia de longa data de não colocar oferta adicional de minério que não acredita que possa ser absorvida pelo mercado, mesmo que isso signifique não atingir sua meta de produção de 400 milhões de toneladas durante os próximos anos”, informa o relatório do BBA.

Copom aumenta Selic para 10,75% ao ano e sinaliza reduzir ritmo de altas

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta (2) elevar a taxa Selic de 9,25% para 10,75%. O avanço para dois dígitos, no primeiro encontro do comitê em 2022, era aguardado pelo mercado. É o oitavo aumento seguido da taxa.

A decisão foi por unanimidade. O Comitê enfatizou que “irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

Mas fez uma ponderação importante. O comitê do BC disse que antevê como mais adequada, neste momento, “a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros.” Explica: “Próximos passos dependerão do balanço de riscos e das projeções de inflação.”

A Selic pode subir menos na próxima reunião, em março. A alta dos juros vai continuar, mas o BC sinaliza com uma redução do ritmo de ajustes em 2022. O texto afirma: “O Copom prevê um corte de juros neste ano. Cenário base é subir a Selic para 12% no primeiro semestre e terminar o ano a 11,75%. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 12% no primeiro semestre de 2022, termina o ano em 11,75% e reduz-se para 8,00% a.a. em 2023.”

Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou ainda mais os cintos na política monetária.

A taxa atingiu os dois dígitos pela primeira vez desde julho de 2017, quando também estava em 10,25% ao ano. De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, o reajuste passou para 1,5 ponto nas três últimas reuniões.

João Beck, economista e sócio da BRA, observa que “o Copom menciona exatamente o que o mercado especulava. Essa subida é uma sinalização de alguma desaceleração do ciclo de alta que deve ir até o fim do ciclo. Ou seja, há uma sinalização de que o ritmo de alta irá diminuir.”

Ele complementa: “É bem verdade que muitos indicadores recentes indicam alívio da inflação à frente, como o nível dos reservatórios, dados de arrecadação positivos, desaceleração da atividade e recentemente uma valorização do Real.”

Beck conclui: “O ritmo de altas sequenciais de 150 pts é uma velocidade muito alta. E essa aceleração aconteceu depois da mudança da regra de teto de gastos. Com o alívio das contas públicas, melhora nos reservatórios, desaceleração da atividade e valorização do Real é esperado pelo menos uma velocidade menor de alta nas próximas reuniões independente da mudança ou manutenção da taxa terminal.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, avalia: “A autoridade disse que o juro já está muito alto para subir no ritmo de 150bps, sem ser taxativo e colocando 125bps como o máximo. Contudo, a sinalização de suavização do aperto é incoerente com o avanço das expectativas de inflação da própria autoridade no cenário de referencia. Para 2022 o IPCA da autoridade subiu de 4,7% para 5,4% e, para 2023, permaneceu em 3,2%. A autoridade opta por perder graus de credibilidade no combate às expectativas de inflação.”

E resume: “Acreditamos que o BC apresentou um comunicado dovish apontando para uma redução do ritmo de elevação da Selic. Assim, passamos a projetar uma elevação de apenas 100bps na reunião de março. Para maio avaliamos que a autoridade encerrará o ciclo. Com o juro a 11,75% (se confirmada nossa perspectiva de +100bps em março), o BC estará focando nessa reunião apenas para a inflação de 2023, ao qual a autoridade vê convergência para a meta. A taxa deverá permanecer inalterada ao longo de todo 2022.”

IRB Brasil (IRBR3) avalia realizar novo aumento de capital, diz relatório

IRB Brasil (IRBR3) analisa as possibilidades de melhorar sua estrutura de capital, como realocação de ativos, venda de carteiras ou aumento de capital.

De acordo com o relatório do Citi, depois de uma conversa com o CFO do IRB, Willy Otto Jordan Neto, obtido pelo site Brazil Journal, os diretores da companhia estão analisando as opções para transformar a resseguradora em rentável, principalmente após a fraude em que fingia ser uma empresa lucrativa.

No momento, a direção do IRB está focada em mercados que podem ser rentáveis no longo prazo, como Brasil e outros países da América Latina.

Mas essa mudança, que possui foco no prazo mais longo, irá afetar negativamente o crescimento dos prêmios no curto prazo.

O CFO disse também que, devido às incertezas sobre a profunda reestruturação do IRB, a nova gestão decidiu que o mais responsável a se fazer agora é não divulgar as projeções futuras (guidance).

É válido lembrar que se trata de uma gestão nova, uma vez que o Willy está no cargo há três meses e o CEO Raphael Carvalho está há quatro meses.

BBGO11: Fiagro do BB estreia na Bolsa e já informa pagamento de rendimentos

A partir desta terça-feira (1º), o Fiagro do Banco do Brasil (BBGO11) já pode ser negociado por investidores em geral no mercado secundário. O Fiagro BBGO é um “fundo de papel” que irá investir em títulos de crédito ou valores mobiliários vinculados ao agronegócio.

Em sua oferta inicial, o Fiagro BBGO11 conseguiu captar 100% do montante estimado e mais um pouco: a arrecadação foi de R$ 400,52 milhões, com a subscrição de 4,005 milhões de cotas, ao preço de R$ 100,00 por cota.

“O BBGO11 tem por objeto a realização de investimentos em ativos com origem nas cadeiras produtivas agroindustriais, de forma a proporcionar uma remuneração, para o investimento realizado, preponderantemente oriunda do fluxo de rendimentos e/ou pagamentos gerado por ativos agroindustriais, e do aumento do valor patrimonial de suas cotas”, diz prospecto do Fiagro.

Sob a gestão do BB DTVM, o Fiagro BBGO já chega à Bolsa com o patrimônio parcialmente alocado e com previsão de distribuição de rendimentos em fevereiro, com referência de janeiro.

De acordo com o comunicado ao mercado, o pagamento será feito no dia 14 de fevereiro, no valor de R$ 0,40.

As cotas do Fundo chegam à B3 (B3SA3) valendo R$ 96,21. Por volta das 11:45 (horário de Brasília), ainda não havia registro de nenhuma negociação dos papéis.

Segundo o BB DTVM, “a oferta não é destinada a investidores que busquem retorno de curto prazo e/ou necessitem de liquidez em seus investimentos”, diz prospecto preliminar.

Victória Anhesini

Compartilhe sua opinião