Ibovespa se descola de NY e cai 0,43%, puxado por Petrobras (PETR4) e bancos; Taesa (TAEE11) engata alta após 4T23

O Ibovespa terminou a sessão de hoje (7) em baixa de 0,43%, aos 128.339.76 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a bater os 128.032,56 pontos, enquanto a máxima diária fora de 129.187,69 pontos. Já o volume financeiro foi de R$ 19,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa cai 0,65% e, no mês, perde 0,53% – no ano, a retração está em 4,36%.

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Em dia negativo para o Ibovespa, as Bolsas de Nova York fecharam no campo positivo. Nasdaq e S&P500 apresentaram novos recordes de fechamento e de pontuação máxima diária.

No cenário externo, as falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje ao Senado americano, permaneceram no foco do mercado. E, apesar da cautela mostrada por Powell com relação ao setor imobiliário, e de certa forma também com relação aos juros, o dia foi de amplos ganhos para os índices de ações em Nova York

  • Dow Jones: +0,34%, aos 38.791,21 pontos;
  • S&P500: +1,03%, aos 5.157,34 pontos;
  • Nasdaq: +1,51%, aos 16.273,38 pontos.

“Powell acredita em uma queda mais lenta dos juros americanos, o que pode impactar os cortes de juros no restante do mundo, inclusive no Brasil”, diz Inácio Alves, analista da Melver, chamando atenção, também, para as observações cautelosas do presidente do Fed com relação ao setor imobiliário.

Ao Senado, Powell afirmou hoje que o mercado imobiliário residencial dos Estados Unidos está em “situação muito, muito difícil”, com oferta muito baixa de moradia, o que impulsiona os preços. Para o presidente do Fed, assim que a estabilidade de preços for restaurada, e o BC americano reduzir juros, o mercado imobiliário poderá começar a “se curar”.

Powell disse também que o Fed busca obter maior confiança de que a inflação nos EUA caminha de forma sustentável à meta de 2%, antes de decidir relaxar a política monetária. Segundo ele, o Federal Reserve não está longe de chegar a esse nível de confiança e, se a economia americana evoluir conforme o previsto, será apropriado cortar juros, reporta o jornalista André Marinho, do Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Segundo Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, a queda do mercado hoje se deu na contramão do mercado internacional porque a Bolsa de Valores brasileira foi puxada por bancos – Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,95%, Itaú (ITUB4) caiu 1,05%, Bradesco (BBDC4 cedeu 0,43% – e Petrobras (PETR4).

À espera do balanço trimestral, que será conhecido após o fechamento da sessão, Petrobras ON cedeu 0,58% e a PN, 1,10%. O mercado aguarda os números com a perspectiva de que uma produção vigorosa impulsione os proventos da empresa – “um retorno generoso aos investidores poderia atenuar os efeitos adversos das recentes declarações do CEO, Jean Paul Prates, sobre o assunto”, aponta em nota a Guide Investimentos.

O especialista destaca que desde a fala do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na última quarta-feira (28), dia em que os papéis preferenciais recuaram mais de 5%, a ação vem se lateralizando.

Naquele dia, o CEO trouxe dúvidas em relação à política de dividendos da companhia e citou a chance de a empresa investir em outros setores de atuação, dentre eles a energia renovável.

“Me parece que os investidores estão cautelosos com o balanço que será divulgado hoje após o fechamento do pregão”, afirma Petrokas.

Destaques do Ibovespa hoje

Nas quedas do Ibovespa hoje estão as ações da Dexco (DXCO3), que recuaram depois de a companhia divulgar resultados do 4° trimestre de 2023. O lucro teve queda anual de 10,3%.

Outra ação do Ibovespa que caiu hoje é da CSN (CSNA3), que recuou depois do anúncio de balanço de resultados do 4T23, em que o lucro reportado foi 29% inferior ao esperado pelos analistas do Broadcast.

Dentre as maiores altas do Ibovespa, estão as ações da Yduqs (YDUQ3), que subiu com o mercado vendo perspectivas melhores para o setor educacional em 2024, além de estar antecipando um possível resultado positivo para o 4T23. A divulgação será no dia 14 de março.

Os papéis da CSN Mineração (CMIN3) subiram depois de a empresa reportar resultados trimestrais. A Taesa (TAEE11) avançou pelo mesmo motivo, impulsionada pelos números da receita, Ebitda e lucro, que acabaram superando as expectativas do mercado.

Um dos destaques entre as ações do Ibovespa hoje também foi SLC Agrícola (SLCE3), que divulgou um prejuízo de 152,98 milhões no último trimestre de 2023, revertendo lucro do 4T22. A ação chegou a recuar 7%, porém voltou ao campo positivo por volta das 15h.

“O dólar fechou em ligeira queda contra o real, sendo que também caiu diante de outras moedas emergentes (peso mexicano, rand África do Sul). Na minha visão, as falas do Jerome Powell [presidente do Federal Reserve] sobre cautela no processo de corte de juros ajudam a manter o dólar mais fraco contra outras moedas”, conclui Petrokas.

O dólar à vista, por sua vez, fechou o pregão de hoje (7) em baixa de 0,23%, cotado a R$ 4,9337, depois de variar entre a mínima de R$ 4,9317 e a máxima de R$ 4,9427.

Maiores altas do Ibovespa

  • Yduqs (YDUQ3): +3,89%
  • Localiza (RENT3): +3,59%
  • TIM (TIMS3): +2,37%
  • Taesa (TAEE11): +2,22%
  • Engie (EGIE3): +2,13%

Maiores quedas do Ibovespa

  • CSN (CSNA3): -4,81%
  • Dexco (DXCO3): -4,12%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): -4,07%
  • Totvs (TOTS3): -3,59%
  • Vibra (VBBR3): -3,46%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão de ontem (6) em alta de 0,62%, aos 128.890,23 pontos.

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João Vitor Jacintho

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