Funcionários dos Correios decretam greve nacional

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) anunciou que os funcionários da estatal entraram em greve às 22h da última segunda-feira (17). Segundo a entidade, não há prazo para o fim da paralisação dos Correios.

Cerca de 100 mil trabalhadores em todo o Brasil decretaram a paralisação nacional das atividades dos Correios. De acordo com a Fentect, a greve é “contra a retirada de direitos, contra a privatização da empresa e negligência com a saúde dos funcionários em relação ao novo coronavírus (covid-19)”.

A federação informou que entre os pontos revindicados estão a retirada de 70 direitos dos 79 do atual Acordo Coletivo, como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio creche.

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“Os trabalhadores também lutam contra a privatização dos Correios, o aumento descabido da participação dos trabalhadores no Plano de Saúde, gerando grande evasão, e o descaso e negligência com a saúde e vida dos ecetistas na pandemia da Covid-19”. De acordo com a FENTECT,  houve aumento na participação dos planos de saúde, enquanto houve redução da parte da empresa, o que, segundo a federação, se torna incompatível com a média do piso salarial dos funcionários, de R$ 1,7 mil.

Os sindicatos para trabalharem em meio a pandemia tiveram de acionar a Justiça para garantir “equipamentos de segurança, álcool em gel, testagem e afastamento dos grupos de risco”.

“O governo [de Jair] Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, declarou o secretário geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva.

Em nota, os Correios informaram ter um plano de continuidade de negócios para manter o atendimento à população em qualquer situação adversa.

Correios e Eletrobras estão nos planos de privatizações de Guedes para 2020

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, em uma reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em junho, que o governo irá trabalhar em quatro privatizações ainda em 2020. Nos planos de Guedes, estão os Correios e a Eletrobras.

Vale lembrar que Guedes está chefiando este conselho. O objetivo do ministro é privatizar os Correios, a Eletrobras (ELET3), o Porto de Santos e o Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). Além disso, Guedes também espera realizar o IPO (oferta pública de ações) da Caixa Seguridade, que foi suspenso em março por conta do cenário desencadeado no mercado pela pandemia de covid-19.

Algumas privatizações, entretanto, não dependem só do ministro da Economia. Elas precisarão passar pelo Congresso Nacional. A desestatização da Eletrobras, por exemplo, é uma que contempla esse tipo de caso. A equipe econômica teme a falta de apoio dos parlamentares no processo de aprovação de venda das estatais.

O ministro da economia visa fazer caixa neste ano por conta da pandemia que afetou diretamente todos os setores da economia no País. A ideia, anteriormente, era deixar estas privatizações para os próximos anos.

Segundo informações do jornal “O Globo”, uma fonte que participou da reunião do PPI disse que o presidente Jair Bolsonaro solicitou que as privatizações dos Correios e Eletrobras sejam feitas com mais agilidade.

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Poliana Santos

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