Ibovespa recua e perde 2,69% na semana; BB Seguridade (BBSE3) ganha 4% no dia

Ibovespa hoje encerrou a sexta-feira (16) em queda de 0,61%, em 109.280,37 pontos, após oscilar entre 108.488,90 e 109.952,49 pontos. Na semana, cai 2,69% e no mês, -0,22%. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro financeiro foi a R$ 39,7 bilhões. No ano, o Ibovespa avança 4,25%.

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O índice encerrou a semana da forma como se manteve desde a última terça-feira, no negativo, contido pela cautela em torno da inflação americana e o efeito que terá nas próximas decisões sobre juros nos Estados Unidos, uma combinação que reduz o apetite por ações e outros ativos de risco associados à atividade econômica, como as commodities.

O cenário de ‘hard landing‘, que se conjuga a outros fatores de risco no horizonte imediato, como a crise de energia na Europa às vésperas do outono e a desaceleração chinesa, mantém os investidores na defensiva neste início de segunda quinzena de setembro, após a retomada do Ibovespa de julho para agosto.

“Em moeda local, a Bolsa brasileira é uma das poucas que ainda sobem no ano, como a chilena – no caso de lá, pelo alívio proporcionado pela rejeição, em plebiscito, do que seria a nova Constituição. Havia gordura aqui e o mercado tem se ajustado desde a última terça-feira com a inflação nos Estados Unidos em agosto. Está bem precificado que o Fed vai elevar em 75 pontos-base os juros americanos na próxima quarta-feira”, diz Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. “Ficou muito claro o compromisso deles Fed em controlar a inflação mesmo que ao custo da atividade econômica. O cenário de ‘hard landing’ ganha força e, combinado a outros fatores, como a grave crise na Europa, mantém o risco de recessão global. As incertezas são ainda muito grandes”, acrescenta.

Ante as incertezas externas e domésticas – entre as quais, sobre como ficará a gestão fiscal no próximo ano, com pressão decorrente de desonerações tributárias e concessões de benefícios sociais -, cresceu fortemente o pessimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, embora a percepção de alta ainda predomine.

Com a perspectiva de estabilidade para o Ibovespa na próxima semana reunindo apenas 6,67% dos participantes, o quadro das expectativas ficou quase binário, com 53,33% acreditando em ganhos e 40,00%, em perdas. Na pesquisa anterior, 60,00% esperavam avanço do Ibovespa nesta semana; 20,00%, queda; e outros 20,00%, variação neutra.

“A piora de perspectiva sobre o crescimento econômico nos EUA com a manutenção de um Fed duro no combate à inflação, ilustrada por forte inversão na curva de juros americana, segue atuando como principal vetor de pressão para os mercados”, observa em nota a Guide Investimentos. “A crise energética europeia, que ameaça colocar a economia do bloco em grave recessão, além da postura mais amena do BC japonês na política monetária, dá força adicional ao dólar, já beneficiado pela busca por proteção”, acrescenta a casa, referindo-se a novo recorde atingido nesta sexta, acima de 110 pontos. pelo índice DXY, que contrapõe a moeda americana a referências como euro, iene e libra.

“As bolsas seguem em tendência de queda desde a surpresa com o CPI índice de preços ao consumidor nos EUA, na última terça-feira. Foi a pior semana desde junho para as bolsas americanas. No Brasil, as surpresas continuam positivas, como o IBC-Br, mostrando atividade mais forte do que o previsto, o que bateu um pouco na curva de juros daqui, ontem, com abertura, alta de juros futuros refletindo percepção de convergência mais lenta da inflação para a meta no Brasil, e também, claro, juros mais altos nos Estados Unidos, com o yield da Treasury de 10 anos na máxima de 10 anos, acima de 3,40%”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Se os rendimentos de 10 anos escalaram à elevada faixa de 3,44%, os de 2 anos estão agora em torno de 3,85%, ainda mais altos – a inversão vista entre os juros de 2 e 10 anos é considerada um prenúncio de recessão nos Estados Unidos.

“É importante mencionar que o contexto mundial de inflação alta e dados mais frágeis da China, EUA e Europa têm levado os investidores a buscar ativos de menor risco, como a renda fixa que vem oferendo excelentes taxas nos títulos públicos. Vemos hoje também o dólar subindo, já que com a perspectiva de alta de juros nos EUA, os investidores preferem migrar seus investimentos para um lugar seguro, como a economia americana”, diz Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta sexta-feira, estendendo as perdas semanais, que ao todo ficaram entre 4% e 5%. O mau humor recente do mercado se deve a números fortes da inflação nos EUA na semana que antecede a próxima reunião monetária do Federal Reserve, na quarta-feira que vem, 21. O mercado aguarda uma postura agressiva do BC e, desta forma, diminui posições em ativos de risco. Entre os movimento do dia, o tombo de mais de 20% da transportadora FedEx, após alerta sobre receita, jogou mais cautela sobre os mercados.

  • Dow Jones: -0,45%, aos 30.822,42 pontos;
  • S&P 500: -0,72%, aos 3.873,33 pontos;
  • Nasdaq: -0,90%, aos 11.448,40 pontos.

Na semana, as quedas acumuladas foram de 4,13%, 4,77% e 5,48%, respectivamente.

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dólar à vista fechou em alta de 0,38%, a R$ 5,2592, após oscilar entre R$ 5,2511 e R$ 5,3105. Na semana, moeda subiu 2,17%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos, nesta sexta-feira. Houve recuperação no dia, em meio a notícias do setor, mas a commodity registrou sua terceira semana consecutiva de perdas, diante de temores sobre a demanda futura, diante da perda de fôlego econômica global.

O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,13% (US$ 0,11), em US$ 84,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 0,56% (US$ 0,51), a US$ 91,35 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os contratos futuros de ouro fecharam em alta nesta sexta-feira, corrigindo parte das perdas da véspera, mas não recuperaram a marca de US$ 1,7 mil a onça-troy. Durante a semana, o metal foi fortemente penalizado pela escalada dos juros dos Treasuries e do dólar, em meio à expectativa por uma aperto monetário agressivo nos Estados Unidos.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro encerrou a sessão com ganho de 0,37%, a US$ 1,6835 a onça-troy, mas perdeu 2,60% na semana.

No Ibovespa hoje, os investidores reagiram negativamente sobre as notícias da reorganização societária da Natura (NTCO3), que levou a uma queda de 10,47% dos papéis, liderando as maiores baixas do dia.

O pregão também foi desfavorável para empresas do setor de educação: Cogna (COGN3) caiu 9,22% e YDUQS (YDUQ3) perdeu 5,52%.

A Vale (VALE3) tentou se recuperar durante o dia mas não conseguiu, fechando o dia com leve queda de 0,15%. Mesmo com a alta do petróleo de hoje, Petrobras (PETR3, PETR4) registrou -0,55% e -0,90%, respectivamente.

Grandes bancos também ficaram no vermelho: Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,13%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) desvalorizou 1,01% e 1,14%, nesta ordem, Santander (SANB11) recuou 0,98% e Itaú (ITUB4) cedeu 0,34%.

Já os maiores ganhos do pregão ficaram com BB Seguridade (BBSE3), com +4,02%, Fleury (FLRY3), com +2,97% e Magazine Luiza (MGLU3), com +2,76%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Ecorodovias (ECOR3) dobra aposta em leilão e perde R$ 500 mi em valor de mercado

Ecorodovias (ECOR3) está colhendo frutos ácidos de sua mais recente jogada no leilão “Noroeste Paulista”, que reuniu 660 quilômetros de estradas interligando cidades como São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos e Barretos.

Após sair ganhadora da operação, a companhia viu as ações da Ecorodovias despencaram e fechou o último pregão com queda aproximada de 12%. No dia de hoje, patina para recuperar perdas. A companhia perdeu cerca de R$ 500 mi em valor de mercado.

O motivo para a preocupação do mercado é o preço pago pela companhia no leilão na B3.

Enquanto as concorrentes CCR (CCRO3) e Pátria ofereceram, respectivamente, R$ 753 milhões e R$ 321 no leilão rodoviário, a oferta da Ecorodovias foi quase o dobro do maior valor corrente: R$ 1,24 bilhão.

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Camil (CAML3): Cade aprova compra de fábricas de biscoitos Mabel

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da Cipa Industrial de Produtos Alimentares e da Cipa Nordeste Industrial de Produtos Alimentares, donas da marca Mabel e atualmente detidas pela Pepsico, pela Camil (CAML3).

O processo aprovado também inclui a compra, pela Camil, do direito de uso a marca Toddy em cookies. O aval está publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Quando do anúncio no mês passado, as empresas informaram que o negócio envolve, além da Mabel, a aquisição de empresas que detêm a fabricação de biscoitos das marcas Doce Vida, Mirabel, Elbi’s e Pavesino.

Fazem parte da transação ainda as unidades industriais de Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’Ajuda (SE), operadas por aproximadamente 800 colaboradores.

transação também prevê o licenciamento, pela Pepsico, para a Camil da marca Toddy para cookies pelo prazo de 10 anos, e a aquisição dos ativos que compõem a linha de produção da marca Toddy para cookies.

“Como justificativa para realização da operação, as requerentes explicam que, para o Grupo Camil, a aquisição reforça sua estratégia de expansão geográfica para crescimento em regiões complementares às operações atuais, bem como inclui no portfólio produtos de alto valor agregado, com sinergias atreladas ao seu modelo de negócios. Já para o Grupo Pepsico, a operação representa uma boa oportunidade para direcionar recursos e esforços no crescimento e expansão das suas principais linhas de negócio, focando nas suas atividades-chave no setor alimentício”, cita parecer sobre o negócio publicado pelo Cade.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,61%
  • IFIX hoje: +0,13%
  • IBRX hoje: -0,62%
  • SMLL hoje: -0,43%
  • IDIV hoje: -0,32%

Cotação do Ibovespa nesta quinta (15)

Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (15) em queda de 0,54%, em 109.953,65 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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