Ibovespa fecha em alta e ganha 2,7% na semana; Eletrobras (ELET3) lidera quedas no dia

O Ibovespa hoje terminou a sessão de sexta-feira (2) em alta de 0,90%, aos 111.923,93 pontos. A mínima do dia foi de 109.963,02 pontos, enquanto a máxima alcançada foi de 113.760,75 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,1 bilhões. Na semana, o desempenho do índice foi positivo em 2,70%.

STF VAI JULGAR O ORÇAMENTO SECRETO; SAIBA MAIS!

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

O Ibovespa hoje com a percepção do mercado de que a PEC da Transição não será tão alta e expressiva como o proposto. Segundo Ricardo Jorge, sócio da Quantzed, “o governo já sabe e Lula já afirmou que tem que pedir valor mais alto para conseguir levar o valor mais baixo. Já sabendo do desconto, pediram 200 bilhões”.

Quando o tema começou a ser veiculado, o mercado financeiro entendeu que o governo iria insistir no valor dos R$ 200 bilhões, com a probabilidade de ser viabilizado via medida provisória.

No entanto, nos últimos dias, o mercado percebeu que não seria bem assim. A aprovação da PEC com valor reduzido é positiva para o cenário fiscal. Isso favorece os ativos de bolsa. Por conta disso, a movimentação do Ibovespa hoje foi mais otimista.

A Vale (VALE3) sobe com o avanço do preço do minério de ferro lá fora. Enquanto isso, Petrobras (PETR4) também se valoriza e devolve as perdas de ontem.

“É uma empresa que tem influência governamental forte e acredito que o mercado pode estar fazendo a leitura de que a influência na Petrobras não seja tão marcante como foi no último mandato do governo PT. De fato, a bolsa hoje tem sido muito influenciada pelo sentimento de melhora de mercado”, diz Ricardo Jorge.

Já a Eletrobras (ELETR3) recuou 4,58% e liderou as quedas. O mercado repercute a notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) considera vender grande parte de sua posição remanescente na companhia. Teria iniciado diálogos com bancos de investimento sobre a questão. A informação foi apurada pelo Pipeline, site de negócios do Valor Econômico.

Lula convencido da aprovação da PEC de Transição

No começo da tarde, o mercado tomou nota da entrevista do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, em que evitou responder sobre o papel que o ex-ministro Fernando Haddad (PT), nome mais cotado para a Fazenda, poderá exercer no governo. “Se eu responder o que você quer, você já vai saber o que eu penso, então eu não vou responder”, disse Lula. Ele observou também que a diplomação como presidente eleito será realizada no dia 12 de dezembro, e que só então começará a definir ministérios.

Em matéria publicada no site do Valor Econômico, interlocutores de Lula teriam afirmado que o presidente eleito vai mesmo indicar o ex-prefeito de São Paulo para o ministério da Fazenda, confirmando especulações do mercado sobre o indicado para a pasta. Lula também apontou às fontes do Valor mais três nomes para o ministério.

O presidente eleito disse também estar “convencido” de que o Congresso irá aprovar a PEC da Transição, que busca a manutenção do pagamento do Bolsa Família em R$ 600 e abrir espaço no orçamento para demandas em outras áreas.

Pela manhã, agradou aos investidores a leitura positiva sobre a produção industrial, em alta de 0,3% em outubro ante setembro, quando a mediana do Projeções Broadcast apontava leitura negativa, de -0,1%, para o período. Em relação a outubro de 2021, a produção subiu 1,7%, também acima da mediana das estimativas, de 1,2%.

O quadro das expectativas para o desempenho das ações na próxima semana segue equilibrado no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a fatia dos que esperam queda para o Ibovespa na semana que vem subiu de 30,00% no Termômetro anterior para 37,50%, mesmo porcentual dos que esperam ganho, que na semana passada era de 40,00%. Para 25,00%, o índice terá variação neutra, ante 30,00% que esperavam estabilidade na pesquisa da semana passada.

Ibovespa descolado de NY

Nesta sexta-feira, o Ibovespa se manteve desgarrado do sinal negativo, ao fim misto em Nova York, onde as três referências mostraram variação entre -0,18% (Nasdaq) e +0,10% (Dow Jones) no fechamento do dia, refletindo ainda a forte leitura desta manhã sobre o mercado de trabalho americano em novembro, no momento em que o Federal Reserve vinha sinalizando a chance de um aumento de juros mais ameno, de meio ponto porcentual, para a reunião de política monetária de dezembro.

“Após a (recente) fala de Jerome Powell (presidente do Fed), de dirigentes do BC americano e a divulgação do Livro Bege (desta semana), acredito que o aperto monetário ainda será em patamar de 50 pontos-base, advindo da preocupação de não penalizar a atividade econômica, em detrimento do nível de preços. Esse racional considera que 50 pontos-base não é uma atitude ‘dovish’, principalmente quando se considera o histórico da economia americana”, aponta Ariane Benedito, economista especializada em mercado de capitais.

Acima do que o mercado esperava, os Estados Unidos criaram 263 mil vagas de trabalho em novembro, e a taxa de desemprego permaneceu em 3,7%. “Vale mencionar que, desde março, a taxa tem oscilado entre 3,5% e 3,7%, o que mostra a resiliência do mercado de trabalho americano”, observa Rafael Perez, economista da Suno Research. Ele acrescenta que “será difícil conciliar uma queda mais acentuada da inflação com um mercado de trabalho ainda bastante aquecido”. Ainda assim, o Fed deve manter um ritmo menor de aumento de juros nesta última reunião do ano para avaliar os “efeitos cumulativos do ciclo de alta” sobre a economia.

Após mais cedo o payroll forte chegar a reduzir as expectativas de uma elevação de 50 pontos-base (pb) nos juros pelo Federal Reserve em dezembro, aumentando a chance de uma alta de 75 pontos, no meio desta tarde voltou a crescer a possibilidade de alta menos agressiva. Segundo o monitoramento do CME Group, a chance de alta de 50 pontos no dia 14 foi a 79,4%, de 78,2% ontem, enquanto a de uma elevação de 75 pontos caiu para 20,6%, de 21,8% na quinta-feira.

“O aspecto mais preocupante do relatório desta manhã foi a atualização dos salários. Mantiveram-se surpreendentemente firmes, o que confirmou tendência recente. Infelizmente um retrocesso, em uma história de inflação que, de outra forma, estaria melhorando. Embora estejamos em um caminho melhor do que há alguns meses, ainda não estamos fora de perigo. A política (monetária) provavelmente continuará restritiva no curto prazo”, observa em nota Matt Peron, diretor de pesquisa da Janus Henderson Investors.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam na maioria em baixa, seguindo a publicação do payroll de novembro nos Estados Unidos, que mostrou uma criação de empregos e pressões salariais acima do esperado e sugeriu um maior aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed).

Neste cenário, analistas observam quais devem ser os próximos passos da política monetária da autoridade, incluindo uma potencial taxa de juros terminal mais elevada.

  • Dow Jones: +0,10%, aos 34.428,95 pontos
  • S&P 500: -0,12%, aos 4.071,63 pontos
  • Nasdaq: -0,18%, aos 11.461,50 pontos

O dólar à vista fechou em alta de 0,34%, a R$ 5,2150, depois de oscilar entre R$ 5,1634 e R$ 5,2409. Na semana, a moeda norte-americana teve queda acumula de 3,61%.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta sexta-feira, 2, após um robusto payroll (relatório de emprego) norte-americano, que influenciou o dólar positivamente no começo do dia, e com a notícia de que a União Europeia, os membros do G7 e outros países finalizaram o acordo para colocar teto ao óleo russo.

O petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 1,53% (US$ 1,24), em US$ 79,98 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para fevereiro recuou 1,51%% (US$ 1,31), a US$ 85,57 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, entretanto, a commodity apresentou alta de 4,85% e 2,32%, respectivamente.

O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 2, observando a divulgação do payroll de novembro nos Estados Unidos.

O relatório de empregos apontou uma criação de vagas acima do esperado, o que fortaleceu perspectivas de um maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para março fechou em queda de 0,31%, a US$ 1809,6 por onça-troy. Na semana, entretanto, o metal precioso subiu 3,17%.

No Ibovespa hoje, a principal alta da sessão veio com Natura (NTCO3), de 10,15%. Além disso, a Locaweb (LWSA3) disparou 6,66%. Já a Hapvida (HAPV3) e o Méliuz (CASH3) também avançaram mais de 6%. Por fim, Via (VIIA3) variou +5,29%.

Entre as quedas, se destacou a Eletrobras (ELET3), com uma queda de 4,58%. Enquanto isso, Suzano (SUZB3) caiu 3,37% e GPA (PCAR3), 2,18%. Já Eletrobras (ELET6) recuou 1,85% e CPFL (CPFE3) variou -1,70%.

Maiores altas do Ibovespa:

  • Natura (NTCO3): +10,15%
  • Locaweb (LWSA3): +6,66%
  • Hapvida (HAPV3): +6,52%
  • Méliuz (CASH3): +6,31%
  • Via (VIIA3): +5,29%

Maiores baixas do Ibovespa:

  • Eletrobras (ELET3): -4,58%
  • Suzano (SUZB3): -3,37%
  • GPA (PCAR3): -2,18%
  • Eletrobras (ELET6): -1,85%
  • CPFL (CPFE3): -1,70%

Na semana, os principais destaques positivos ficaram com Locaweb, Qualicorp (QUAL3): Natura, Bradespar (BRAP4) e Petrobras.

Na ponta negativa, os destaques foram Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3), Americanas (AMER3), IRB Brasil (IRBR3) e Lojas Renner (LREN3).

Maiores altas da semana:

  • Locaweb (LWSA3): +21,88%
  • Qualicorp (QUAL3): +13,91%
  • Natura (NTCO3): +9,00%
  • Bradespar (BRAP4): +8,77%
  • Petrobras (PETR4): +8,59%

Maiores quedas da semana:

  • Marfrig (MRFG3): -15,90%
  • BRF (BRFS3): -15,31%
  • Americanas (AMER3): -11,69%
  • IRB Brasil (IRBR3): -10,26%
  • Lojas Renner (LREN3): -6,93%

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • JBS (JBSS3) compra ativos da norte-americana TriOak Foods
  • Itaúsa (ITSA4) retomará nível histórico de dividendos, diz CEO
  • Lula confirmou a interlocutores Haddad e mais três ministros, diz jornal

JBS compra ativos da norte-americana TriOak Foods

A JBS divulgou que a JBS USA, sua subsidiária indireta, celebrou um novo acordo para comprar alguns ativos da TriOak Foods, que é uma produtora de suínos e comerciante de grãos.

A companhia comprada pela subsidiária da JBS tem sua sede no Meio-Oeste dos Estados Unidos. O valor da transação, porém, não foi informado.

No documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia apontou que o acordo decorre pelo longo e forte relacionamento entre a JBS USA e a TriOAk, sociedade familiar cuja fundação ocorreu em 1951.

A subsidiária americana, aliás, tem sido compradora exclusiva dos suínos da TriOak nos últimos 5 anos.

“Ao adquirir a TriOak Foods, a JBS USA garante acesso a um fornecimento consistente de carne suína premium, principalmente nas instalações de produção em Ottumwa, Iowa e Beardstown, Illinois, fortalecendo a sua capacidade de fornecer produtos suínos de alta qualidade aos consumidores norte-americanos”, disse a empresa em comunicado.

Itaúsa retomará nível histórico de dividendos, diz CEO

Durante evento coberto pelo Suno Notícias, o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, disse que a holding pretende ‘retomar o patamar histórico de dividendos da Itaúsa’.

“Vejo, no médio prazo, a Itaúsa retomando seus níveis históricos de dividendos, na casa dos 37% a 40% do nosso resultado [payout]”, disse Setubal.

O executivo diz que isso acontece em razão de que atualmente a holding financeira se encontra em um “vale”, com o momento de redução e amortização de dívida das companhias que compõem o portfólio.

Lula confirmou a interlocutores Haddad e mais três ministros, diz jornal

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a interlocutores Fernando Haddad para o comando do Ministério da Fazenda, segundo fontes do jornal Valor Econômico nesta sexta-feira (2).

Além disso, Flávio Dino (PSB), José Múcio Monteiro e Mauro Vieira também foram apontados para ocupar outros cargos nos ministérios.

Segundo o jornal Valor Econômico, alguns nomes e posições confirmadas foram:

  • Ministério da Fazenda: Fernando Haddad
  • Ministério da Defesa: José Múcio Monteiro
  • Ministério da Justiça: Flávio Dino
  • Itamaraty: Mauro Vieira

Cotação do Ibovespa nesta quinta (1)

O Ibovespa encerrou a sessão da última quinta-feira (1) em baixa de 1,39%, aos 110.925,60 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

João Vitor Jacintho

Compartilhe sua opinião