Ibovespa vira perto do fim e sobe 0,11%, Petrobras (PETR4) avança, Vale (VALE3) e IRB (IRBR3) recuam

O Ibovespa hoje (22) encerrou em alta de 0,11%, aos 107.551,52 pontos, após oscilar entre 108.382,66 pontos e 106.509,70 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 24,9 bilhões na sessão.

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No mês, a cotação do Ibovespa ainda cede 4,39%, apesar do avanço de 4,57% até aqui na semana. No ano, sobe 2,60%. A máxima de hoje registrou o maior nível intradia desde 9 de dezembro.

A dois dias do fim de semana de Natal, o Ibovespa hoje mantinha até o início da tarde uma sessão de relativa quietude, oscilando em torno da estabilidade mesmo quando as perdas em Nova York superavam a barreira dos 3% (Nasdaq).

Pouco depois das 14h, o mercado local respondeu com tranquilidade ao anúncio, pelo próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dos futuros secretários do Tesouro (Rogério Ceron), de Política Econômica (Guilherme Mello) e da Receita Federal (Robinson Barreirinhas), recebidos de forma neutra, sem alterar o curso da bolsa de valores hoje na sessão.

Com grande expectativa por quem seria o titular do Tesouro sob Haddad, Ceron é auditor fiscal de carreira, já presidiu o SP Parcerias, órgão vinculado à Prefeitura de São Paulo, e ocupou, na gestão Haddad na cidade de São Paulo, a secretaria de Finanças do município, que tem o quarto maior orçamento da República.

“Transformou capital endividada em credor líquido”, disse o futuro ministro na apresentação dos escolhidos, acrescentando ter sido o único caso no País.

No meio da tarde, contudo, com o blue chip Dow Jones e o amplo S&P 500 nas mínimas da sessão em NY, com perdas então superiores a 2% acompanhando o dia de forte ajuste também no Nasdaq (‘moderado’ a 2,18% no fechamento), o valor do Ibovespa virou e se firmou em baixa após três dias de ganhos, mas encontrou fôlego para fechar a sessão pouco acima da estabilidade, aos 107.551,52 pontos, em leve alta de 0,11%, no maior nível de encerramento desde 7 de dezembro, então na casa dos 109 mil pontos.

O cenário externo ainda é marcado pela desaceleração da atividade nas maiores economias em meio ao processo de elevação de juros na maioria delas.

Na China, pela resiliência da covid-19, com acentuação do número de casos e de internações pela doença, o que coloca em xeque a revogação das políticas de controle até há pouco ainda em vigor no país de maior população no mundo. Dessa forma, a China segue como um dos maiores pontos de interrogação para a economia global em 2023.

Tal preocupação com a demanda externa se refletiu, hoje, em baixa de 0,72% para o índice de materiais básicos (IMAT) – recuo que mais cedo se aproximava de 2%.

Um ajuste bem mais agudo, ao longo da sessão, do que os observados no Ibovespa e no índice de consumo, o ICON (+0,18% no fechamento), mais correlacionado à economia doméstica.

Com o minério de ferro e o petróleo em baixa nesta quinta-feira (22), Petrobras (PETR4) conseguiu se descolar do ajuste negativo que predominou entre as ações de commodities, mas tanto a preferencial como a ordinária ainda acumulam perdas na casa de 10% no mês – na semana, ambas recuperam cerca de 8,8%.

As ações preferenciais da Petrobras tiveram alta de 1,78%, a R$ 23,99, enquanto as ordinárias avançaram 1,15%, a R$ 27,17.

Assim, Petrobras foi o contraponto ao dia majoritariamente negativo para as ações e os setores de maior liquidez, com destaque para perda de 0,57% em Vale (VALE3), muito moderada perto do fechamento, e de 1,87% para Gerdau (GGBR4), também em ajuste bem mais discreto do que o observado ao longo da tarde.

O dia também era ruim para os grandes bancos, que viraram perto do fim da sessão, com ganhos que chegaram então a 1,64% (Santander Unit, na máxima do dia no encerramento).

A mudança de sinal observada no setor financeiro foi decisiva para o leve ganho do Ibovespa hoje, que durante a sessão contava, essencialmente, com o suporte das ações de Petrobras.

Na ponta negativa do índice da B3, destaque para devolução parcial em IRB (IRBR3), de 5,94%, após o salto de quase 25% ontem (21) com o lucro líquido de outubro, hoje à frente de Locaweb (LWSA3), que caiu 4,14%, Positivo (POSI3), recuando 2,28% e Braskem (BRKM5), com -1,99% na sessão. No lado oposto do Ibovespa, Marfrig (MRFG3) valorizou 6,74%, JBS (JBSS3) subiu 3,21% e Americanas (AMER3), 2,72%.

Maiores altas do Ibovespa

  • Marfrig (MRFG3): 6,74%
  • JBS (JBSS3): 3,21%
  • Americanas (AMER3): +2,72%
  • Sabesp (SBSP3): +2,41%
  • Taesa (TAEE11): +2,36%

Maiores baixas do Ibovespa

  • IRB Brasil (IRBR3): -5,94%
  • Locaweb (LWSA3): -4,14%
  • Positivo (POSI3): -2,28%
  • Braskem (BRKM5): -1,99%
  • Dexco (DXCO3): -1,93%

Parece ganhar força, no mercado, a visão de que o próximo presidente da Petrobras será mesmo o senador Jean-Paul Prates (PT-RN), informação antecipada na última terça pelo Broadcast e confirmada hoje por novas fontes.

“Aparentemente o mercado gostou do nome, o preço da ação sobe hoje”, diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. “Acho que por isso a ação segue firme”, aponta Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset.

No exterior, o resultado final do PIB americano no terceiro trimestre e a forte leitura sobre o núcleo da métrica preferida do Federal Reserve para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, o índice PCE, contribuíram para reforçar a percepção quanto ao viés restritivo para a política monetária do país, pressionando os índices de ações por lá.

Aqui, a aprovação do Orçamento de 2023 e a passagem final da PEC da Transição, tanto pela Câmara como pelo Senado, são um fator a menos de incerteza, o que ajuda a entender o relativo descolamento ante a correção lá fora.

O ajuste em Nova York vem no dia seguinte a uma “série de sinais de resiliência no consumo americano, desde estimativas de ‘guidance’ mais robustas para Nike e Fedex até o salto no índice de confiança do consumidor (Conference Board), além de uma queda nas expectativas de inflação”, o que contribuía para ganhos superiores a 1% nos principais índices americanos ontem, observa em nota a Guide Investimentos.

“No entanto, a manutenção de um cenário desafiador, com juros mais altos (nos países desenvolvidos), continuidade da guerra na Ucrânia e inflação persistente, mantém as bolsas no vermelho em dezembro”, um mês que costuma ser de “sazonalidade positiva” na maioria dos mercados, acrescenta a Guide.

Com o desempenho desta quinta-feira, aqui e em Nova York, as perdas por lá nas três referências superam agora o desempenho, também negativo, do Ibovespa no mês.

Bolsas de Nova York

As bolsas de nova York fecharam em queda robusta, à medida que o apetite ao risco foi reduzido, diante de dados fortes de crescimento da economia americana, o que indica que o Federal Reserve (Fed) pode ter que deixar a taxa de juros mais alta por um tempo maior para conter a inflação.

  • Dow Jones: -1,05%, aos 33.027,49 pontos
  • S&P 500: -1,45%, aos 3.822,39 pontos
  • Nasdaq: -2,18%, aos 10.476,12 pontos

O preço do dólar encerrou a sessão na terceira queda consecutiva em relação ao real na semana, cotado a R$ 5,1858 (-0,33%). Apesar do fortalecimento do índice DXY, que operou em torno dos 104,5 pontos ao longo do dia, a redução das incertezas domésticas com o anúncio de nomes da equipe econômica do governo e a aprovação do Orçamento de 2023 beneficiaram a divisa brasileira ao longo do pregão.

A cotação do dólar oscilou entre a mínima de R$ 5,1598 (-0,83%) e a máxima de R$ 5,2238 (0,40%), ambas alcançadas durante a manhã, com a leitura final do PIB do terceiro trimestre nos Estados Unidos, acima do esperado.

Petróleo e ouro

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta quinta. A commodity chegou a mostrar mais força mais cedo, com sinais da China no radar, mas perdeu fôlego na esteira da piora do apetite por risco nos mercados em geral, com a expectativa de manutenção de um aperto monetário duro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), e do fortalecimento do dólar.

O petróleo WTI para fevereiro fechou em queda de 1,02% (US$ 0,80), a US$ 77,49 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,48% (US$ 1,22), a US$ 80,98 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato futuro do ouro caiu hoje, também pressionado pela força do dólar e pela expectativa de um Federal Reserve (Fed) mais hawkish, após dados acima do esperado da leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos.

O ouro para fevereiro fechou em queda de 1,65%, em US$ 1.795,3 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Cotação do Ibovespa nesta quarta (21)

O Ibovespa terminou o pregão desta quarta-feira (21) em alta de 0,53%, aos 107.433,14 pontos.

(Com informações de Estadão Conteúdo)

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João Vitor Jacintho

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