Ibovespa tem queda de 0,11%, com risco fiscal no radar; Vale (VALE3) sobe 2,3% e lidera altas

Ibovespa hoje fechou a terça-feira (7) em queda de 0,11% aos 110.069,76 pontos, após oscilar entre 109.393,54 e 110.435,02 pontos. Na semana, o Ibovespa cede 0,93% e, no mês, 1,15%. No ano, sobe 5,01%. Com o desempenho desta terça-feira, o Ibovespa emenda a terceira perda diária, permanecendo no menor nível de encerramento desde 20 de maio (108.487,88). O volume financeiro foi de R$ 21,2 bilhões, abaixo da média.

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O índice Bovespa manteve margem de variação estreita desde a abertura desta terça, sem conseguir acompanhar a melhora de humor em Nova York ao longo da tarde, com as três referências se firmando em alta por lá.

Desde a virada de maio – mês em que o índice avançou 3,22% – para junho, o Ibovespa tem mostrado menos força, lateralizado, em sessões com volume também mais fraco, refletindo o momento de expectativa por juros mais altos não apenas nos Estados Unidos mas também na zona do euro.

O movimento sobre as políticas monetárias nas maiores economias ocorre em meio à reabertura da China, que tem contribuído para a recuperação tanto do minério de ferro como do petróleo – neste caso especialmente, com sequelas para a inflação global, ante o contágio da elevação dos preços de combustíveis na economia como um todo.

Aqui, a questão passa a ser crucial para as chances do governo na eleição de outubro, o que leva o Planalto a propor alternativa, com desoneração tributária, para tentar estancar o avanço dos preços. O mercado teme pelo risco fiscal um dia após o anúncio da proposta do governo de diminuir tributos sobre combustíveis, pagando o custo da redução da arrecadação dos estados — estimado em até R$ 50 bilhões pelo Executivo.

“A redução do ICMS sobre combustíveis é o tema do momento, com o governo tendo apresentado ontem uma proposta muito agressiva, oferecendo contrapartida para os Estados – mesmo assim, difícil de passar. É razoável limitar o ICMS a 17%, com repasse para baixo significativo – essa ação sobre a tributação de combustíveis tem ocorrido no mundo, frente à alta do petróleo. Não faz sentido ICMS de 35% sobre gasolina. Alguma coisa vai sair, mas não essa desoneração total proposta pelo governo, ainda assim com efeito importante para o IPCA, de até dois pontos porcentuais: um choque que seria positivo para a economia, com mudança na trajetória de inflação para este ano”, avalia Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

“O dia foi de volume baixo, liquidez reduzida no mercado. A Bolsa oscilou entre pequenas altas e pequenas baixas, digerindo o pronunciamento de ontem à noite do presidente (Bolsonaro, sobre a proposta de desoneração dos combustíveis). A leitura que o mercado está fazendo é a do risco fiscal, que vai aparecendo, ficando iminente, nesse período de eleição. Tudo acaba sendo ‘possível’ na tentativa do governo de reverter sua popularidade”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, chamando atenção para a elevação dos DIs, e para o dólar também em alta na sessão, com a busca por segurança.

Por outro lado, o pronunciamento do governo, focado na desoneração dos combustíveis, tira parte da pressão que havia sobre as ações de Petrobras (PETR4) desde o anúncio da mais recente troca de comando da estatal, quanto à orientação da política de preços da empresa, observa Moliterno.

Ainda assim, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça que o Congresso fará “pressão máxima” na Petrobras para redução do preço dos combustíveis. A ofensiva, segundo Lira, é uma das formas de garantir a eficácia da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) anunciada na segunda pelo governo para reduzir tributos federais e estaduais que incidem sobre os combustíveis.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estimou que as propostas do governo para reduzir os preços dos combustíveis acarretam perda de arrecadação de R$ 115 bilhões anuais para Estados e municípios, sendo R$ 27 bilhões apenas para as cidades brasileiras.

Em outro desdobramento do dia, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) informou que o parecer da PEC para compensar os Estados que zerarem as alíquotas de ICMS sobre diesel e gás de cozinha até 31 de dezembro será apresentado nesta quarta-feira, 8. O parlamentar foi escolhido como relator da medida.

Bezerra prevê a votação do “pacote de combustíveis” no Senado na próxima semana. A PEC permitirá ao governo transferir aos Estados recursos fora do teto de gastos para compensar a perda de arrecadação caso optem por zerar o ICMS de diesel e gás.

O pacote para reduzir o preço dos combustíveis prevê ainda a desoneração do PIS/Cofins e Cide (tributos federais) cobrados sobre a gasolina e o etanol. Como se trata de uma renúncia tributária, essa desoneração não afeta o limite do teto de gastos. “É uma renúncia de receitas e não precisa mexer com o teto”, ressaltou o relator. Ele disse também que essa desoneração será bancada com o excesso de arrecadação.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam com ganhos, nesta terça-feira. As bolsas caíam no início do dia, com dificuldades de grandes varejistas no radar, mas ganharam impulso ao longo do pregão, com o setor de energia liderando ganhos, em jornada positiva para o petróleo.

  • Dow Jones subiu 0,80%, em 33.180,14 pontos;
  • S&P 500 avançou 0,95%, a 4.160,68 pontos;
  • Nasdaq teve alta de 0,94%, para 12.175,23 pontos.

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dólar à vista fechou em alta de 1,64%, a R$ 4,8742, depois de oscilar entre R$ 4,8084 e R$ 4,9341.

Os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos, nesta terça-feira. O óleo chegou a recuar no dia, mas ganhou impulso, em meio a incertezas sobre a oferta. Além disso, foi avaliado um relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos sobre o setor, bem como notícias sobre as vendas da Rússia, sob pressão por causa de sanções diante da guerra do país na Ucrânia.

O petróleo WTI para julho registrou alta de 0,77% (US$ 0,91), a US$ 119,41 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto avançou 0,89% (US$ 1,06), a US$ 120,57 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O ouro fechou em alta nesta terça-feira. O metal precioso recebeu suporte da queda nos juros dos Treasuries, que concorrem com ele como ativo de segurança do mercado. O sentimento geral de cautela entre investidores estrangeiros também contribuiu para o movimento, à medida que o mercado teme o avanço inflacionário em economias desenvolvidas, com foco nos EUA.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto avançou 0,46%, a US$ 1.852,10 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, a Vale (VALE3) se destacou e liderou as maiores altas do índice com +2,34%, pegando carona nas altas do dólar e do minério de ferro. A acionista da companhia, Bradespar (BRAP4), acompanhou a alta e subiu 1,29%.

Com informações de fontes de que a fusão com a Aliansce Sonae (ALSO3) estaria perto de ser confirmada, a brMalls (BRML3) ganhou 1,93% e entrou para o ranking das maiores altas do dia. A JBS (JBSS3) destoou do setor de frigoríficos, com aumento de 1,65%.

A Petrobras (PETR3, PETR4) subiu 0,36% e 1,19%, respectivamente.

Pressionados pelos juros, diante do risco fiscal, papéis atrelados às empresas de tecnologia entraram para o ranking das maiores perdas do índice. Quem liderou foi Cielo (CIEL3), com -4,28%. Positivo (POSI3) acompanhou, com baixa de 4,07%, assim como Banco Pan (BPAN4) que caiu 3,52% e Banco Inter (BIDI11), que recuou 3,42%.

Grandes bancos também recuaram, exceto Itaú (ITUB4), que fechou estável. Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,70%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 0,85% em ambos os tipos de ação e Santander (SANB11) caiu 0,87%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Wiz (WIZS3) cria joint venture com a Polishop para vender seguros e investe R$ 50 mi
  • Oi (OIBR3) adia novamente prazo final para recuperação judicial e não tem nova data

Wiz (WIZS3) cria joint venture com a Polishop para vender seguros e investe R$ 50 mi

Wiz (WIZS3) informa que celebrou contrato para desenvolvimento de uma joint venture com o grupo Polishop, para a comercialização de produtos de seguridade por meio dos canais de distribuição da varejista, com exclusividade pelo prazo de 10 anos contados do fechamento da operação.

joint venture será formada por meio da constituição de uma nova sociedade pela Polishop (NewCo), seguida da aquisição, pela Wiz, de 50% do capital social votante e total da NewCo, pelo preço estimado de R$ 50 milhões, composto por uma parcela à vista, correspondente a R$ 20 milhões e três parcelas anuais variáveis, cada qual estimada no valor de R$ 10 milhões.

Segundo a Wiz, as parcelas de valor variável serão pagas nos exercícios sociais de 2024, 2025 e 2026 considerando o lucro líquido auferido pela NewCo nos exercícios sociais imediatamente anteriores aos correlatos vencimentos das Parcelas Variáveis e de acordo com as métricas acordadas na operação, que podem chegar a totalizar R$ 51 milhões, em caso de superação das metas previamente acordadas.

Nos termos do acordo de acionistas a ser celebrado entre a Wiz e a Polishop, o conselho de administração da NewCo será composto por três membros, dos quais um será indicado pela companhia, um integrante será indicado pela Polishop e mais um será independente, indicado em comum acordo entre a Companhia e a Polishop.

O fechamento e a efetiva realização da aquisição estão sujeitos a condições suspensivas usuais a esse tipo de transação, incluindo a autorização pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A aquisição não está sujeita à aprovação ou ratificação dos acionistas da companhia.

“A administração da companhia entende que a aquisição é estratégica, pois está alinhada à visão de crescimento da Wiz no contexto de ampliação e diversificação dos resultados em suas operações, em especial, por iniciar a atuação da WIZ no segmento varejista”, afirma a empresa.

A companhia acrescenta que a “agenda de crescimento inorgânico da Wiz está pautada na identificação de parceiros comerciais que possuam canais com alto tráfego de clientes, relevância e contexto para a comercialização de produtos de seguridade, a serem explorados pelo know-how da companhia”.

“A parceria possui ainda oportunidades de sinergia e geração de resultados, ao alinhar a expertise das partes e suas perspectivas de crescimento, bem como o uso da tecnologia como potencializador dos negócios”, acrescenta.

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Oi (OIBR3) adia novamente prazo final para recuperação judicial e não tem nova data

O maior processo de recuperação judicial (RJ) do Brasil pode estar longe do seu fim. Isso porque o processo da Oi (OIBR3) que tinha como prazo final março, passou para fim de maio e agora foi adiado novamente.

De acordo com fontes do jornal O Globo, ainda não há uma data definida para o fim do processo de recuperação judicial da Oi. O prazo que era no dia 31 de maio foi alterado por conta das diligências pendentes. O adiamento foi classificado como “algo previsível, já que o caso é considerado o maior e mais complexo processo do judiciário”, conforme disse a fonte ao jornal.

Para concluir o processo de RJ da Oi é necessário que a empresa entregue o relatório final do Administrador Judicial e o Quadro Geral de Credores consolidado, sendo 65 mil credores.

Com o novo adiamento, a operadora tem até o dia 27 de junho para entregar os documentos. A fonte disse ao veículo que o processo deve ser encerrado em breve, mas ainda não há uma data.

Além disso, a expectativa é de que até meados deste mês deva ser concluído o fechamento da venda da InfraCo, unidade de fibra ótica da Oi, para os fundos controlados pelo BTG Pactual (BPAC11). Com a recente aprovação da Anatel, os fundos terão 57,9% da InfraCo em uma operação de R$ 12,9 bilhões.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,11%
  • IFIX hoje: -0,16%
  • IBRX hoje: -0,00%
  • SMLL hoje: -1,50%
  • IDIV hoje: -0,55%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (6)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (6) em queda de 0,82% aos 110.185,91 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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