BLMG11, HCTR11: Veja os 5 fundos imobiliários que mais caíram em março

Em março, os fundos imobiliários deram uma virada e recuperaram parte das perdas acumuladas ao longo de 2022. O IFIX, principal índice de FIIs da Bolsa, fechou o mês no campo positivo pela primeira vez no ano, com avanço de 1,42%, aos 2.779,97 pontos.

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Porém, considerando o resultado dos três primeiros meses de 2022, o saldo da carteira teórica de fundos imobiliários continua negativo em 0,87%. Em 2021, o IFIX recuou 2,28%.

O mercado imobiliário do País continua prejudicado com o cenário de altos juros e inflação elevada. No último Relatório Focus, do Banco Central (BC), o mercado financeiro indicou uma estimativa de taxa Selic em 13% ao fim de 2022.

Economistas agora falam que o início do ciclo de queda dos juros só deve acontecer em meados de 2023, enquanto antes da guerra entre Rússia e Ucrânia se falava em queda da Selic ainda em 2022.

Com isso, somente um segmento de fundos imobiliários continua se beneficiando dos fortes indicadores da economia, que são os “fundos de papel“. Indexados à inflação (IPCA) e aos juros (CDI), esses ativos financeiros têm distribuído os maiores rendimentos e são responsáveis pelos maiores volumes de negociações do IFIX desde o ano passado.

Na outra ponta, a da perda, estão os fundos imobiliários de outros segmentos, como os “fundos de tijolo” e fundos de fundos (FoFs). Confira os fundos imobiliários que mais caíram em março:

TickerFundoSegmentoVariaçãoPreço (R$)
BLMG11Bluemacaw LogísticaLogística-9,71%81,9
VIFI11Vinci Instrumentos FinanceirosFundo de Fundos-7,21%72,5
MORE11More Real Estate FoFFundo de Fundos-5,08%72,0
HCTR11Hectare CERecebíveis Imobiliários-3,83%118,1
TORD11Tordesilhas EIHíbrido-3,77%8,93

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Destaques dos fundos imobiliários em março

Bluemacaw Logística

O destaque negativo de março foi o fundo imobiliário Bluemacaw Logística (BLMG11).

Em termos de noticiário, o fundo anunciou que seus imóveis foram reavaliados pela Colliers International do Brasil para cima. Conjuntamente, os valores aumentaram em 3,12%, o que significa um incremento de R$ 8,04 ao valor patrimonial (VP) por cota do BLMG11.

Com isso, o novo VP do Bluemacaw Logística passou a ser R$ 99,38.

Porém, segundo especialistas, o BLMG11 é um fundo novo, com uma gestora recente em fundos imobiliários, de modo que os investidores ainda se sentem receosos com o ativo. Nos últimos 12 meses, o FII acumula uma queda de 22,58% no valor da cota.

No último mês, o Bluemacaw distribuiu rendimentos no valor de R$ 0,80 por cota, no dia 15 de março, equivalente a um dividend yield de 0,90%.

Vinci Instrumentos Financeiros

O FII VIFI11 passa por um momento de transição para o fundo imobiliário. A gestão do FII anunciou que planeja fazer uma reestruturação do fundo, com o objetivo de destravar o valor dos ativos, atualmente com um valor de mercado (R$ 72,5) quase 20% abaixo do valor patrimonial (R$ 87,81).

A reestruturação envolve a cisão do fundo em produtos financeiros novos, cada um com um foco específico para atender melhor os investidores.  O processo foi aprovado em Assembleia Geral Extraordinária realizada em fevereiro.

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Um mês após a decisão, o VIFI11 fechou o mês de março com queda de 7,21%. Nos últimos 12 meses, o fundo acumula queda de 19,04%.

No último mês, o Vinci Instrumentos Financeiros distribuiu rendimentos no valor de R$ 0,66 por cota, no dia 15 de março, equivalente a um dividend yield de 0,82%.

More Real Estate

O FII MORE11 não teve notícias específicas no período. Em live com os gestores, eles informam que fizeram mudanças no portfólio, principalmente nas posições de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são os que apresentam mais oportunidades no momento.

A posição de caixa aumentou um pouco no mês, pela redução de alguns ativos, informam os gestores. “Antes os FoFs tinham uma dificuldade muito grande de carregar caixa. Era uma coisa que penalizava muito o retorno porque o CDI estava abaixo de 3%. Hoje, com a taxa do CDI acima de 10%, carregar caixa rende e não é mais tão ruim para os fundos imobiliários”, diz o gestor Yuri Bialoskorski, em live.

Em março, o MORE11 caiu 5,08%, com as cotas avaliadas em R$ 72,00. Nos últimos 12 meses,  o fundo acumula queda de 25,77%.

No último mês, o More Real Estate distribuiu rendimentos no valor de R$ 0,70 por cota, no dia 21 de março, equivalente a um dividend yield de 0,94%.

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Hectare CE

O HCTR11 concluiu sua 12ª emissão de cotas com captação de R$ 208,4 milhões, abaixo do montante inicial de R$ 300 milhões. As novas cotas, no valor de R$ 117,65, serão convertidas em 12 de abril.

Em março, o HCTR11 caiu 3,77%, com as cotas avaliadas em R$ 8,93. Nos últimos 12 meses,  o fundo acumula queda de 6,15%.

No último mês, o Hectare distribuiu rendimentos no valor de R$ 1,40 por cota, no dia 8 de março, equivalente a um dividend yield de 1,14%.

Tordesilhas

Em março, o fundo TORD11 caiu 3,83%, com as cotas avaliadas em R$ 118,10. Nos últimos 12 meses,  o fundo acumula queda de 6,15%. Em março, o Tordesilhas distribuiu rendimentos no valor de R$ 0,08 por cota, no dia 15, equivalente a um dividend yield de 0,87%.

Investindo em fundos imobiliários com cuidado

Antes de qualquer investimento em ações ou fundos imobiliários é importante ressaltar que quitar as dívidas e fazer uma reserva de emergência deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research lembram sempre que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir, e nunca se endividar para investir ou investir endividado.

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Monique Lima

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