Dólar sobe 1,202% e fecha o último pregão de agosto a R$ 5,48

A moeda americana encerrou a sessão desta nesta segunda-feira (31) em alta de 1,202% e a cotação do dólar hoje fechou a R$ 5,4807, com investidores de olho na política fiscal brasileira.

No último dia do mês, a cotação do dólar teve valorização com as preocupações em torno do cenário fiscal do País se contrapondo ao maior otimismo nos mercados no exterior. Com isso, a moeda fechou agosto com uma alta de 5,02%; enquanto, no acumulado de 2020, a expansão é de 36,58%.

Os investidores ficaram de olho na entrega do Orçamento de 2021, cujo prazo final termina nesta segunda-feira. Com as divergências públicas em relação ao Renda Brasil ainda existe a expectativa de que o novo programa fique de fora da proposta. Além disso, a extensão do auxílio emergencial até dezembro é esperado ocorrer para esta terça-feira (1)

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No exterior, o mercado ficou atento aos dados positivos do setor de serviços da China, enquanto as tensões entre o país asiático e os Estados Unidos se intensificaram após Pequim anunciar novas restrições às exportações de Inteligência Artificial. As medidas poderiam complicar ainda mais a venda das operações da rede social chinesa TikTok em solo norte-americano.

Dessa forma, veja as notícias que movimentaram o mercado de câmbio neste final de agosto:

  • Vice-presidente do Fed diz que juros negativos não são uma opção
  • Boletim Focus melhora projeção pelo PIB pela nona semana consecutiva
  • Dívida líquida do setor público supera 60% do PIB

Juros negativos não são uma opção, diz Fed

O vice-presidente do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), Richard Clarida, afirmou que a taxa de juros negativa não é “uma opção de política monetária atraente”. Essa possibilidade de negativar os juros deve ser considerada apenas “se as circunstâncias mudarem significativamente. A abordagem traz complicações em termos de implementação e comunicação”, salientou.

Clarida ainda avaliou que as medidas que a autoridade monetária está tomando tem sido eficientes para alcançar a meta inflacionária e o pleno emprego. “Acreditamos que a orientação futura e a compra em larga escala de ativos foram e continuam sendo fontes efetivas à economia”, mesmo com a taxa de juros próximas de zero.

Focus melhora previsões pela 9ª semana seguida

Os especialistas responsáveis pela elaboração do Boletim Focus projetaram que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cairá 5,28% neste ano, na nona semana consecutiva de melhora das expectativas para a economia brasileira.

Todavia, caso a previsão do Boletim Focus desta semana se concretize, esse ainda será o pior desempenho da economia brasileira em um ano no último século.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB brasileiro caiu 1,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No início do ano, os especialistas ouvidos pelo Banco Central (BC) esperavam um crescimento de 2,30% na economia.

As previsões do mercado para o dólar em 2020 subiram para R$ 5,25, ao passo que os especialistas esperam que a moeda americana caia para R$ 5 no ano seguinte.

Dívida pública supera 60% do PIB

A dívida líquida não financeira do setor público consolidado — composto por governo federal, estados, município e empresas estatais, com exceção da Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3) — atingiu 60,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em julho, superando a marca pela primeira vez desde 2002.

O resultado é oriundo da dívida bruta do governo geral, que chegou a R$ 6,210 trilhões em julho deste ano, o equivalente a 86,5% do PIB. Segundo o BC, os principais fatores para o aumento do endividamento são as emissões líquidas de dívida bruta (alta de 0,7 ponto percentual), incorporação de juros nominais (alta de 0,4 ponto percentual), variação do PIB nominal (crescimento de 0,2 ponto percentual) e valorização cambial (queda de 0,3 ponto percentual).

A dívida líquida, portanto, passou de R$ 4,176 trilhões em junho, para os R$ 4,322 trilhões reportados em julho. Em dezembro do ano passado, o indicador estava em 55,7%.

Última cotação do dólar

Ao contrário do dólar hoje, no último pregão da sexta-feira (27), o a moeda estrangeira encerrou em queda de 2,927%, negociado a R$ 5,4156.

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Arthur Guimarães

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