Quanto investir em Fundos Imobiliários para ter renda extra de R$ 1 mil?

Com recorrência, os Fundos Imobiliários (FIIs) são procurados por investidores como um instrumento para o aumento da renda mensal, justamente em função da atratividade dos dividendos recorrentes.

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Por uma obrigação legal, os fundos imobiliários têm de distribuir 95% do lucro apurado em um semestre. Na prática, a esmagadora maioria dos fundos imobiliários paga dividendos todos os meses como forma de repassar esse lucro.

Nesse cenário, com aportes mensais, é possível que o investidor consiga acumular um patrimônio relevante em FIIs e, com isso, receba dividendos cada vez maiores.

O reinvestimento de dividendos é considerado um bom acelerador para aumentar o patrimônio total investido em fundos imobiliários e consequentemente a renda mensal gerada, conforme já relatado por Gustavo Asdourian, sócio-fundador da Guardian Gestora, ao Suno Notícias.

“Isso muda substancialmente o crescimento dos recursos poupados. É muito importante e praticamente dobra o valor final investido, aumentando o patrimônio e também a renda mensal”, aponta.

Para se ter uma renda extra de R$ 1 mil, um valor ainda abaixo de um salário mínimo mas que pode ser útil na vida financeira, é necessário um patrimônio total investido em FIIs de menos de R$ 80 mil.

No fundo Suno Recebíveis (SNCI11) da Suno Asset, por exemplo, foram pagos R$ 15,20 por cota no acumulado dos últimos 12 meses. Atualmente a cota do fundo custa R$ 99 mas, em meados de novembro de 2021, custava R$ 100,15.

Ou seja, o investidor que fez um aporte em novembro de 2021 e já passou a receber proventos teria recebido R$ 15,20 em dividendos por cota até então, fruto de distribuições que foram de R$ 1,40 ou R$ 1,50 em alguns meses em dividendos do fundo imobiliário, por exemplo.

Dividendos do SNCI11 de julho de 2021 a outubro de 2022 - Foto: Reprodução/Suno Asset
Dividendos do SNCI11 de julho de 2021 a outubro de 2022 – Foto: Reprodução/Suno Asset

Assim, na média, o investidor recebeu R$ 1,26 ao mês em proventos do SNCI11 nos últimos 12 meses.

Deste modo, se alguém hipoteticamente tivesse investido R$ 79,4 mil em cotas do SNCI11 em novembro de 2021 teria recebido uma renda mensal de aproximadamente R$ 1 mil ao mês.

Nessa situação hipotética, o investidor seria detentor de cerca de 793 cotas do fundo.

Vale lembrar que, como citado, os dividendos não são fixos, e variam conforme o desempenho do fundo. Nessa situação hipotética, um investidor com 793 cotas teria recebido R$ 911,95 em setembro deste ano, quando o SNCI11 pagou R$ 1,15 em dividendos por cota.

Em junho, quando o mesmo fundo imobiliário pagou R$ 1,40 por cota, esse mesmo investidor teria recebido um montante de R$ 1.110,20 em proventos do SNCI11.

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Carteira de fundos imobiliários é mais vantajosa para aumentar renda

Conforme amplamente recomendado por especialistas do setor, é mais vantajoso ter mais de um fundo imobiliário na carteira. Por mais que o investidor receba proporcionalmente menos dividendos de um fundo do que de outro, uma carteira com mais fundos pode reduzir riscos de específicos de um fundo ou de um setor.

Como exemplo, os FIIs de papel – caso do próprio SNCI11 – têm carteiras com aportes em recebíveis imobiliários, ou seja, títulos relacionados ao mercado imobiliário.

Nesse caso, as taxas desses recebíveis podem ser atreladas ao IPCA, por exemplo. Em um cenário de alta da inflação, o fundo obtém um lucro maior e, por esse motivo, o investidor recebe mais dinheiro em proventos e consegue proteger melhor seu patrimônio da inflação.

Já os FIIs de tijolo são detentores de imóveis, ou seja, compostos por imóveis físicos. Nesse caso, as gestoras detêm imóveis de shoppings, galpões logísticos, lajes corporativas, agências bancárias e outros. Com o aluguel recebido dos locatários, o fundo consegue lucrar e repassar esse valor em dividendos aos cotistas.

Dito isso, pode ser interessante para o investidor manter mais de um fundo e mais de uma classe de fundo em carteira, mitigando o risco e ainda mantendo uma rentabilidade considerável com os dividendos todo mês.

A carteira recomendada de FIIs dos analistas do Itaú BBA, por exemplo, possui um dividend yield (DY) corrente de 8,53%. Os analistas da casa destacam que o retorno fica acima de ativos de renda fixa, com um prêmio de 281 pp sobre a NTN-B 2035.

Na escolha dos FIIs da carteira, os especialistas priorizam ‘ativos de elevada liquidez, gestão experiente e com portfólios de qualidade’.

A alocação atual é da carteira recomendada do BBA é de:

Mercado de FIIs têm perspectiva positiva

Em sua análise, os especialistas do BBA destacam uma perspectiva otimista para o mercado imobiliário no médio e longo prazo.

“Mesmo considerando o atual patamar da taxa de juros, esperamos que os fundos imobiliários continuem com uma boa relação risco retorno versus outras classes de ativos. No entanto, incertezas em relação ao cenário político, além dos riscos fiscais brasileiros, podem trazer volatilidade no curto prazo“, afirmam.

“Precisamos acompanhar de perto o movimento na curva longa de juros, mas, de forma geral, a situação econômica deve ser analisada em paralelo, pois uma alta de juros e inflação, acompanhada de uma economia forte, pode ser benéfica aos Fundos Imobiliários“, acrescentam.

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Eduardo Vargas

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