Ibovespa sobe 0,71% e fecha acima dos 112 mil pontos; bancos puxam alta e varejistas derretem

Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (18) em alta de 0,71%, aos 112.228,39 pontos, após oscilar entre 111.441,08 e 113.306,24 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 38 bilhões. 

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Mais uma vez nesta semana, o pregão foi marcado pela desaceleração e volatilidade nas varejistas. No fechamento do Ibovespa de hoje, as principais quedas no índice foram de empresas do setor. Americanas (AMER3), Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) caíram, respectivamente, 8,42%, 6,67% e 6,07%.

Por outro lado, o dia foi de ganho aos ativos bancários. No Ibovespa desta quarta-feira, BTG Pactual (BPAC11), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB4) avançaram +2,21%, +1,50%, +1,80% e +3,37%.

E a política econômica, mais uma vez, esteve sob o foco dos investidores. Em encontro com lideranças sindicais, o presidente Lula defendeu um aumento de salário mínimo atrelado ao PIB, isenção no imposto de renda para ganhos de até R$ 5 mil e a reforma tributária ainda no primeiro semestre do ano.

O Ibovespa chegou a desacelerar as altas do dia, enquanto o dólar subiu. Apesar disso, a bolsa operou a maior parte do dia acima dos 112 mil pontos.

“Um dos fatores por trás disso é que o mercado vê com bons olhos a possibilidade de reforma tributária proposta pelo ministro da fazenda, Fernando Haddad, o que contribui assim com a política de austeridade fiscal”, aponta Rafael Scardua, sócio da Matriz Capital.

Commodities em alta

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em baixa nesta quarta-feira (18) em um pregão marcado pela aversão ao risco, em meio aos temores de recessão na economia mundial.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em baixa de 0,81% (US$ 0,65), a US$ 79,80 o barril. Já o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 1,09% (US$ 0,94), a US$ 84,98 o barril.

Segundo a Capital Economics, os mais recentes sinais de que a economia dos EUA estão perdendo impulso parecem ter levado a um “clima de fuga do risco nos mercados”, fazendo com que ativos de risco, como o petróleo, perdessem força registrada no início do dia.

Apesar da valorização do petróleo, os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) não refletiram a mesma alta, que recuaram -1,28% e -1,76% no Ibov hoje. A cotação da petroleira começou o dia com alta superior a 1%, porém perdeu o ganho no intradia.

Isso porque houve ontem um ex-diretor acionou o TCU para bloquear o pagamento de dividendos previstos para amanhã. Além disso, a Federação Única de Petróleo (FUP), em conjunto com a Associação Nacional do Petroleiros Acionista Minoritário da Petrobras (ANAPERO), anunciaram que entrarão com novas medidas judiciais e administrativas para a suspensão do pagamento.

“Entendo que o fato gera instabilidade no mercado da petroleira e investidores com aversão a risco começam se desfazer do ativo”, explica Rafael Scardua, sócio da Matriz Capital.

Por outro lado, Scardua lembra as ações da Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) subiram +1,31%, +3,28%, +3,16% e +2,39, respectivamente, em consonância com a cotação do minério de ferro que fechou em alta de +1,43% no mercado chinês. “Juntamente com a alta do dólar que opera em alta, o que também beneficia as mineradoras.”

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Dólar sobe e bolsas de Nova York caem

A quarta-feira foi de quedas nas bolsas de Wall Street. O Dow Jones caiu -1,81%, S&P recuou -1,56% e Nasdaq perdeu 1,24%. Por outro lado, o dólar fechou em alta de 1,12%, a R$ 5,1626, após oscilar entre R$ 5,0668 e R$ 5,1743.

“O Treasury Yields de dois anos acelerou uma queda de 4,127% e hoje foi divulgado o núcleo de venda no varejo, que variou mensalmente em -1,1%. Essas notícias trazem mais um indicativo de desaceleração da economia americana e corroboram para o arrefecimento da alta nas de juros nas próximas reuniões no FED”, explica Rafael Scardua, sócio da Matriz Capital.

Além disso, notícias de demissões em massa pela Microsoft (MSFT34) e Bank of America (BofA) aumentaram o temor por uma recessão mais severa do que o esperado, reduzindo o apetite de risco dos investidores de Wall Street.

“Esperamos que o apetite por risco piore ainda mais nos próximos meses, apoiando ambas as moedas”, analisa a Capital Economics. No fim, as ações de BofA e Microsoft recuaram 2,32% e 1,89%, respectivamente.

Bolsas europeias fecham mistas

Os mercados acionários da Europa fecharam mistos nesta quarta-feira (18). O pregão europeu foi marcado por dados que confirmaram a desaceleração da inflação ao consumidor (CPI) na zona do euro e no Reino Unido. Investidores reagiram também a declarações de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), que reforçaram compromisso em subir juros para conter a alta de preços.

Com isso, houve quedas nas bolsas de Londres (FTSE 100), Frankfurt (DAX), Lisboa (PSI 20) e Moscou (MOEX), em -0,26%, -0,03%, -0,50% e -0,03%, respectivamente. Porém, os avanços foram registrados nas bolsas de Milão (FTSE MIB), em +0,27%, Paris (CAC 40), em +0,09%, e Madri (IBEX 35), de +0,39%.

Segundo a Oxford Economics, com os preços do núcleo do CPI da zona do euro ainda elevados, a previsão é de mais duas altas de 50 pontos-base antes de uma pausa no ciclo de altas.

A visão vai de acordo com a fala do membro do conselho do BCE François Villeroy de Galhau, que destacou, no Fórum Econômico Mundial, que é preciso “manter o curso na luta contra a inflação” e que “provavelmente” a taxa na zona do euro deve atingir seu pico neste primeiro semestre.

Já para a Capital Economics, em relação ao CPI do Reino Unido, os preços seguiram elevados no país, de forma que a previsão é de mais altas de juros por parte do Banco da Inglaterra (BoE). Segundo análise da CMC Markets, a inflação “grudenta” do país foi o motivo do FTSE 100 ter fechado em baixa hoje.

Por outro lado, segundo mesma análise da CMC Markets, as ações de empresas do setor de commodities estão liderando os ganhos, puxando empresas como Glencore (mais de 4%), Antofagasta (mais de 3%) e Anglo American (mais de 2,5%). Também no setor de commodities, a Polymetal saltou mais de 7%. Todas são da Bolsa de Londres.

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Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje

  • BTG Pactual consegue bloquear R$ 1,2 bi da Americanas
  • Lula promete salário mínimo atrelado ao PIB
  • Cyrela sobe 5% após prévia operacional do 4T22

BTG Pactual consegue bloquear R$ 1,2 bi da Americanas

Em um novo capítulo da novela sobre o rombo bilionário da Americanas, o BTG Pactual conseguiu uma liminar que bloqueia R$ 1,2 bilhão de recursos da varejista que estão na instituição financeira.

A decisão foi tomada nesta quarta (18) para proteger o banco de um eventual calote.

 Flávio Horta Fernandes, relator do caso, determinou que os recursos da Americanas fiquem bloqueados na conta do BTG Pactual até que haja uma apreciação mais aprofundada sobre o caso.

No fim de semana, o banco de André Esteves havia feito este pedido na Justiça, mas ele tinha sido negado pelo plantão judicial.

Lula promete aumento de salário mínimo atrelado ao PIB

Em encontro com lideranças sindicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou hoje (18) a criação de uma comissão para tratar da política de valorização do salário mínimo e defendeu que os reajustes devem acompanhar os crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o presidente, reajustar o salário mínimo “é a melhor forma de fazer distribuição de renda neste país”. Em sua fala, Lula defendeu que não adianta o PIB brasileiro crescer, caso não seja redistribuído à toda a população.

No Ibovespa hoje, o discurso de Lula causou alguns reflexos. Isso porque o governo também tem prometido um ajuste fiscal que mude a previsão de déficit para superávit no final do ano. Com a promessa de um salário mínimo que acompanhe o PIB, a despesa pública tenderá a crescer.

CYRE3 sobe 5% após reportar prévia operacional sólida do 4T22

As ações da Cyrela marcam presença na ponta positiva do Ibovespa hoje – entre as três maiores altas – desde a abertura do pregão, subindo cerca de 5% no intradia. Na véspera, a companhia reportou sua prévia trimestral referente ao quarto trimestre de 2022.

Assim, as ações da Cyrela sobem em um trimestre considerado “sólido” por analistas da XP.

A companhia fez 15 lançamentos no período, totalizando um volume de R$ 2,82 bilhões, representando uma alta de 10% em relação a igual período do ano anterior e em 4% de queda ante o terceiro trimestre de 2022.

Já as Vendas Totais Contratadas foram de R$ 2,69 bilhões, representando alta de cerca de 71% em relação a igual período do ano anterior e 17% em relação ao terceiro trimestre.

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Maiores altas do Ibovespa

  • Ecorodovias (ECOR3): +5,02%
  • CNS Mineração (CMIN3): +4,41%
  • Localiza (RENT3): +4,25%
  • 3R Petroleum (RRRP3): +3,95%
  • EzTec (EZTC3): +3,82%

Maiores baixas do Ibovespa

  • Americanas (AMER3): -8,42%
  • Via (VIIA3): -6,67%
  • Magazine Luiza (MGLU3): -6,07%
  • CVC (CVCB3): -3,24%
  • Suzano (SUZB3): -2,66%

Fechamento dos outros índices brasileiros

  • Small Caps (SMLL): +0,92%
  • BDRs (BDRX): +0,15%
  • Fundos Imobiliários (IFIX): +0,02%

Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (18)

Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (18) em alta de 0,71%, aos 112.228,39 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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