Light (LIGT3), de sócio de Lemann, sofre rebaixamento, cai na bolsa e sofre ‘efeito Americanas’

A Light (LIGT3), cuja composição societária é integrada por Carlos Alberto Sicupira, foi mais uma das empresas vinculadas a alguém do ‘trio’ a passar por escrutínio nesta sexta-feira (3).

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As ações da Light chegaram a despencar 8% em somente uma hora de pregão, a R$ 3 por ação ordinária após a Fitch, uma das maiores agências de risco do mundo, rebaixar drasticamente a classificação da companhia. Às 16h, as ações caíam 1,5%, a R$ 2,42,

Em suma, a agência viu um aumento do risco de calote da companhia, diminuindo seu rating referente às Issuer Default Ratings (ou IDRs) em Moedas Local e Estrangeira.

Os especialistas, aliás, citam nominalmente a Americanas (AMER3) – pivô de um ceticismo quanto à saúde financeira de outras empresas que têm como sócios Lemann, Sicupira, ou Marcel Telles.

“O rebaixamento reflete um risco de crédito substancial para a Light no pagamento pontual de principal e juros de suas obrigações após o anúncio de que havia contratado a Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital, e a estratégia no mercado de crédito mais restritivo, devido à inadimplência da Americanas”, diz a Fitch.

A nova classificação da Light é de “CCC+” – antes a classificação era de “BB-“. Dentro das descrições da Fitch sobre cada rótulo, agora a Light tem um risco de crédito que representa um “Grau Extremamente Especulativo”, a 6ª pior classificação dentre 22 rótulos possíveis.

“Para evitar uma reestruturação em meio a um cenário desafiador, a Light precisará manter o acesso a financiamentos bancários ou do mercado de capitais. Na ausência de financiamento adicional, a empresa precisará de alguma combinação de venda de ativos, uma oferta subsequente de ações ou mais clareza sobre a renovação da concessão da Light Sesa, principal subsidiária da empresa”, diz a agência.

“A Fitch acredita que a contratação da Laplace, que assessora várias empresas que reestruturaram dívidas no Brasil, reduz significativamente a disposição de os credores fornecerem novos financiamentos ao grupo para cobrir suas necessidades de financiamento de 2023 e 2024”, completa.

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Situação atual da Light

A companhia, em seu último resultado trimestral – referente ao terceiro trimestre de 2022 -, reportou uma dívida líquida de R$ 8,7 bilhões. No contexto contábil atual, isso representa cerca de três vezes o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa.

Nos últimos 12 meses, segundo dados do Status Invest, a empresa caiu cerca de 70% na bolsa de valores.

Com isso, teve seu valor de mercado reduzido a R$ 1,22 bilhão.

Dentre os acionistas da Light estão o fundo Samambaia Master FIA (20% do capital), o fundo Santander PB Fundo de Investimentos em Ações (10%) e a BlackRock (9,2%).

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Eduardo Vargas

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