Ibovespa cai 0,50%, aos 99,7 mil pontos, acompanhando NY; Via (VIIA3) recua 6,3%

Ibovespa hoje fechou a terça-feira (26) em queda de 0,50% aos 99.771,69 pontos, após oscilar entre 99.364,79 e 100.753,40 pontos. O giro financeiro permaneceu enfraquecido nesta véspera de deliberação do Federal Reserve, a R$ 17,5 bilhões. Na semana, avança 0,86% e, no mês, 1,25%, ainda cedendo 4,82% em 2022.

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Acompanhando a cautela externa, o índice acomodou-se abaixo dos 100 mil pontos após ter recuperado em encerramento, ontem, a linha dos seis dígitos pela primeira vez desde o último dia 8.

Hoje, véspera de decisão sobre juros nos Estados Unidos, os investidores seguiram tomando o pulso da atividade econômica americana por meio dos resultados trimestrais das empresas, com atenção especial para o que as companhias esperam à frente, como no alerta sobre lucros da varejista Walmart, com corte de projeções para o ano.

A empresa “emitiu novo alerta sobre desempenho no segundo trimestre, frisando que o aumento recente dos custos de energia e alimentação está pesando sobre o poder de compra do consumidor americano”, observa em nota a Terra Investimentos, acrescentando que a varejista reduziu o ‘guidance’ para os resultados nos próximos quatro trimestres.

“Tivemos mais dados ruins de atividade nos Estados Unidos, hoje também sobre a confiança do consumidor do Conference Board, o que reforça a visão sobre recessão. A curva americana coloca os juros dos Estados Unidos em 3,5% na virada do ano e corte a partir da metade de 2023. Se houver um pivô no discurso do Fed em direção a uma moderação de tom, menos ‘hawkish’, amanhã, pode estimular o apetite por risco”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Aqui, a semana reserva também, além dos números trimestrais da Vale, o balanço da Petrobras após o fechamento da quinta-feira, e as ações da estatal, apesar de chegarem a perder fôlego no meio da tarde, contribuíram hoje para moderar a queda do Ibovespa, em sessão amplamente negativa para as ações e os setores de maior liquidez e peso no índice.

“Há aversão global a risco com a perspectiva de recessão, e naturalmente busca por proteção, o que se reflete na volatilidade do Ibovespa. Ficou em segundo plano a leitura, até favorável, sobre o IPCA-15”, diz Felipe Graciano, especialista em renda variável da Blue3.

Embora com poucos efeitos para a sessão, a relativa descompressão observada no IPCA-15 de julho, considerado uma prévia da inflação oficial para o mês, foi uma boa notícia doméstica. O índice teve leve alta de 0,13% em julho, a menor variação mensal desde junho de 2020, observa Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. Contudo, no acumulado de 12 meses, a inflação ainda é alta, a 11,39%.

“No caso de transportes, tivemos uma queda mais significativa. Se olharmos os subitens, houve redução de 5,01% no preço da gasolina, 8,16% no do etanol e de 1,83% no gás veicular. Na parte de energia, com a redução de ICMS em várias regiões, os preços registraram uma variação negativa de 4,61%”, aponta Sung. Ele ressalva que o índice de difusão permanece acima de 67%, o que mostra, por outro lado, que a inflação segue disseminada.

Bolsas de Nova York

O mercado acionário de Nova York fechou em queda. O quadro já era negativo na abertura, com balanços e outras notícias do setor corporativo pesando no humor das bolsas, e piorou após indicadores fracos dos Estados Unidos. Além disso, investidores se posicionavam para balanços importantes, previstos para depois do pregão e o restante da semana, e também para a decisão de política monetária de amanhã do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

  • Dow Jones: -0,71%, aos 31.761,54 pontos;
  • S&P 500: -1,15%, aos 3.921,05 pontos;
  • Nasdaq: -1,87%, aos 11.562,57 pontos.

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dólar à vista fechou em baixa de 0,38%, a R$ 5,3492, depois de oscilar entre R$ 5,3360 e R$ 5,3929.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta terça-feira (26), com sessão volátil. Os dados macroeconômicos negativos nos Estados Unidos pressionaram as cotações, que foram penalizadas ainda pela notícia de que Washington liberará mais uma rodada de reservas da commodity.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro encerrou em baixa de 1,78%, ou US$ 1,72, a US$ 94,98, enquanto o do petróleo Brent para outubro cedeu 0,73%, ou US$ 0,73, a US$ 99,46, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em leve queda nesta terça, em meio à valorização do dólar, que avança um dia antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). A expectativa do mercado é que o BC americano deve promover um novo aumento de 75 pontos-base nos juros básicos dos Estados Unidos.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para o agosto caiu 0,08%, a US$ 1.717,7 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, assim como em NY, papéis de varejistas também ficaram sob pressão e se destacaram entre as maiores perdas. Magazine Luiza (MGLU3) recuou 6,45%, Via (VIIA3) caiu 6,35% e Americanas (AMER3) perdeu 4,88%.

O setor que teve perdas significativas foi o de saúde, também na lista, com Hapvida (HAPV3) diminuindo 5,17% e Qualicorp (QUAL3) liderando as quedas da sessão, com -8,10%.

Grandes bancos fecharam no negativo, com exceção de Banco do Brasil (BBAS3), que subiu 0,34%.

Bradesco (BBDC3,BBDC4) caiu 0,21% e 0,69%, respectivamente, Itaú (ITUB4) registrou -0,55% e Santander (SANB11) recuou 0,18%.

Apesar da alta do minério de ferro, Vale (VALE3) teve leve queda de 0,18%.

Na ponta oposta, quem liderou as maiores altas foi JBS (JBSS3), que subiu 2,97% com a expectativa pelos resultados do 2T22.

Também figuraram entre as maiores altas Petrobras (PETR3, PETR4), que subiu 1,44% e 1,01% nesta ordem, ainda que as cotações do petróleo tenham fechado em baixa, mas apoiadas na expectativa do balanço da estatal. Outro destaque no ranking foi IRB Brasil (IRBR3), que ganhou 1,59%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Oi (OIBR3): venda da Oi Móvel pode ser cancelada? Genial analisa
  • Petrobras (PETR4) deve antecipar dividendos de até R$ 75 bilhões com balanço; entenda

Oi (OIBR3): venda da Oi Móvel pode ser cancelada? Genial analisa

Parecer da Anatel mostra que TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, as empresas que compraram a Oi Móvel – ativos de telefonia móvel, no processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3) – não estão cumprindo com um dos remédios estabelecidos durante o negócio.

Assim, segundo relatório da Genial Investimentos, esse imbróglio com a compra da Oi Móvel pode ‘culminar com a anulação da transação’.

“Com a justificativa de que as empresas não estariam cumprindo os remédios impostos, a Anatel analisa a possibilidade de revisar a anuência prévia da venda dos ativos móveis da Oi, além de outras sanções que demonstrem o descontentamento do órgão com relação aos desdobramentos do caso”, diz a Genial.

“Enquanto isso, TIM, Vivo e Claro buscam na Justiça uma forma de evitarem qualquer prejuízo em decorrência da decisão, para colocar em prática os valores que acreditam ser justos para a continuidade de suas operações relacionadas aos serviços de roaming nacional. Mais informações sobre o caso devem ser divulgadas ao longo desta semana”, seguem os analistas da casa.

Apesar disso, a hipótese de cancelamento da compra da Oi móvel é considerada improvável.

Os analistas afirmam que como o fechamento do negócio já foi realizado: “A anulação da anuência prévia e consequente cancelamento da compra têm chances remotas de ocorrer em função dos inúmeros efeitos negativos que essa decisão iria gerar”.

Segundo a casa, nesse cenário a Oi não conseguiria sair da recuperação judicial.

“Parte das suas dívidas já foram pagas para os respectivos credores e a migração da base de clientes já está em andamento. Assim, acreditamos que o caminho possível seja um meio termo entre as partes, sem a necessidade de revogação da decisão da venda da Oi Móvel”, concluem.

Veja os remédios da compra da Oi Móvel:

  • Contratos de RAN Sharing (Radio Access Network Sharing), que consistem no compartilhamento de recursos entre duas empresas
  • Aluguel de espectro, viabilizando que empresas menores possam oferecer serviços móveis (em municípios com menos de 100 mil habitantes na antiga área da Oi Móvel)
  • Acordo de Roaming Nacional, permitindo o funcionamento dos serviços móveis fora da área de cobertura da sua operadora em todo território brasileiro
  • Acordo para MVNO (Mobile Virtual Network Operator), onde uma operadora compra o direito de utilizar parte da infraestrutura oferecida por uma ou mais operadoras móveis que possuem torres e antenas para fornecer acesso às redes móveis em atacado

A recomendação da casa é de compra para os papéis da Oi, da Tim (TIMS3) e da Telefônica (VIVT3), com preços-alvo de R$ 1,10, R$ 18 e R$ 60, respectivamente. Para os papéis da Oi, o upside previsto é de mais de 115% – ou seja, se concretizado, a cotação dobraria.

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Petrobras (PETR4) deve antecipar dividendos de até R$ 75 bilhões com balanço; entenda

Petrobras (PETR4) deve antecipar o pagamento de dividendos na ocasião da divulgação do seu próximo balanço financeiro, referente ao segundo trimestre de 2022 (2T22), segundo o banco Credit Suisse.

O documento do resultado da Petrobras será divulgado já nesta quinta-feira (28), na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após o fechamento do pregão do dia.

Segundo analistas do Credit Suisse, serão de R$ 53 bilhões a R$ 75 bilhões em dividendos da Petrobras antecipados nesse dia.

A tese vai em linha com a pressão feita pelo governo para que estatais de um modo geral distribuam seus proventos de forma adiantada, a fim de melhorar a saúde fiscal do Planalto no curto prazo.

Isso ocorre para que o governo entregue as contas do governo no último ano do mandato no azul, e contempla a Petrobras, mas também outras empresas como Caixa, BNDES e Banco do Brasil (BBAS3), que atualmente pagam proventos à União.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, enviou ofício às companhias pedindo pela antecipação de dividendos, formalizando os anseios do Governo Federal.

No caso da distribuição de proventos da Petrobras, vale lembrar que o movimento de antecipação – de divulgação feita em conjunto com o resultado financeiro – já foi feita no ano de 2021.

Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o Conselho de Administração da companhia já avalia essa possibilidade.

Ainda na segunda (25) a companhia, por meio de fato relevante, confirmou que recebeu o ofício de Colnago e afirmou que as solicitações do governo ‘já estão inclusas na política de remuneração aos acionistas’. Contudo, acrescentou que ‘ainda não há decisão tomada’.

“Todas as decisões serão alinhadas à política, sempre respeitando os princípios de perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos”, diz a Petrobras.

As fontes ouvidas, porém, anteveem um dividendo de R$ 40 bilhões – cifra que fica abaixo da estimativa do Credit Suisse.

Isso pois analistas do banco de investimento levam em consideração o anúncio de dividendos futuros – o que não influencia diretamente o resultado financeiro do 2T22, mas eleve o montante final.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,50%
  • IFIX hoje: +0,04%
  • IBRX hoje: -0,62%
  • SMLL hoje: -1,47%
  • IDIV hoje: -0,48%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (25)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (22) com alta de 1,36% aos 100.269,85 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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