Vale (VALE3) conclui venda de 10% da Vale Base Metals (VBM) para a Manara Minerals por US$ 2,5 bilhões

A Vale (VALE3) concluiu a transação de aproximadamente US$ 2,5 bilhões com a Manara Minerals, uma joint venture entre a saudita Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Sob este acordo, a Manara Minerals passa a ter 10% da Vale Base Metals Limited (VBM). A informação foi divulgada nesta terça-feira (30) em comunicado ao mercado.

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A parceria estratégica entre a Vale e a Manara Minerals, anunciada pela primeira vez em julho do ano passado, visa acelerar a geração de valor dos ativos e projetos de primeira linha que a VBM possui em seu portfólio, segundo a mineradora. Nos próximos dez anos, a VBM diz que pretende investir em novos projetos no Brasil, Canadá e Indonésia, buscando aumentar significativamente a produção de cobre e níquel.

A Vale também anunciou em julho do ano passado um acordo de parceria estratégica com a Engine No. 1, mas ambas as partes concordaram em não seguir com os termos e condições previamente acordados, conforme informações da mineradora. No entanto, diz que permanecem abertas a futuras parcerias.

“Este investimento estratégico da Manara reflete a confiança em nossa dotação mineral única e em nossa capacidade de fornecer os metais necessários para a transição energética. A Manara traz experiência em mineração e é um parceiro estratégico fundamental que compartilha da nossa visão de longo prazo“, pontua o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.

A empresa diz ainda que a parceria com a Vale deve destravar valor operacional e financeiro do portfólio de ativos de alta qualidade e se posicionar como a empresa líder em materiais de transição energética. Para a Vale, a parceria com a VBM também é uma forte declaração da ambição da empresa de obter globalmente minerais que são vitais para o crescimento econômico sustentável e diversificado.

Vale e Caterpillar fecham acordo para testar caminhões elétricos em operações de mina

Além de vender 10% da VBM para a Manara Minerals, a mineradora Vale e a Caterpillar (CATP34), fabricante de equipamentos, estabeleceram uma colaboração para o desenvolvimento e teste de caminhões de grande porte para minas, utilizando tecnologia elétrica e híbrida.

A parceria inclui a realização conjunta de pesquisas para avaliar a viabilidade de caminhões movidos a etanol. A Vale diz que essa iniciativa está alinhada com os objetivos da empresa de reduzir suas emissões de carbono diretas e indiretas em 33% até 2030, buscando atingir emissões líquidas zeradas até 2050. Além disso, a companhia se comprometeu a diminuir em 15% as emissões líquidas de sua cadeia de fornecimento até 2035.

Atualmente, as operações de mineração da Vale são responsáveis por 15% das emissões diretas de dióxido de carbono equivalentes (CO2eq), predominantemente provenientes do uso de diesel. Entre os equipamentos utilizados nas minas, os caminhões fora de estrada se destacam como os maiores consumidores de diesel e, consequentemente, os maiores emissores de CO2.

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Mineradora quer pagar R$ 127 bilhões por danos após rompimento de barragem em Mariana

A Vale e a BHP querem pagar um acordo de quase US$ 25 bilhões (cerca de R$ 127 bilhões) pelo rompimento da barragem na cidade mineira de Mariana, em 2015, que causou a morte de 19 pessoas e inundou dezenas de cidades, informou a Vale na segunda-feira (29).

As empresas propuseram o pagamento como uma “reparação definitiva” dos danos em um dos piores desastres ambientais do país, afirmou a empresa em um comunicado. O montante inclui mais de 7 bilhões de dólares já gastos em reparações e indenizações para cerca de 430 mil pessoas afetadas, acrescentou.

A tragédia em Mariana desencadeou uma torrente de quase 40 milhões de metros cúbicos de lamas residuais de mineração altamente tóxicas, matando 19 pessoas, inundando 39 cidades e deixando mais de 600 pessoas desabrigadas, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

A barragem de rejeitos que rompeu em uma mina de minério de ferro pertencia à Samarco, uma joint venture entre a brasileira Vale e a mineradora anglo-australiana BHP. O distrito de Bento Rodrigues e a cidade de Paracatu foram varridos do mapa quando o rejeito de minério de ferro cor de cobre desceu a encosta da montanha.

As áreas afetadas continuam a ser cidades fantasmas, com milhares de pessoas à espera de algum tipo de compensação. Vale e BHP também enfrentam uma ação coletiva no Reino Unido sobre o incidente, envolvendo até 700 mil vítimas.

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Murilo Melo

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