Dólar fecha em alta de 0,65%, com investidores de olho nos sinais de mudanças do Fed

O dólar encerrou as negociações desta segunda (27) com alta de 0,65% em relação ao real, a R$ 5,3788, depois de oscilar entre R$ 5,3084 e R$ 5,3883.

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A alta do dólar hoje foi influenciada pela atenção dos investidores aos sinais do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano. O presidente da divisão de Nova York do Fed, John Williams, declarou que uma redução no ritmo das compras de bônus “pode ser necessária em breve”. O presidente da divisão de Chicago, Charles Evans, por sua vez, afirma que a economia está próxima do nível que permitirá “tapering“.

O coronavírus continua representando risco, segundo a diretora Lael Brainard. No entanto, caso o emprego continue conforme esperado, a economia deve atingir “progresso substancial” que pode justificar o início do processo de redução nas compras de ativos.

Movimentação do dólar

O dólar abriu em alta hoje, refletindo o anúncio do Banco Central na sexta-feira, de começar a oferecer liquidez extraordinária aos mercados, por meio de leilões de contratos de swap cambial, como forma de atender à demanda maior por moeda estrangeira típica do período de final de ano.

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Os leilões para atender à demanda pontual de fim de no ligada ao overhedge dos bancos (proteção cambial adicional dos bancos) acontecerão às segundas e quartas-feiras, com início hoje. A medida é habitual, mas surpreendeu os marcados por ter acontecido mais cedo que nos últimos anos, o que pode sugerir algum desconforto da autoridade monetária com o atual nível do câmbio, na avaliação de alguns analistas.

Além disso, o Relatório Focus elevou a projeção da inflação pela 25ª semana consecutiva. Segundo o Boletim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021 deverá ser 8,45%. A previsão é maior do que a da semana passada, quando estava previsto em 8,35%.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Dívida Pública sobe 1,57% em agosto e aproxima-se de R$ 5,5 tri
  • Câmara mantém vetos de Bolsonaro em lei para modernizar ambiente de negócios
  • Coronavírus ainda representa riscos negativos a perspectivas econômicas, diz Fed

Dívida pública cresce

Mesmo com queda expressiva das emissões de títulos públicos, a Dívida Pública Federal (DPF) subiu em agosto e aproximou-se de R$ 5,5 trilhões. Segundo números divulgados hoje (25) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,396 trilhões em julho para R$ 5,481 trilhões em agosto, alta de 1,57%.

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O Tesouro prevê que a DPF continuará subindo nos próximos meses. De acordo com a nova versão do Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentada no fim de maio, o estoque da DPF deve encerrar 2021 entre R$ 5,5 trilhões e R$ 5,8 trilhões.

Câmara mantém vetos de Bolsonaro

A Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira, 27, manter vetos parciais ou totais do presidente Jair Bolsonaro em sete propostas. Entre elas está a lei originada numa Medida Provisória editada com o objetivo de modernizar o ambiente de negócios no Brasil.

Bolsonaro vetou 37 dispositivos do projeto, entre eles o trecho que dispensava a emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou documento equivalente para obras.

Um dos objetivo da MP, destacado pelo governo, era contribuir para a melhoria da posição do Brasil no relatório Doing Business do Banco Mundial, que avalia o nível de facilidade de se fazer negócios em 190 economias do mundo, por meio de indicadores, e com isso atrair mais investimento estrangeiro direto. O Brasil ocupa a 124ª colocação entre 190 países avaliados segundo o último relatório, divulgado em 2019.

Coronavírus ainda é risco para a economia

A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard, afirmou que o coronavírus continua a representar riscos negativos para as perspectivas econômicas. “A economia continua a ter progresso, mas a variante Delta tem impactado mais do que o esperado”, avaliou em discurso para evento da Associação Nacional para Economia Empresarial (Nabe, pela sigla em inglês).

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“Dado a natureza sem precedentes do choque causado pela pandemia, não deveria haver surpresas de que a retomada não ocorrendo de forma linear”, disse Lael Brainard.

Dados de alta frequência indicam que gastos com consumo diminuíram no segundo semestre deste ano, com a Delta tendo limitado a aceleração dos gastos nesse setor. Por outro lado, a Delta prolongou os gargalos de oferta, disse a dirigente. “A força da retomada, apesar dos desafios sem precedentes associados à pandemia, reflete uma política fiscal e monetária poderosa e resiliência dos trabalhadores, empresas e famílias americanas”, comentou.

Cotação do dólar nesta sexta (24)

Na última sessão, sexta-feira (24), o dólar encerrou com um avanço de 0,64%, frente ao real, valendo R$ 5,344 na venda.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Bruno Galvão

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