Reoneração da gasolina será de R$ 0,47/litro e a do etanol, de R$ 0,02, anuncia Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou, em entrevista coletiva nesta terça (28), a volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis. Segundo ele, a reoneração da gasolina vai ser de R$ 0,47 por litro. Com a redução de R$ 0,13 divulgada hoje pela Petrobras (PETR4), o saldo será de R$ 0,34/litro. Já a reoneração do etanol ficará em R$ 0,02. Por outro lado, o óleo diesel continua desonerado por mais quatro meses.

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“Temos compromisso de recuperar receitas pedidas no processo eleitoral por razões demagógicas”, disse Haddad, se referindo às medidas do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), que reduziu o preço da gasolina com a desoneração de impostos federais sobre os combustíveis até o final de 2022.

A medida, porém, foi prorrogada até este dia 28 pelo atual mandatário da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Haddad, a decisão sobre a reoneração completa dos impostos PIS/Cofins foi tomada um dia antes de o prazo expirar porque o governo estava esperando a informação da Petrobras sobre os preços da gasolina e do diesel que vão vigorar no mês de março.

Para compensar diferença de arrecadação (R$ 0,47 para R$ 0,69 por litro de gasolina), o Ministério das Minas e Energia diz que aplicará imposto sobre óleo cru durante quatro meses.

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Princípios ambientais

Ainda na coletiva, o ministro da Fazenda destacou que a solução para compensar diferença de arrecadação também atende a princípios ambientais, visto que estão sendo privilegiados combustíveis menos poluentes.

“A reoneração aumenta muito menos a gasolina do que os analistas do mercado especulavam. Essa medida foi tomada do ponto de vista fiscal, social e ambiental”, frisou Haddad.

A estimativa da Petrobras, acrescentou Haddad, é de que medida afete 1% do lucro da empresa, que divulga nesta quarta o balanço do quarto trimestre de 2022.

“Ninguém está falando em aumento de carga tributária, mas em recomposição de receitas no Orçamento”, complementou o ministro Haddad sobre a reoneração da gasolina e etanol.

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Desoneração da gasolina tinha sido prorrogada

O ministro da Fazenda destacou que com a redução da Petrobras, o saldo líquido para a gasolina é de R$ 0,34, completando que a expectativa era de queda maior. “Lembrando que não está se discutindo a política de preços da Petrobras”, afirmou.

Haddad ainda afirmou que a medida anunciada hoje faz parte do esforço realizado desde a fase de transição do governo para recompor o Orçamento Público. A prorrogação da desoneração da gasolina nos primeiros dias de governo deveu-se a uma cautela do governo diante de rumores sobre golpe de Estado.

“Lula decidiu prorrogar desoneração até 28 de fevereiro, justamente porque havia rumores de um golpe de Estado, o que nos fizeram ter cautela para que as pessoas não fazerem o que fizeram em 8 de janeiro”, disse, completando que o governo também queria esperar a posse do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Alinhado com o Copom

Na esteira das críticas disseminadas pelo governo federal contra a alta da Selic, Haddad afirmou que as taxas de juros no Brasil estão produzindo “muitos malefícios para a economia”. Ele reforçou que o País inteiro está unido em torno da causa de reduzir as taxas de juros.

“Estamos dando resposta para o setor produtivo de que o governo vai fazer sua parte, esperando que a monetária reaja da maneira como prevista nas atas”, disse o dirigente do Ministério da Fazenda.

Haddad ainda afirmou que decisão de reonerar os impostos federais sobre a gasolina e etanol está alinhada com as atas do Copom. O BC, segundo ele, via na medida uma condição para redução das taxas de juros. O dirigente da pasta disse esperar que a autoridade monetária reaja da forma prevista.

Janize Colaço

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